Arqueólogo diz ter localizado tumba de Nefertiti
De acordo com o britânico Nicholas Reeves, túmulo da rainha egípcia está em passagens secretas dentro do complexo mortuário do faraó Tutancâmon
A localização da múmia da rainha egípcia Nefertiti é um dos grandes desafios da arqueologia. Mas o arqueólogo britânico Nicholas Reeves diz ter resolvido o enigma: os restos mortais da rainha estão em passagens secretas construídas na tumba do faraó Tutancâmon, no Egito.
Em 1922, o explorador Howard Carter descobriu o túmulo de Tutancâmon, filho do faraó Akhenaton, que foi casado com a rainha Nefertiti, intacto e em ótimo estado. A câmara, visitada por milhares de pessoas desde então, guarda mais de 5 000 artefatos, além da múmia e do sarcófago do faraó que morreu aos 19 anos. De acordo com Reeves, rachaduras e marcas nas paredes indicam também a existência de câmaras escondidas, que guardariam os despojos de Nefertiti.
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Tumba em 3D – Para chegar a essa conclusão, Reeves analisou imagens 3D de alta resolução do complexo mortuário, feitas por uma empresa espanhola de reconstruções de obras de arte, a Factum Arte. Esse conteúdo pode ser visto online, gratuitamente, desde 2014.
Em um artigo publicado no final de julho, Reeves afirma que, ao observar alguns detalhes das paredes, notou que elas podem abrigar duas câmaras secretas que foram fechadas e camufladas. Uma delas guardaria a múmia de Nefertiti, que viveu entre 1380 a.C e 1345 a.C. A outra é uma sala de armazenamento.
Reeves ressalta que sua descoberta ainda deverá ser testada por meio de técnicas modernas e mais precisas que não alterem as características da tumba de Tutancâmon e que podem facilmente ser empregadas pelos arqueólogos egípcios.
“Se eu estiver errado, estou errado. Mas se eu estiver certo, esta é potencialmente a maior descoberta arqueológica já feita”, declarou o arqueólogo em entrevista á revista britânica The Economist.
Sinais ocultos – Reeves baseou suas análises em alguns detalhes da tumba de Tutancâmon que ainda são misteriosos para os cientistas. Ele é mais “simples” que outros túmulos de faraós, que costumam ser suntuosos e imponentes. A explicação aceita até agora é que a tumba talvez não tenha sido feita exclusivamente para o faraó, que morreu precocemente e não deixou herdeiros. Mas, de acordo com Reeves, a câmara mortuária poderia ter sido preparada para a rainha e foi apressadamente adaptada para Tutancâmon.
Outras características, como o fato de o túmulo ser inclinado à direita do alicerce principal, típico da construção feita para rainhas e não reis egípcios, a máscara mortuária ter as orelhas furadas o que é comum em múmias femininas, e alguns artefatos que parecem ser “emprestados” de outros túmulos, apoiam a hipótese do pesquisador.
De acordo com ele, essas particularidades assinalam que a tumba da rainha era mais luxuosa que a de Tutancamôn e, por isso, o túmulo do faraó abriga peças que não foram usadas no sepulcro de Nefertiti.
(Da redação)