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Rio dá a partida para a temporada 2011 da moda brasileira

Nos próximos dias, Píer Mauá vai sediar 60 desfiles e duas feiras de negócios, com expectativa de vendas superiores a um bilhão de reais

Por Aline Erthal
10 jan 2011, 11h33

“O Fashion Rio mostrou-se uma estratégia muito eficaz para incentivar o setor da moda. Em dez anos, mudamos completamente de patamar. Nossas grifes estão preparadas para o mercado nacional e internacional”, avalia Cristiane Alves, gerente do Senai Moda, braço fashion da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Mais de 60 desfiles e uma expectativa de vendas que ultrapassa R$ 1 bilhão. A temporada 2011 da moda brasileira começa hoje, no Rio, com a abertura das bolsas de negócios Fashion Business e Rio-à-Porter. A partir de amanhã, as passarelas do Fashion Rio – que este ano completa uma década – exibem as tendências para o outono/inverno. Os três eventos têm trajetórias diferentes que se confundem com a história econômica do Rio, e alçam o setor a um patamar que, dez anos atrás, pareceria longínquo.

De lá para cá, a indústria de moda do estado aumentou as exportações em 130%, passando de US$ 9,2 milhões para US$ 21,2 milhões por ano. O setor têxtil e de confecção é o segundo maior empregador, com mais de 92 mil postos de trabalho diretos e indiretos. Só na confecção, são 3.630 empresas, 30% mais do que em 2000.

“O Fashion Rio mostrou-se uma estratégia muito eficaz para incentivar o setor da moda. Em dez anos, mudamos completamente de patamar. Hoje as empresas já nascem com profissionalismo e inteligência para se estruturar. O setor percebeu que precisa traçar sua história com design, valor criativo, mas também com gestão eficiente. A mão de obra torna-se cada vez mais capacitada, proliferam cursos. Nossas grifes estão preparadas para o mercado nacional e internacional”, avalia Cristiane Alves, gerente do Senai Moda, braço fashion da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Paulo Borges, diretor da semana de moda carioca e também da São Paulo Fashion Week, compara os dois eventos com a ponta de uma pirâmide, que propaga para a base estratégias de criação, negócios, comunicação: “Eles contaminam desde as grandes grifes até as pequenas confecções, organizando o calendário produtivo da moda e apresentando inovações”.

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Eloysa Simão, na apresentação do Fashion Business
Eloysa Simão, na apresentação do Fashion Business (VEJA)

Alma carioca – A 18ª edição da semana de moda acontece no Píer Mauá até o dia 15, com o tema “Alma carioca – as pessoas, uma celebração”. Reúne marcas como Maria Bonita Extra, Cantão, Redley, Espaço Fashion, Totem, Walter Rodrigues e Melk Z Da e uma multidão que se acotovela às portas dos desfiles e quer, além de checar as tendências da estação, ver e ser vista.

Também no Píer, acontece o salão de negócios do Fashion Rio: o Rio-à-Porter, que passa a ter uma programação de desfiles própria. Juntos, os dois eventos esperam receber 90 mil visitantes. Os organizadores evitam falar em expectativa de venda para a feira, mas lembram que o crescimento costuma ser de 10% em relação à mesma estação anterior – o que significaria um volume de R$ 578,6 milhões milhões nesta edição.

A 3ª edição do Rio-à-Porter vai até o dia 12 e terá 169 expositores. As marcas do estado representam 71% deles, sendo 36% do interior. Minas Gerais é o segundo mais representado no salão, com 13%, seguido por São Paulo, com 6%. A feira receberá compradores nacionais e internacionais – entre eles, um representante da gigante inglesa Selfridges. Outros países que vão conferir os estandes são: EUA, França, Espanha, Itália, Grécia, Holanda, Portugal, Chile, Venezuela, Irlanda, Angola e Nova Zelândia.

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Fashion Business – Já o Fashion Business, embora não faça mais parte da programação do Fashion Rio, mantém o prestígio, o glamour e, principalmente, o foco nos negócios. O evento nasceu e cresceu dentro da semana de moda, na época em ela era coordenada por Eloysa Simão. A empresária saiu do comando do Fashion Rio, mas continua à frente da feira, que ganhou independência em relação à semana de moda e um nome maior: agora, chama-se Senac Rio Fashion Business. É esperado um aumento de 10% em relação à edição outono/inverno de 2010, que somou R$ 550 milhões para o mercado interno. Eloysa é poderosa. Tanto que, nesta estação, Cavendish e a Mara Mac migram do Fashion Rio para o Fashion Business. Juntam-se a outros 308 expositores (250 do segmento de moda de 12 Estados brasileiros e 60 de tecnologia), que serão visitados por 50 mil pessoas. A 17ª edição do evento, que vai até o dia 13 na Marina da Glória, terá como tema “Alquimia”, em uma referência à necessidade de se repensar valores e modelos de negócio.

“As marcas que participaram da última edição do Fashion Business fecharam 70% das suas vendas de toda a estação durante o evento”, diz Eloysa. Entre os compradores, os da região Sudeste se destacam, representando 41% do total. O Nordeste fica em segundo lugar, com 22%, e em terceiro vem o Sul, com 19%.

Ao contrário da feira do Fashion Rio, o evento de Eloysa Simão não convidou compradores internacionais desta vez. A empresária acredita que a Europa e os EUA, em crise, não são grandes mercados compradores da moda brasileira. “Este é o momento de voltarmos os olhos para o mercado interno”, diz.

Tanto Rio-à-Porter quanto Fashion Business só não crescem mais por falta de espaço. A fila de espera para as grifes montarem seus estandes aumenta a cada edição. “A feira é uma vitrine, é onde todos querem estar”, diz a estilista Anna Bond, da grife Eloah, que participa pela primeira vez do Rio-à-Porter. A marca espera vender R$ 200 mil na estreia.

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