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‘Cidades podem e devem liderar transformação sustentável’, diz Bill Clinton

Ex-presidente participa do lançamento de uma meta ambiciosa: as maiores cidades do mundo pretendem reduzir as emissões de gás carbônico em um bilhão de toneladas por ano até 2030

Por Marco Túlio Pires, do Rio de Janeiro
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h33 - Publicado em 19 jun 2012, 00h34

“Se as cidades conseguirem mostrar que é possível reduzir as emissões, melhorando a qualidade de vida e a saúde pública no processo, mais cidades e nações terão o desejo de se comprometer e agir”, disse Clinton

Diante dos impasses sobre o texto final da Rio+20, com parágrafos que dependem de infindáveis negociações, pode estar nas mãos dos prefeitos a decisão de impacto mais imediato sobre a sustentabilidade no planeta. Pelo menos enquanto os chefes de estado não desembarcam no Rio, é certo que o anúncio desta terça-feira, a ser feito pelos líderes do C40 – uma rede de 58 cidades, incluindo Rio de Janeiro e Nova York – vai roubar a cena. Os prefeitos vão anunciar uma meta ambiciosa de redução das emissões de gases do efeito estufa: um bilhão de toneladas até 2030, com metas intermediárias. Além disso, o C40 vai inaugurar uma rede de cooperação entre metrópoles para lidar com lixo sólido urbano. Os depósitos de resíduos emitem grandes quantidades de metano, um dos maiores vilões do aquecimento global.

As 58 cidades que fazem parte do C40 representam 21% do PIB mundial, 14% das emissões de gases que aceleram o efeito estufa e concentram mais de 320 milhões de pessoas. As decisões dos prefeitos têm apoio de peso. Dos Estados Unidos, o ex-presidente Bill Clinton participa da Cúpula dos Prefeitos por vídeo conferência. Na segunda-feira, Clinton defendeu a importância das medidas que impactam a vida nas grandes cidades.

“Os prefeitos controlam 75% dessas emissões e seus impactos”, diz Clinton. “Se as cidades conseguirem mostrar que é possível reduzir as emissões, melhorando a qualidade de vida e a saúde pública no processo, mais cidades e nações terão o desejo de se comprometer e agir”, afirmou

Para superar a gigantesca meta de reduzir as emissões em um bilhão de toneladas de gás carbônico por ano até 2030 – o que seria equivalente às emissões do México e Canadá somadas -, as cidades vão dispor de ações como a troca da iluminação pública por luzes LED, a recertificação de prédios públicos e escolas, e a substituição do transporte público movido a combustíveis fósseis por fontes mais limpas, como biocombustível e energia elétrica gerada por fontes alternativas.

Os Estados Unidos, com o peso de sua economia, têm grandes problemas. E justamente por isso, quando adotam práticas sustentáveis, conseguem também grandes resultados. Los Angeles, por exemplo, está trocando todas as 140.000 estações de iluminação pública por luzes mais ‘verdes’. Houston está recertificando prédios públicos. São exemplos que inspiram cidades brasileiras, como São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, onde os transportes começam, aos poucos a ser movidos por eletricidade ou biocombustíveis.

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“A Rio+20 vai reconhecer o que as cidades já fizeram e o que mais conseguiriam fazer para construir um futuro sustentável”, diz Clinton. O ex-presidente diz que o investimento em soluções sustentáveis é um bom negócio porque as cidades conseguem economizar e assim terão mais dinheiro para crescer sem precisar de novas usinas de energia. “Existe um retorno de investimento enorme num futuro mais eficiente: mais empregos, economias mais fortes e mais qualidade de vida”, analisou.

Mudanças climáticas – Clinton rebateu as críticas dos céticos ao aquecimento do planeta. “O número de cientistas questionando as mudanças globais é altamente superestimado”, diz. “O debate sério não se trata de problematizar o aquecimento do planeta, mas o que vamos fazer e se isso está dentro das nossas capacidades agora”, argumenta. “Há resultados práticos que estão melhorando a vida das pessoas e fortalecendo a economia, é esse caminho que devemos perseguir”, diz.

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