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Alta concentração de neurônios faz humanos dormirem mais, diz estudo

Pesquisa da neurocientista brasileira Suzana Herculano-Houzel sugere que as longas horas de sono fazem uma “limpeza” de toxinas produzidas pelas conexões cerebrais

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h01 - Publicado em 23 set 2015, 17h17

Costuma ser misterioso para os cientistas o motivo por que os períodos de sono são tão diferentes entre os animais. Os mamíferos podem dormir entre 3 horas, como os elefantes africanos, ou 20 horas, como os morcegos. Sabe-se que, quanto maior o animal, mais tempo ele passa acordado, mas por que isso acontece? De acordo com a neurocientista brasileira Suzana Herculano-Houzel, a razão por trás da disparidade é a concentração de neurônios no cérebro: quanto mais conexões mentais, mais tempo de sono é necessário.

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Para chegar a essa conclusão, publicada nesta quarta-feira (23) no periódico Proceedings of the Royal Society B, a pesquisadora comparou a densidade neuronal e as horas de sono de 24 espécies de mamíferos. O estudo explica que, além dos benefícios cerebrais e cognitivos, o sono tem o papel fundamental de promover uma “limpeza” no cérebro, momento em que são eliminadas algumas toxinas produzidas pelas conexões cerebrais (os chamados metabólitos). Assim, quanto maior a concentração de neurônios, mais toxinas produzidas e, consequentemente, mais sono seria necessário.

Por isso, o cérebro de um morcego, que tem concentração neuronal alta, precisa de muito repouso, enquanto o de um elefante, com densidade baixa de neurônios, fica “limpo” mais rápido.

Distúrbios do sono – Além disso, quanto maior um animal, mais energia ele requer para suas funções orgânicas e mais tempo precisa passar se alimentando – um elefante, por exemplo, passa 18 das 21 horas em que está acordado, comendo. A exceção são os seres humanos que, mesmo tendo uma concentração de neurônios alta, come pouco e dorme bastante.

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De acordo com a pesquisadora, a razão dessa “quebra” da regra está no ato de cozinhar. A estratégia permite obter o máximo de calorias em pouco tempo, liberando o período desperto para outras atividades.

Contudo, as horas de sono humanas se modificam durante as fases da vida – bebês dormem muito e idosos costumam ter noites mais curtas. De acordo com a pesquisadora, a concentração de neurônios se modifica proporcionalmente, pois os humanos costumam perder neurônios com a idade, precisando de menos horas de repouso.

Segundo a autora, a descoberta pode ajudar em futuros estudos na área, além do desenvolvimento de tratamentos para distúrbios do sono. “Esses resultados explicam muito bem a variação de sono necessária nos mamíferos e abre um grande número de novas possibilidades para o estudo do sono durante a evolução das espécies, desenvolvimento de funções cerebrais bem como a criação de drogas que alteram a quantidade de sono”, afirma a autora no estudo.

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(Da redação)

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