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Samba, suor e ilusionismo: a receita do carnaval mágico da Unidos da Tijuca

Coreógrafos e carnavalesco Paulo Barros suaram a camisa para encontrar um efeito à altura da comissão de frente do ano passado. E conseguiram

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 mar 2011, 19h40

Um dos trunfos da dupla foi manter os mesmos bailarinos do ano passado. O grupo esteve o ano inteiro junto fazendo shows particulares com a mágica usada em 2010. Ainda por causa da troca de roupas, eles têm espetáculo marcado até abril deste ano. Só em 2010, foram mais de 200 shows feitos pela comissão

A Unidos da Tijuca entrou na disputa pelo bicampeonato com um desfile arrebatador e surpreendente. Assim como no ano passado, a comissão de frente foi fundamental para deixar o sambódromo extasiado logo de início, e receptivo com o que viria a seguir. As cabeças dos 15 bailarinos que interpretaram Caronte, personagem da mitologia grega responsável por atravessar as almas dos mortos, caíam à altura da cintura, em um truque de difícil percepção no momento da passagem da agremiação pela passarela do samba.

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Os dois coreógrafos da comissão de frente da Tijuca, Rodrigo Negri e Priscilla Mota – bailarinos do Theatro Municipal – e o carnavalesco Paulo Barros reuniram-se dezenas de vezes para definir qual surpresa abriria o desfile. Foram madrugadas a fio. As conversas começaram no início do ano passado. Muitas ideias surgiram, mas nenhuma especial o suficiente para chegar ao nível da executada em 2010, quando bailarinos trocavam de roupa em uma fração de segundo.

Depois de longas pesquisas, em outubro do ano passado, o trio chegou finalmente ao formato visto na Avenida. “Nossa maior preocupação foi encontrar um efeito que causasse a mesma emoção de 2010. Para chegar a essa ideia foi muito complicado”, diz Rodrigo. Dessa vez, o objetivo não era a magia em si, mas o impacto. “Não pensamos em buscar o ilusionismo. Este era um truque inserido na coreografia. Ano passado, o foco eram os vestidos com a proposta de fazer mágica. Agora, ela foi usada como um recurso”, explica Rodrigo.

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Exatamente por isso, ele revela o truque deste ano. Mas nunca o utilizado em 2010. “Não contamos o do ano passado em respeito aos mágicos”, diz o coreógrafo. No deste ano, o efeito era dado por uma estrutura de ferro sob o casaco dos personagens. “A impressão que a cabeça caía era por causa dos ombros falsos”, revela.

Para chegar até esse resultado, além das infindáveis reuniões, a sombra do desfile de 2010 aterrorizou a dupla de coreógrafos. A expectativa sobre eles pesou. Sem medo, Rodrigo conta a contrapartida de ser inovador. “Todos queriam ver o que aprontaríamos. Foi o ano inteiro isso. Ficamos muito apreensivos e inseguros com o que iriam achar. Por isso, intensificamos os ensaios, e o público abraçou novamente a comissão. Vivemos o momento de 2010 de novo em 2011”, diz Rodrigo ao lembrar que, no final do desfile, todos os integrantes da comissão choraram de emoção.

Um dos trunfos da dupla foi manter os mesmos bailarinos do ano passado. O grupo esteve o ano inteiro junto fazendo shows particulares com a mágica usada em 2010. Ainda por causa da troca de roupas, eles têm espetáculo marcado até abril deste ano. Só em 2010, foram mais de 200 shows feitos pela comissão. No final de cada um, em vez de aparecer o nome “Tijuca” nas roupas das moças, surge a marca da empresa contratante. É uma forma de ajudar financeiramente a escola e os bailarinos.

Os dançarinos se encontravam três a quatro vezes por semana, para ensaiar e fazer os shows. “Foi muito mais fácil na hora de passar a nova coreografia. Mostrávamos o movimento e eles faziam. O grupo está muito afinado. Não perdemos tempo e não foi trabalhoso. A dificuldade foi passar a veracidade da cabeça caindo”, afirma Rodrigo.

No quarto ano formando dupla com Priscila e no segundo desfile ao lado de Paulo Barros, Rodrigo brinca dizendo que vai se aposentar. A cada ano, as expectativas aumentam, chegando ao ponto de o público achar que não há mais para onde a Tijuca avançar. “Vai ser uma loucura”, diz Rodrigo sobre o carnaval de 2012. Os integrantes da comissão de frente andam brincando que, para o próximo ano, Beyoncé e Ivete Sangalo surgirão na coreografia. Em se tratando do trio, nada é impossível. Ainda mais com os truques de ilusionismo.

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