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Autoconsciência em humanos é mais complexa e “espalhada” do que se pensava, afirma estudo

Cientistas que estudaram lesões de paciente afirmam que capacidade de autoconsciência não se limita a regiões especificas do cérebro

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h28 - Publicado em 23 ago 2012, 12h30

“Conhece-te a ti mesmo” dizia uma inscrição na entrada do templo de Apolo, em Delfos, na Grécia antiga. Os antigos filósofos gregos consideravam essa capacidade de “conhecer a si mesmo” como um dos ápices da humanidade. Agora, milhares de anos depois, neurocientistas apresentam novas explicações para a autoconsciência.

Uma equipe de pesquisa da Universidade de Iowa (EUA) concluiu que a autoconsciência é produzida por uma colcha de retalhos difusa que não se limita a áreas específicas do cérebro.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Preserved self-awareness following extensive bilateral brain damage to the insula, anterior cingulate, and medial prefrontral cortices

Onde foi divulgada: periódico Plos One

Quem fez: Carissa Philippi, David Rudrauf, Daniel Tranel, Gregory Landini, Antonio Damasio, Sahub Khalsa e Williford Kenneth

Instituição: Universidade de Iowa, Universidade do Sul da Calfórnia, Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), Universidade do Texas

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Dados de amostragem: Um paciente de 57 anos que sofreu lesões no cérebro

Resultado: A autoconsciência corresponde a um processo que não se limita a apenas uma região do cérebro.

Os neurocientistas acreditavam que apenas três regiões do cérebro eram fundamentais para a autoconsciência: o córtex insular, o córtex cingulado anterior e o córtex pré-frontal medial. Agora, os autores do estudo acreditam que o tronco cerebral, tálamo e o córtex póstero-medial também desempenham papéis no processo.

Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após estudarem um paciente com graves lesões nas regiões do cérebro que os cientistas acreditavam monopolizar a autoconsciência (o córtex insular, córtex cingulado anterior e córtex pré-frontal medial), uma oportunidade que foi considerada rara pelos cientistas.

Mesmo com essas lesões, o paciente, com 57 anos de idade, um homem com formação universitária que foi chamado de “Paciente R”, passou em todos os testes padrão de autoconsciência.

Ele também reconheceu a si mesmo em duas oportunidades – quando se olhou no espelho e ao observar fotografias suas que foram tiradas durante todos os períodos de sua vida.

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“O que esta pesquisa mostra claramente é que a autoconsciência corresponde a um processo cerebral que não pode ser localizada em uma única região do cérebro”, disse David Rudrauf, coautor do artigo, que foi publicado no dia 22 de agosto no periódico Plos One. “É mais provável que a autoconsciência surja de interações muito mais distribuídas entre redes de regiões do cérebro”.

Zumbi – Os pesquisadores observaram que os comportamentos do paciente R muitas vezes refletiam profundidade e discernimento, além de uma profunda capacidade de introspecção, uma das características mais evoluídas de autoconsciência.

“De acordo com pesquisas anteriores, esse homem devia ser um zumbi”, disse. “Mas, como temos mostrado, ele certamente não é um deles. Uma vez que você teve a oportunidade de conhecê-lo, você vai imediatamente reconhecer que ele é autoconsciente”, disse David Rudrauf.

“Durante a entrevista, perguntei a ele como ele descreveria a si mesmo para alguém”, disse Carissa Philippi, outra autora do estudo.

“Ele disse, ‘eu sou apenas uma pessoa normal, com uma memória ruim’. Claramente a neurociência está apenas começando a entender como o cérebro humano pode gerar um fenômeno tão complexo como a autoconsciência.”

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