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Bactérias vivem em condições semelhantes às de Marte

Microrganismos prosperam com baixas temperaturas, quase sem oxigênio e sem alimento orgânico, um ambiente bem parecido com o subsolo marciano

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h50 - Publicado em 16 dez 2011, 11h34

Cientistas americanos descobriram bactérias extremófilas (saiba mais) vivendo a baixíssimas temperaturas, quase sem oxigênio e sem consumir alimento orgânico, em tubos da lava de vulcões inativos no estado de Oregon. As condições nas quais os microrganismos vivem são muito similares às encontradas no subsolo de Marte e pode indicar onde a Nasa deve procurar vida no planeta vermelho. A agência espacial americana participou da pesquisa, que foi publicada na última edição da revista Astrobiology.

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EXTREMÓFILOS

São organismos que conseguem sobreviver em condições geoquímicas extremas, que matariam a grande maioria dos seres vivos conhecidos. Grandes profundidades no mar, leitos de vulcões ativos e ambientes ácidos, ricos em arsênio ou com pouco oxigênio são exemplos. Normalmente, micróbios são os únicos organismos que conseguem sobreviver nesses ambientes inóspitos.

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Estudando como isso acontece, os cientistas buscam prever como a vida pode se desenvolver em outros planetas, como Marte, que não tem uma atmosfera como a da Terra. Eles podem explicar ainda como a vida começou em nosso Planeta.

Nas condições inóspitas da cadeia de montanhas de Cascade, com temperaturas próximas às de congelamento e a mais de 1.500 metros de altitude, bactérias como a Pseudomonas sp. HerB prosperam com seu metabolismo conduzido pela oxidação do ferro da olivina, um mineral vulcânico comum, encontrado nas rochas do tubo de lava. “Este micróbio é de um dos gêneros mais comuns de bactérias na Terra”, disse Amy Smith, da Universidade do Estado de Oregon, um dos autores do estudo. “Você pode encontrar seus primos em cavernas, na sua pele, no fundo do oceano e em qualquer lugar. O que é diferente, neste caso, são suas qualidades únicas que lhes permitem crescer condições semelhantes às de Marte”, completou.

“Nós sabemos que a olivina está presente nas rochas marcianas e agora sabemos que esse mineral pode sustentar a vida microbiana”, disse Martin Fisk, professor no OSU’s College of Earth, Ocean, and Atmospheric Sciences. “As condições no tubo de lava não são tão duras como em Marte”, afirmou ainda. “Em Marte, a temperatura raramente chega ao ponto de congelamento, os níveis de oxigênio são mais baixos e, na superfície, a água líquida não está presente. Mas há a hipótese de a água estar presente no subsolo mais quente do planeta.”

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Segundo Fisk, essa reação entre o metabolismo de organismos e um mineral vulcânico comum ainda não havia sido documentada pela ciência. Em laboratório, os pesquisadores cultivaram as bactérias em um ambiente com nível natural de oxigênio e as alimentaram com comida orgânica (açúcar). A colônia se desenvolveu em grande velocidade. Depois disso, os cientistas diminuíram os níveis de oxigênio, a temperatura e retiraram a comida. E a colônia continuou a se desenvolver, tirando energia da olivina.

Os tubos de lava habitados pelas bactérias apresentam ainda marcas na rocha causadas pelos microrganismos. A Nasa já analisou um meteorito proveniente de Marte com marcas parecidas, mas sem nenhum sinal de vida.

A ideia de procurar esses organismos nos tubos partiu do professor Radu Popa, da Universidade do Estado de Portland. Popa estava acostumado a explorar cavernas na Romênia, seu país natal, e estava familiarizado com tais condições ambientais. Como esses ambientes são protegidos e existem na Terra e em Marte, Popa propôs a ideia de estudar os micróbios a partir deles para ver se a vida pode existir – ou poderia ter existido – no Planeta Vermelho.

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“Quando a temperatura e a pressão atmosférica em Marte foram maiores, no passado, os ecossistemas com base neste tipo de bactéria podem ter florescido”, disse Popa. “As impressões digitais deixadas por essas bactérias em superfícies minerais podem ser usadas por cientistas como ferramentas para analisar se já existiu vida em Marte”, concluiu.

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