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Brasileira decifra proteína relacionada ao maior desenvolvimento de plantas

Batizada de 'Samba', proteína inibe a divisão celular e sua ausência faz com que todo o vegetal cresça mais

Por Elida Oliveira
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h28 - Publicado em 9 ago 2012, 15h22

A pesquisadora brasileira Nubia Eloy, pós-doutora em biotecnologia de plantas, conseguiu decifrar uma proteína que, quando ausente, altera o fenótipo (características visíveis) da planta e interfere em seu crescimento, tornando maior todas as partes do vegetal, desde a semente até as folhas. Até então, mecanismos semelhantes de alteração genética em plantas tinham efeitos restritos às folhas, por exemplo. A descoberta representa avanço para a pesquisa com alimentos.

A sequência de imagens à direita (de cima para baixo) mostra o desenvolvimento maior da planta na ausência da proteína ‘Samba’ ()

Segundo Nubia, a descoberta pode fazer com que as plantações se desenvolvam mais rapidamente e tenham maior viabilidade econômica e alimentícia. Em homenagem ao Brasil, a pesquisadora batizou a proteína com o nome “Samba”. Os resultados do estudo dela, ao lado de colegas belgas e franceses, estão no periódico científico Pnas (Proceedings of the National Academy of Sciences) desta semana.

Eloy disse, em entrevista ao site de VEJA, que o estudo foi feito com a Arabidopsis, espécie de erva-daninha amplamente usada em pesquisas científicas com plantas. Ela pesquisava o ciclo celular de plantas no VIB, um instituto de ciência vinculado à universidade de Ghent, na Bélgica, quando se deparou com a proteína, até então desconhecida.

“Fui para a Bélgica estudar uma proteína já conhecida e descobri que outra proteína, ainda não descrita na ciência, interagia com a primeira, trazendo reflexos no desenvolvimento da planta. Sua ausência fazia com que o vegetal ficasse maior”, falou Eloy, que está em férias no Espírito Santo.

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Segundo ela, até então a ciência conhecia mecanismos que tornavam apenas parte das plantas maiores – como só as folhas, por exemplo. “Isso em plantas comestíveis não é interessante, porque geralmente o que serve de alimento são os grãos ou sementes”, falou. A descoberta foi patenteada.

Proteína reguladora – No artigo publicado no Pnas, Eloy descreve que a dimensão de uma planta é determinada pelo tamanho e pela quantidade de suas células, o que faz com que o processo de divisão celular esteja no foco dos estudos de desenvolvimento de plantas.

A proteína “Samba” atua justamente no mecanismo de divisão celular em embriões de Arabidopsis. A ausência da proteína no gene faz com que a divisão celular não seja inibida, e o resultado é que a planta se desenvolve de 40% a 94% mais.

Eloy conduziu o estudo na Bélgica, de 2008 até 2012. Os testes com plantas comestíveis, como o milho, já estão em curso, e os primeiros resultados devem ser obtidos em dois anos – período necessário para o desenvolvimento da planta. Ao término do experimento, será possível observar se a supressão da proteína em outras plantas tem o mesmo efeito que na erva-daninha do laboratório.

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