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Ação do vento, e não da água, pode ser responsável pela formação de montanha em Marte

De acordo com estudo, o Monte Sharp, um das formações sedimentares mais enigmáticas do planeta teria se formado pela ação do vento, e não pela deposição de partículas no fundo de um lago

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h20 - Publicado em 8 Maio 2013, 14h39

O Monte Sharp, montanha de 5,5 quilômetros de altura em Marte, pode ter se formado a partir da ação do vento, e não da água, como se pensava anteriormente. Para chegar a essa hipótese, pesquisadores da Universidade de Princeton e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, Estados Unidos, analisaram os ventos do planeta vermelho na região da Cratera Gale, no centro da qual está o Monte Sharp. A hipótese da formação dessa montanha a partir de sedimentos acumulados em um lago é uma das principais razões pela qual a sonda Curiosity pousou em Marte perto deste local, em agosto de 2012: para estudar se o planeta teve condições de abrigar vida.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Growth and form of the mound in Gale Crater, Mars: Slope wind enhanced erosion and transport

Onde foi divulgada: revista Geology

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Quem fez: Edwin S. Kite, Kevin W. Lewis, Michael P. Lamb, Claire E. Newman e Mark I. Richardson

Instituição: Universidade de Princeton e Instituto de Tecnologia da Califórnia

Resultado: Os pesquisadores levantaram a hipótese de que o acúmulo de sedimentos em Marte que levou à formação do Monte Sharp foi causado pela ação do vento, e não pelo acúmulo de sedimentos no fundo de um lago.

“Nosso trabalho não refuta a existência de lagos na Cratera Gale, mas sugere que os sedimentos que formaram o Monte Sharp foram depositados principalmente pela ação do vento”, afirma Kevin Lewis, um dos autores do estudo e integrante da equipe de cientistas envolvidos com a sonda Curiosity. O estudo foi publicado na edição de maio da revista Geology.

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Análises – No estudo, foram utilizadas imagens de satélite da Cratera Gale captadas pela câmera High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE), a bordo da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO). Os autores analisaram os detalhes topográficos do Monte Sharp e dos territórios ao redor e descobriram que as camadas que formam a montanha não se acumularam de forma horizontal e nivelada, como aconteceria com sedimentos depositados em um lago. Em vez disso, as partículas formaram um incomum padrão radial.

Os pesquisadores criaram um modelo de computador para testar como os padrões de circulação do vento podem ter afetado a deposição de sedimentos e erosão em uma cratera como a de Gale. Eles descobriram que a entrada e saída constante dos ventos pode ter limitado a deposição perto das bordas da cratera, ao mesmo tempo em que formou uma montanha no centro dela.

De acordo com os autores, as camadas mais altas do Monte Sharp ficam acima das bordas da cratera em diversos pontos. Como a Cratera Gale se localiza nas terras baixas no norte de Marte, se ela tivesse sido preenchida por água até a altura do Monte Sharp, todo o hemisfério norte do planeta teria sido alagado.

Análises do solo realizadas pela sonda Curiosity vão ajudar a determinar a natureza do Monte Sharp e do clima de Marte. Erosões pelo vento dependem de fatores específicos, como o tamanho das partículas que serão carregadas, então as informações obtidas pelo robô Curiosity vão ajudar a descobrir, por exemplo, a velocidade dos ventos em Marte. Na Terra, os sedimentos acumulados precisam de um pouco de umidade para se transformarem em rocha. Para Lewis, será interessante descobrir como as camadas do Monte Sharp se mantêm unidas e como a água pode estar envolvida nesse processo.

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