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Cientistas descobrem um dos mais violentos massacres pré-históricos

Pesquisadores encontraram esqueletos mutilados em assentamento de agricultores europeus de 7 000 anos. As feridas são, provavelmente, resultado de um conflito motivado por extremas secas na região

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 21h27 - Publicado em 18 ago 2015, 13h52

Crianças com crânios partidos, homens e mulheres com pernas estraçalhadas e corpos atravessados por flechas. O massacre brutal, que aconteceu há 7 000 anos na Europa, foi revelado pelos cientistas nesta segunda-feira (17) e mostra como uma das primeiras guerras entre os homens pré-históricos eram mais violentas do que se acreditava. O estudo, publicado no jornal Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), descreve como corpos de adultos e bebês foram mutilados e, provavelmente, torturados ainda em vida de forma cruel.

O grupo de pesquisadores alemães responsável pela pesquisa descobriu as evidências do conflito em uma vala comum em Schoeneck-Kilianstaedten, na Alemanha, onde havia 26 esqueletos de homens, mulheres e crianças. Os restos mortais, que pertenciam a alguns agricultores da região, tinham cabeças esmagadas, canelas e pés quebrados (possivelmente para evitar a fuga) além de feridas profundas feitas com ferramentas de pedras e metal.

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De acordo com os especialistas, não é possível dizer se as vítimas ainda estavam vivas quando sofreram os machucados, mas os tipos de feridas indicam tortura ou mutilação. Além disso, os resultados reforçam a teoria de que esses agricultores pertenciam a um grupo que marcou presença por 600 anos no período Neolítico: o Linearbandkeramik.

Tempos difíceis – Essa cultura, também conhecida pela sigla LBK, abrigava um povo agrícola que chegou à Europa Central em 5 500 a.C. e deixou ricos registros arqueológicos. O grupo, que deu origem à população da Hungria e ao povo espalhado ao longo do Rio Danúbio, vivia em assentamentos permanentes, praticando a agricultura. O nome LBK faz alusão à outra atividade realizada por eles: a produção de cerâmica artesanal. Em alemão, Linearbandkeramik significa algo como “banda de cerâmica linear”, estilo usado por esses agricultores.

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Normalmente, os membros da cultura LBK sepultavam os mortos em estilo cerimonial. Cuidadosamente, os corpos eram enterrados e ficavam rodeados por artefatos de valor. Mas o que chamou a atenção dos cientistas foi que os restos mortais haviam sidos despejados de forma aleatória na vala, além de estarem cercados por objetos sem serventia.

Para os pesquisadores, os assassinatos não ocorreram de forma isolada e reforçam a teoria da existência de um padrão de violência generalizada nos tempos do Neolítico – que servia para mostrar força e intimidar os oponentes. Não é possível saber o motivo exato dos conflitos, mas especula-se que a luta entre grupos de agricultores vizinhos da mesma cultura tenha sido motivada por períodos de seca extrema e mudanças climáticas significativas. No período, a população LBK tinha aumentado consideravelmente, o que normalmente eleva o potencial de conflito. Além disso, ao contrário dos caçadores-coletores, os LBK estavam estabelecidos no terreno e não podiam simplesmente escapar, o que pode ter feito o embate ser ainda mais brutal.

Essa não foi a primeira vez que cientistas encontraram esse tipo de evidência. Outros dois túmulos que guardavam resquícios de mortes em massa foram encontrados nos anos 1980 em Talheim (Alemanha) e em Asparn (Áustria). No entanto, elas não revelavam ataques tão brutais e evidências de tortura.

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(Da redação)

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