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Cientistas debatem nova definição de tempo e GMT pode virar história

Novo padrão deve unificar medidas diferentes de tempo usadas atualmente

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h56 - Publicado em 3 nov 2011, 09h42

Cinquenta cientistas de todo o mundo se reúnem a partir desta quinta-feira a portas fechadas, a noroeste de Londres, convocados pela prestigiosa Royal Society (veja quadro abaixo, à esquerda) para debater uma nova definição de tempo, que pode fazer o horário GMT constar apenas dos livros de história.

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ROYAL SOCIETY

Seu nome completo é The Royal Society of London for the Improvement of Natural Knowledge (Sociedade Real de Londres para o Progresso do Conhecimento da Natureza). Criada em 1660, é uma irmandande formada por representantes de todas as áreas científicas.

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GMT

Sigla para Greenwich Mean Time, ou Horário Médio de Greenwich, baseado no primeiro meridiano de Greenwich, que passa pelo Observatório Real, perto de Londres. Definido pela rotação da Terra, é usado como o marcador oficial do tempo. A oeste, o fuso é negativo; a leste, positivo. O fuso horário brasileiro, por exemplo, é GMT -3, ou seja, três horas a menos que o horário GMT.

Em 1972, o GMT foi substituído pelo UTC (sigla em inglês para Tempo Universal Coordenado), que se baseia no tempo marcado pelos relógios atômicos. É basicamente o mesmo horário do GMT, com algumas pequenas diferenças. O horário de Brasília, por exemplo, é UTC-3.

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O tema provoca comoção na imprensa britânica. Para o jornal Sunday Times é a “perda do horário GMT, símbolo durante mais de 120 anos do papel de superpotência da Grã-Bretanha vitoriana”.

O Greenwich Mean Time, baseado no primeiro meridiano de Greenwich, se tornou a referência mundial do tempo em uma conferência celebrada em 1884 em Washington.

“Compreendemos que o Reino Unido tenha este sentimento de perda”, declarou Elisa Felicitas Arias, diretora do Departamento de Tempo do Escritório Internacional de Pesos e Medidas, organismo com sede em Sevres, nas proximidades de Paris, responsável por definir o quilo e o metro.

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Tempo atômico – A nova definição propõe que se abandone definitivamente o tempo “solar”, baseado na rotação da Terra e medido pelos astrônomos há mais de 200 anos a partir do meridiano de Greenwich.

Na realidade, há 40 anos o mundo não é gerenciado pelo horário GMT, que continua sendo a hora oficial da Grã-Bretanha e ainda é utilizado amplamente no mundo como referência. Uma conferência internacional adotou em 1972 o “Tempo Universal Coordenado” (UTC), calculado em 70 laboratórios do mundo por 400 relógios “atômicos” (batizados assim porque o segundo é definido pelo ritmo de oscilação de um átomo de césio).

O tempo atômico tem a vantagem de ser muito mais preciso, mas difere por frações de segundo do tempo definido pela rotação da Terra. Atualmente, para guardar a correlação com rotação terrestre, um “segundo intercalado” é acrescentado aproximadamente a cada ano. Agora os cientistas propõem suprimir este segundo, abandonando com isto a correlação com o horário GMT.

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GPS – A mudança é necessária em consequência do funcionamento das redes de telecomunicações ou de navegação com a ajuda dos satélites através do GPS. “Estas redes precisam de uma sincronização do nível do nanosegundo”, explica Arias.

E como alguns sistemas aplicam o “salto” de um segundo e outros não, a interoperabilidade se vê comprometida. “Começaram a ser criadas escalas de tempo paralelas. Imaginem um mundo com duas ou três definições do quilo”, afirma Arias, alarmada.

Uma recomendação que propõe suprimir o segundo intercalado será submetida em janeiro à votação da União Internacional de Telecomunicações em Genebra. Se o texto for aprovado, o tempo atômico se afastará progressivamente do tempo solar, ao ritmo de um minuto a cada 60 ou 90 anos, e de uma hora a cada 600 anos.

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Diante das dúvidas, a conferência da Royal Society, a academia de ciências britânica, pode deixar aberta a possibilidade de ajustes futuros. “A conferência pode refletir outra maneira de correlacionar o tempo de rotação da Terra”, sugere Arias.

Uma possibilidade é adicionar uma hora a cada 600 anos. “Depois de tudo, pulamos uma hora como no horário de verão”, argumenta.

(Com Agência France-Presse)

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