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Brasileiros descobrem vírus gigante na Amazônia

Batizado de Samba, ele é doze vezes maior do que o vírus da dengue

Por Juliana Santos
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h12 - Publicado em 14 Maio 2014, 17h55

Um novo vírus gigante foi encontrado nas águas do Rio Negro, na Amazônia brasileira. O vírus batizado de Samba é o maior já identificado no país: ele tem doze vezes o tamanho do vírus da dengue e 100 vezes mais material genético. A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Universidade Aix-Marseille, na França, e o artigo que relata o achado foi publicado nesta quarta-feira, no periódico Virology.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Samba virus: a novel mimivirus from a giant rain forest, the Brazilian Amazon

Onde foi divulgada: periódico Virology

Quem fez: Rafael K Campos, Paulo V Boratto, Felipe L Assis, Eric RGR Aguiar, Lorena CF Silva, Jonas D Albarnaz, Fabio P Dornas, Giliane S Trindade, Paulo P Ferreira, João T Marques, Catherine Robert, Didier Raoult, Erna G Kroon, Bernard La Scola e Jônatas S Abrahão

Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais e Universidade Aix-Marseille, na França

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Resultado: O vírus gigante Samba, encontrado nas águas do Rio Negro, na Amazônia, é o maior já descoberto no país.

Em 2011, os pesquisadores coletaram 35 amostras de água do Rio Negro, em uma rota de 65 quilômetros, partindo de Manaus. Analisando as amostras em laboratório, os cientistas conseguiram isolar o vírus dentro de uma ameba – para se reproduzir, os vírus precisam parasitar outros organismos.

Segundo Jônatas Abrahão, professor de virologia da UFMG e principal autor do estudo, uma das possíveis explicações para o tamanho do Samba é a quantidade elevada de material genético necessária para a adaptação do vírus ao local onde ele vive. “O Rio Negro é um meio ácido, diferente de outros rios”, disse o pesquisador ao site de VEJA.

O vírus Samba codifica 1 000 proteínas, é composto por 1,2 milhão de pares de bases de DNA e tem 600 nanômetros de tamanho (cada nanômetro equivale ao milionésimo de um milímetro), ante 50 nanômetros do vírus da dengue.

Tamanho não é documento – Ainda não foi possível definir se esse vírus pode trazer consequências ao homem, mas Abrahão explica que o fato de ser maior e mais complexo não o torna mais perigoso. Os mimivírus (nome genérico dado aos vírus gigantes) já foram encontrados em animais e até em humanos. “Os mimivírus têm sido associados a casos de pneumonia, mas os estudos ainda não são conclusivos. Se isso for verdade, a doença deve se manifestar apenas em pessoas que já tiveram problemas imunológicos. Não acredito que um mimivírus seja a causa de uma epidemia”, afirma Abrahão.

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Os cientistas também anunciaram a descoberta de um vírus batizado de Rio Negro, que infecta o Samba. Por essa característica, o Rio Negro é classificado como um virófago, nome dado a um vírus que parasita outro. Ele é capaz de diminuir a multiplicação do Samba e provocar defeitos de formação nos “descendentes”. Abrahão acredita que o Rio Negro é importante para manter o Samba em equilíbrio. “O Samba infecta e destrói as amebas com muita facilidade. Sem o Rio Negro para refrear sua multiplicação, ele acabaria destruindo todas as amebas e sendo extinto também, já que não teria mais onde se reproduzir”, explica.

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Seres vivos – Durante muito tempo, os vírus não eram considerados seres vivos, por só serem capazes de se reproduzir quando parasitam outro ser. Abrahão afirma, porém, que grande parte dos estudiosos está mudando de ideia a esse respeito. Os vírus gigantes colaboram para essa mudança, pois sua complexidade genética mostra que também estão submetidos à evolução – e por isso devem ser considerados seres vivos.

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