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‘Autópsia’ indica que Tutancâmon não morreu em acidente

Análise da múmia descarta tese de morte em queda de biga e aponta que faraó, fruto de um provável incesto, pereceu por problemas de saúde congênitos

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h09 - Publicado em 22 out 2014, 00h42

A primeira “autópsia virtual” feita na múmia do mítico faraó egípcio Tutancâmon revela que ele não morreu em acidente de biga, como se pensava. A análise indica que ele provavelmente morreu por complicações derivadas de problemas de saúde congênitos. O programa Tutankhamun: The Truth Uncovered (Tutancâmon: a verdade revelada, tradução livre), que será exibido pela emissora BBC britânica no próximo domingo, documenta os exames realizados por vários especialistas, que investigaram que o jovem faraó, que governou no século XIV a.C., tinha um pé torto e, por ter sido fruto de um provável incesto, sofria com vários problemas de saúde congênitos.

A “autópsia” consistiu na análise de 2.000 imagens digitais – como ressonâncias, tomografias e exames de raio-x – e testes de DNA, que indicam que o rei egípcio, que ocupou o trono dos 9 aos 19 anos (1.332 a.C. – 1.323 a.C.), nasceu do incesto entre irmãos, de quem herdou uma doença nos ossos. Além disso, as imagens da cabeça e do corpo revelam que Tutancâmon tinha uma morfologia peculiar, com o lábio superior proeminente e quadris quase femininos, além da deformidade no pé.

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As análises indicam que, por causa desse problema – que o impedia de caminhar sem a ajuda de uma bengala -, Tutancâmon não estava capacitado para conduzir bigas, e por isso se descartou que sua morte tenha ocorrido em um acidente com esse veículo.

A perícia concluiu que o buraco em seu crânio, que anteriormente foi atribuído a um golpe que poderia tê-lo matado, foi feito depois de sua morte, para introduzir resina durante o ritual de seu embalsamamento. “Era importante comprovar sua capacidade para montar em uma biga e concluímos que isso não teria sido possível, especialmente por seu pé, pois ele não era capaz de ficar de pé sem ajuda”, declarou ao jornal The Independent Albert Zink, diretor do Instituto de Múmias da Itália.

Incerteza –Zink acredita que a causa mais provável da morte do faraó foi algum problema de saúde congênito, apesar de ter lembrado que o jovem rei teve malária, “por isso é difícil dizer se isso foi um fator importante em sua morte”. O especialista advertiu, no entanto, que são necessárias mais análises genéticas, com amostras de seus antepassados, para estabelecer até que ponto os problemas de saúde de Tutancâmon contribuíram para a sua morte.

Em todo caso, a análise feita na múmia do faraó de mais de 3.000 anos revela que a única lesão anterior ao seu óbito foi no joelho, o que respaldaria a tese de morte natural. Essa fratura aconteceu “pouco antes de sua morte e antes de ser embalsamado”, confirmou o radiologista egípcio Ashraf Selim, que também participou do programa da BBC.

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Desde o descobrimento da tumba de Tutancâmon no Vale dos Reis em 1922 pelo britânico Howard Carter, a figura do jovem faraó despertou grande fascínio, apesar da importância relativamente pequena do rei na história egípcia. A análise da múmia permitiu conhecer melhor a antiga cultura egípcia, especialmente os ritos funerários da realeza, e também propiciou várias hipóteses sobre a possível causa de sua morte.

O assassinato cometido por um sucessor ambicioso e complicações derivadas de uma lesão sofrida em um acidente de biga, assim como os efeitos da malária, foram algumas das teorias que mais prevaleceram, e que agora estão sendo refutadas por esta nova explicação que ressalta os problemas de saúde hereditários.

(Com Agência EFE)

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