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Quem ficará com Herculano Quintanilha?

Remake de O Astro chega ao fim nesta sexta com maior destaque para o romance do que para o mistério sobre o assassinato de Salomão Hayalla, que parou o país em 1978. Tática acertada pavimentou caminho para a faixa de novelas das 23 horas na TV Globo

Por Mariana Zylberkan
28 out 2011, 12h58

Quem matou Salomão Hayalla? A poucas horas do último capítulo de O Astro, é quase nula a especulação em torno do crime que parou o país em 1978, ano da primeira exibição da novela. Os telespectadores querem mesmo saber se Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) e Amanda (Carolina Ferraz) serão felizes para sempre. A mudança na expectativa quanto ao desfecho da trama evidencia a tática usada pelos autores Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro para dar novo fôlego ao folhetim. No lugar da fórmula hoje desgastada do “quem matou”, o romance cálido do casal protagonista, circundado por dramalhões, nudez e pancadaria pesada. Deu certo. A novela teve audiência de mais de 25 pontos na Grande São Paulo e pavimentou caminho para a faixa das 23h na TV Globo, que deve contar com Gabriela em 2012.

Enquete: Quem matou Salomão Hayalla?

“Os adaptadores foram felizes em imprimir um tom escancaradamente passional na maioria dos personagens, sem abrir mão do melodrama da novela de 1977”, analisa Mauro Alencar, doutor em Teledramaturgia Brasileira e Latino-Americana pela USP e membro da Academia de Artes e Ciências da Televisão de Nova York. Para Alencar, outro ponto positivo do remake foi a adaptação dos dramas da família Hayalla e dos demais personagens para o século XXI.

As duas coisas, tom passional e atualização, estão ligadas, como dá a entender Geraldo Carneiro. “Os tempos são outros. Optamos por uma trama ágil, com histórias que se entrelaçam, tentando manter o suspense até o fim”, explica Geraldo Carneiro. “Talvez os espectadores de hoje não aguentassem ficar presos ao ‘quem matou’ durante toda a novela.”

Se alguns elementos da trama original mantidos nesta versão chegaram a causar estranhamento junto ao público, como a atuação cheia de caras e bocas de Regina Duarte no papel da perua Clô Hayalla, o novo texto e a nova direção deram um jeito de tudo fazer sentido. Até expressões derramadas de paixão de Janete Clair como “colher o grito dos meus tormentos” acharam seu lugar no conjunto, redondo no final das contas.

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A elevação da temperatura nas cenas de romance contribuiu para equalizar esse quadro. O calor foi permitido pelo horário. Logo nos primeiros capítulos, as atrizes Guilhermina Guinle e Carolina Ferraz deixaram os seios à mostra em cenas de sexo com Samir (Marco Ricca) e Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi), respectivamente. A fórmula foi tão certeira que a Globo quer repetir – não à toa a segunda novela anunciada para a faixa será baseada em uma das obras mais fogosas de Jorge Amado, que completaria cem anos no ano que vem.

Para Geraldo Carneiro, porém, o horário foi também um desafio. “Ele nos obrigou a manter um ritmo ágil, para o espectador não dormir. Caso contrário, teríamos uma novela-lexotan”, conta. Por isso, além do sexo os autores lançaram mão da violência. As brigas entre os personagens Neco (Humberto Martins) e Natal (Antonio Calloni) foram dignas de filmes de ação. As cenas incluíram explosão de carro, cenas de pancadaria e tortura que lembrou a morte do jornalista Tim Lopes: Natal prendeu Neco em pneus encharcados de gasolina e ameaçou queimar o rival.

O clima eletrizante entre Neco e Natal só perdeu mesmo em repercussão – e fervor – para as tomadas com alto teor de sensualidade de Herculano e Amanda. A pegação entre os personagens foi tão constante na trama que, fora dela, chegou a se cogitar que Rodrigo Lombardi havia se separado para viver um romance real com Carolina Ferraz. Era apenas mais um truque de ilusionismo do bruxo Herculano Quintanilha, esclareceu o ator.

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