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Por que o Wikileaks não gostou do filme ‘O Quinto Poder’

De acordo com Julian Assange, o filme foi feito para denegrir a imagem do Wikileaks. No entanto, o longa narra o ponto de vista de pessoas que conviveram com ele e desmistificam a imagem heróica do jornalista

Por Da Redação
23 out 2013, 18h02

O Wikileaks não escondeu a alegria pelo fracasso de bilheteria do filme O Quinto Poder, que retrata a história real da organização sem fins lucrativos que publica arquivos de fontes anônimas vazadas de governos e grandes empresas. Segundo analisou o site do jornal americano The Washington Post, das 21 publicações no Twitter do grupo na última segunda-feira, doze celebravam o fracasso de bilheteria da estreia do longa dirigido por Bill Condon, que arrecadou 1,6 milhão de dólares no primeiro fim de semana em cartaz nos Estados Unidos.

De acordo com o site, o órgão e seu principal editor e porta-voz, o australiano Julian Assange, vêm reclamando publicamente a respeito da gravação do filme, considerado por eles um retrato injusto dos eventos ocorridos em 2010, quando mais de 250 000 arquivos confidenciais e telegramas diplomáticos de membros do governo americano foram vazados. “O filme não conta a história de Julian Assange, nem dos funcionários do Wikileaks, como Sarah Harrison, Joseph Farrell ou Kristinn Hrafnsson”, disse um representante da organização.

A insatisfação foi tanta que o grupo produziu Mediastan, um documentário com a versão oficial e autorizada da história, liberado gratuitamente na internet no mesmo fim de semana da estreia do filme. O boicote, no entanto, comprova a necessidade desesperada de Assange e companhia de abafar o olhar de outras pessoas sob a história contada.

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O roteiro de O Quinto Poder foi baseado em dois livros. Um deles é Os Bastidores do WikiLeaks, publicado no Brasil pela editora Campus Elsevier, escrito por Daniel Domscheit-Berg, um dos primeiros porta-vozes do Wikileaks, demitido em 2010 após discordâncias com Assange. No livro, Domscheit-Berg descreve Assange como um homem instável, paranoico e obcecado por poder.

O outro é WikiLeaks: A Guerra de Julian Assange Contra os Segredos de Estado, escrito pelos jornalistas David Leigh e Luke Harding, ambos do jornal britânico Guardian, e lançado no Brasil pela Verus Editora. No relato feito pelos repórteres da publicação, Assange é apontado como um “amador” que já declarou não se importar se seus informantes forem mortos por causa de informações vazadas por ele.

Logo, a perspectiva narrada no filme, que mostra as falhas do líder do Wikileaks, não agradou o jornalista. Assange até mesmo acusou os envolvidos na produção de estarem “comprometidos” com o governo americano em passar uma imagem ruim da organização.

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O caso tem semelhanças com o longa A Rede Social, baseado no livro Bilionários por Acaso: A Criação do Facebook, que relata a história de Mark Zuckerberg e o nascimento da popular rede social. O presidente do Facebook também não ficou nada feliz ao ser retratado como foi e disse na época que o filme não mostrava a realidade corretamente.

Se O Quinto Poder se tornasse sucesso de bilheteria, Julian Assange teria que se esforçar muito mais para recuperar a reputação da organização do que Zuckerberg precisou, uma vez que o Wikileaks nunca foi querida como o Facebook, principalmente nos Estados Unidos. Mesmo após os vazamentos de informações em 2010 a respeito da Guerra no Afeganistão, uma votação contabilizou que 68% de americanos consideravam o Wikileaks uma ameaça ao interesse público, e 59% queriam que Assange fosse preso.

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