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Cientistas descobrem que pode existir água líquida em Marte

Presença de vida ainda é considerada improvável no planeta. De acordo com autor da pesquisa, "a radiação que atinge o planeta é tão intensa que esteriliza a água”

Por Juliana Santos
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h05 - Publicado em 13 abr 2015, 12h12

Dados do robô Curiosity na superfície de Marte indicam que o planeta vermelho pode conter água líquida. Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira na revista Nature Geoscience descreve a presença de perclorato de cálcio no planeta, uma substância semelhante a um sal que, misturada à água, permite que ela continue em estado líquido mesmo em temperaturas abaixo de zero.

A lógica é a mesma de quando, em países frios, se joga sal na neve para limpar estradas e calçadas. “Quando o gelo que se forma durante a noite na superfície de Marte, ele encontra essa substância e derrete, formando uma espécie de salmoura”, disse ao site de VEJA Morten Bo Madsen, professor e chefe do grupo de pesquisa sobre Marte do Instituto Niels Bohr, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca. Essa substância também existe na Terra, em locais como o Deserto de Atacama, por exemplo, mas em concentrações muito menores do que as encontradas no planeta vermelho.

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O robô Curiosity ainda não observou água líquida no planeta. A descoberta foi feita a partir de cálculos de umidade e temperatura, além da detecção de perclorato em todo o solo marciano. Segundo Morten Bo Madsen, é possível que exista água líquida na superfície do planeta ou logo abaixo dela, durante a noite ou no início da manhã. A água pode se manter permanentemente líquida por volta de 15 centímetros abaixo da superfície. “As medições foram feitas na região da Cratera Gale, que é próxima do equador de Marte, considerada uma das áreas mais secas do planeta. Quanto mais longe dali, maior a possibilidade de existir água líquida em maior concentração”, afirma.

Para o pesquisador, ainda não existe nenhum registro da presença de água líquida em superfície porque ela tende a aparecer durante a noite, o que dificulta a obtenção de imagens. Além disso, a água aparece em pouca concentração e logo migra para dentro do solo. “Eu não acho que vamos ver água líquida na superfície. No máximo um solo um pouco mais escuro por causa da umidade”, diz Madsen.

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Vida marciana – Mesmo com essa novidade, o cientista acha improvável a presença de vida no planeta. “A água (líquida) não é suficiente. Além disso, ela é extremamente salgada e fria, inadequada para a vida que conhecemos. A radiação que atinge o planeta é tão intensa que esteriliza a água”, afirma.

É possível, porém, que a vida marciana tenha existido um dia. Uma pesquisa recente mostrou que a região da Cratera Gale, onde o Curiosity está, já foi um grande lago no passado. Pedras arredondadas pelo movimento da água e sedimentos no solo são evidências disso. Nessa época, a atmosfera de Marte era mais espessa, como a da Terra, e protegia o planeta da radiação solar.

Isso aconteceu porque, sendo muito menor do que a Terra, Marte está esfriando mais rápido desde a sua formação, há mais de 5 bilhões de anos. “Marte perdeu muito calor e, com isso, seu campo magnético. Sem ele, a atmosfera é constantemente atacada pela energia solar, e foi se afinando com o passar dos anos”, diz o pesquisador. Junto com a atmosfera, muita água se perdeu, e as temperaturas baixaram para as que conhecemos hoje.

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