Salomão Hayalla foi morto pela mulher
No remake de 'O Astro', Clô Hayalla (Regina Duarte) fez sucesso com as próprias mãos
Clô Hayalla (Regina Duarte) revelou-se a assassina de Salomão Hayalla (Daniel Filho) no remake de O Astro, que chegou ao fim nesta sexta. Além de ter atentado contra o bom gosto em seus penteados ao longa da trama, a madame também confessou ter jogado o marido da janela. O homicídio contra Salomão foi justificado como uma forma de proteger o filho Marcio (Thiago Fragoso), vítima constante de sua truculência. Na versão original, de 1978, o autor do crime foi Felipe (Edwin Luisi), personagem interpretado por Henri Castelli na adptação dos autores Geraldo Carneiro e Alcides Nogueira.
“Matei o Salomão com a mais absoluta tranquilidade espiritual, com a certeza de que eu estava libertando eu e meu filho de um ditador, um tirano, um monstro. Tragam as algemas, eu faço questão das algemas. Estou preparada para o escárnio da opinião pública”, discursou Clô após a grande revelação.
Se a personagem já beirava a loucura durante boa parte da trama, com seus gestos espalhafatosos, gritos e olhos arregalados, Clô pirou de vez no fim da trama. A confissão de que matou o marido foi dada em meio a gargalhadas e rodopios.
Outros dois personagens também tentaram matar Salomão Hayalla – todos ao mesmo tempo e um sem saber da intenção dos outros.
O mordomo (Pascoal da Conceição) foi o primeiro da fila. Inácio trocou comprimidos de antiácido por cápsulas da substância venenosa polônio, que foram ingeridas por Salomão. Em seguida, o magnata levou uma coronhada na cabeça do irmão Youssef (José Rubens Chachá) para ser definitivamente apagado pela mulher, que o atirou pela janela da mansão.
Após a revelação do mistério que, ao contrário da versão original de 1978, não mobilizou grandes especulações, os desfechos dos demais personagens seguiram a lógica do melodrama tradicional. Os vilões foram punidos, com a morte ou a cadeia, e os mocinhos tiveram final feliz.
Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi), que oscilou entre bandido e vítima, migrou para o lado do bem no final. Amanda (Carolina Ferraz) vai até Santa Fé, país fictício, onde o esotérico presta serviços de adivinhação ao seu presidente. Durante a visita, ela revela estar grávida do amado. Antes do final feliz, teve um tiroteio armado por inimigos políticos de Herculano. Como num passe de mágica, o esotérico aparece feliz ao lado do filho numa praia paradisíaca depois de ser alvejado pela metralhadora de um rebelde em Santa Fé.
Na Penha, Neco (Humberto Martins) acabou assassinado pela ex-sogra, dona Consolação (Selma Egrei). O próprio vilão morreu rindo da própria má sorte. Depois de fugir de bandidos peso-pesados como Natal (Antonio Calloni) e Samir (Marco Ricca), o mau caráter levou um tiro da mãe de Lili (Alinne Morais), enquanto tentava estuprar Lili, a Angelina Jolie da Penha. “Como pode alguém levar um teco de uma pessoa chamada Consolação?”, foram suas últimas palavras.
Samir, por sua vez, também teve uma conclusão punitiva e foi preso pela polícia federal. Antes disso, o vilão teve que ouvir um discurso sobre classes sociais por parte do delegado responsável pela prisão. “Há dias em que a classe dominante vai à cadeia e a classe operária vai ao paraíso”, disse o homem da lei em citação ao clássico do cinema político italiano A Classe Operária Vai ao Paraíso (1971), de Elio Petri.
Lili e Márcio terminaram trocando juras de amor sob os Arcos da Lapa. Pelo menos, o casal de mocinhos conseguiu ter um fim menos óbvio, sem gravidez ou criança nos braços.