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Cientistas ‘ressuscitam’ espécie animal de 700 anos

Duas pulgas d'água podem ser os animais mais antigos já trazidos 'de volta à vida' pelo homem

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h15 - Publicado em 13 jan 2014, 20h25

Animais que morreram há 700 anos no Lago South Center, no estado de Minnesota, nos Estados Unidos, foram “ressuscitados” por biólogos. Se a idade das minúsculas Daphnia pulicaria, espécie conhecida como pulga d’água, for comprovada, elas serão os animais mais antigos no mundo a serem “ressuscitados”.

A equipe conduzida pelo biólogo evolutivo Lawrence J. Weider, da Universidade de Oklahoma, tem trazido os animais “de volta à vida” desde a década de 1990 com o objetivo de estudar as modificações ocorridas no meio ambiente durante os séculos. Os cientistas fazem isso a partir de ovos conservados em sedimentos e chocados em laboratório.

O processo de dar vida a ovos de organismos aquáticos incrustados em sedimentos é comum na ciência, em especial quando se trata de espécies microscópicas de crustáceos como copépodes e pulgas d’água (que têm cinco milímetros). Animais com mais de oitenta anos costumam morrer logo, antes de serem estudados. As espécies centenárias de Weider não só sobreviveram como foram capazes de se reproduzir no laboratório. “A idade dos nossos animais ultrapassa a dos já ‘ressuscitados’ em pelo menos alguns séculos”, afirmou ao site de VEJA Weider, que publicou o estudo no periódico Ecology Letters, na semana passada.

A experiência de Weider é diferente da levada a cabo em 2003 por cientistas espanhóis e franceses, que “reviveram” uma cabra selvagem extinta desde os anos 2000. Apesar de ter 700 anos, a pulga d’água mantida pela equipe da Universidade de Oklahoma não desapareceu. “Nós trouxemos à vida ovos que estavam dormentes há muitos anos”, explica Weider.

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Capacidade evolutiva – Para encontrar as Daphnias, a equipe de Weider perfurou o lago e extraiu sedimentos de cerca de 1.600 anos. Dos animais “ressuscitados”, dois tinham idade estimada em 700 anos, quatro 350 anos e cerca de cem de 40 a 50 anos, além de dezenas de ninhadas mais recentes.

Por meio do estudo da fisiologia das pulgas d’água, os cientistas descobriram de que maneira a presença do homem alterou o funcionamento do ecossistema local. Antes do estabelecimento das cidades, a presença de fósforo nas águas do lago era raridade, e o organismo das Daphnias era capaz de manter o elemento em seu corpo por longos períodos. Após a construção de fazendas na região, a quantidade de fósforo no lago aumentou drasticamente. As pulgas d’água mais modernas, que não precisavam mais estocar fósforo, sofreram alterações genéticas para não gastar energia em sua conservação.

“Nosso estudo é um exemplo de como é teoricamente possível sobreviver às mudanças feitas pelo homem no meio ambiente, se elas forem graduais. No entanto, se as mudanças acontecem muito rápido, não há tempo para as alterações genéticas acontecerem, o que pode levar à extinção de espécies”, explica Dagmar Frish, coautor do estudo.

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