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Borboletas usam hibridização para sobreviver

Grupo formado por 70 cientistas sequenciou o código genético de borboletas da região amazônica para entender o processo evolutivo que garantiu a adaptação dessas espécies

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h36 - Publicado em 18 Maio 2012, 15h19

Borboletas com asas de cores vibrantes que vivem na floresta amazônica descobriram na troca genética uma excelente técnica de sobrevivência. Esse processo é explicado em artigo publicado nesta quarta-feira na revista Nature.

O estudo, conduzido por 70 cientistas de nove instituições diferentes, fez o sequenciamento genético completo de borboletas Heliconius. O resultado ajuda os pesquisadores a entender de que forma as cores das asas dessas borboletas, usadas como mecanismo de defesa contra os predadores, evoluíram ao longo do tempo.

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HIBRIDIZAÇÃO

Esse termo se refere ao cruzamento genético de indivíduos com características diferentes. Esse processo ficou bastante conhecido em estudo feito por Gregor Mendel (1822-1884), considerado pai da genética. O botânico explicou de que forma características são herdadas geneticamente ao cruzar diversos tipos de ervilhas e verificar de que forma características distintas se manifestavam nas gerações descendentes.

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Com o estudo do genoma desses animais, os autores descobriram que espécies muito semelhantes cruzaram entre si para favorecer indivíduos com asas de cores mais vibrantes, característica que favorece a adaptação dessas borboletas ao ambiente, já que a coloração forte serve como um alerta para que os predadores não as comam.

Esse tipo de troca entre espécies, também chamado de hibridização, é extremamente raro na natureza. Geralmente, esse processo pode resultar em morte porque a prole gerada pela mistura raramente tem uma vantagem competitiva. Em alguns casos, descendentes de hibridização são estéreis, como a mula, animal resultante do cruzamento de um jumento e de uma égua.

Por isso a surpresa quando os cientistas descobriram que, no caso estudado, as características cruzadas, que vieram de borboletas de espécies bastante próximas – a Heliconius timareta e a Heliconius elevatus -, ajudaram esses animais a se adaptarem melhor ao ambiente.

“O que mostramos é que uma espécie de borboleta pode ganhar um padrão protetor de cor de uma espécie diferente se elas cruzarem entre si – um processo bem mais rápido do que ter que desenvolver um novo padrão do nada”, explicou o pesquisador Kanchon Dasmahapatra, da Universidade de Londres.

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Olfato – O sequenciamento genético mostrou também que a antena dessas borboletas tem pequenos receptores, e suas minúsculas patas, papilas gustativas. Em teoria, essas borboletas não seriam capazes de cheirar ou sentir o gosto dos alimentos muito bem, por serem consideradas animais “visuais”, que usam a aparência para atrair parceiros e se camuflar.

“Em vez disso, aprendemos que elas têm um rico repertório de genes olfativos e de sensações químicas”, declarou Adriana Briscoe, da Universidade da Califórnia em Irvine.

(Com Agência France-Presse)

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