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Parque Olímpico começa a virar a Cidade do Rock

Área de 123 mil metros quadrados receberá três edições do festival antes de virar área de lazer para os atletas nos Jogos Olímpicos de 2016

Por Rafael Lemos
30 jul 2011, 11h24

“Em 1985, ninguém sabia como fazer um festival aqui no Brasil. Precisávamos trazer técnicos e outros profissionais lá de fora”, lembra o engenheiro Walter Ramires.

A menos de dois meses do quarto Rock in Rio no Brasil, o terreno que deverá abrigar a Cidade do Rock até 2015, para três edições do evento, entrou na reta final de construção e tem inauguração prevista para daqui a uma semana, no próximo dia 6. Às margens da Lagoa de Jacarepaguá, o espaço de 123 mil metros quadrados – também chamado de Parque dos Atletas – servirá, durante as Olimpíadas, como área de convivência e lazer para as delegações. Depois, ficará como legado para uso da população.

O parque será o primeiro eqipamento dos Jogos de 2016 a ser entregue – faltando cinco anos para a competição. Com oito meses de duração, as obras custaram mais de 44 milhões de reais e foram executadas pela RioUrbe, empresa vinculada à Secretaria Municipal de Obras. A maior parte dos tapumes já foi retirada, permitindo assim a visão dos motoristas que passam pela Avenida salvador Allende, em Jacarepaguá. A montagem do palco principal teve início há cerca de 15 dias.

Basta uma breve espiada para notar que, de 1985 para cá, muita coisa mudou no festival. E não era para menos, afinal, esta será a décima edição no evento – que já foi realizado três vezes no Rio, quatro em Lisboa e duas em Madri. O amadorismo romântico daquele tempo foi substituído por um projeto sofisticado, que agrega as experiências acumuladas ao longo de todos esses anos.

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O engenheiro carioca Walter Ramires, de 59 anos, testemunhou de perto a metamorfose sofrida pelo Rock in Rio ao longo dos anos. Ele trabalha na montagem do Rock in Rio desde a primeira edição. Hoje, no cargo de diretor de Engenharia do evento, Ramires comemora a sua volta ao país, depois de ter passado oito anos em Portugal e na Espanha devido ao festival.

“Em 1985, ninguém sabia como fazer um festival aqui no Brasil. Precisávamos trazer técnicos e outros profissionais lá de fora. Também importamos o som e a estrutura de palco. Mas aquela primeira edição foi fundamental, foi um salto inacreditável para nós. Aprendemos muito”, lembra Ramires.

Na época, a saída encontrada foi copiar, quase que integralmente, a estrutura de palco do Queen, a maior atração do festival e a primeira a assinar contrato. A banda de Freddie Mercury estava no auge e viajava o mundo com a turnê do disco The works, lançado no ano anterior. A única adaptação foi no sistema de iluminação, que ganhou spots direcionados para o público.

Da lama à grama – Quando os portões da Cidade do Rock se abrirem, no dia 23 de setembro, será fácil ver a diferença. O lamaçal de 25 anos atrás terá dado lugar a 40 mil metros quadrados de grama sintética. A área ainda foi aterrada para receber 600 toneladas de material, sendo 121 toneladas apenas de equipamentos de som.

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No entanto, uma das mudanças mais importantes diz respeito, é claro, à qualidade do som. Em 1985, os solos de guitarra emanavam, única e exclusivamente, de um imenso paredão de amplificadores e caixas de som localizado no palco. Com o tempo, os festivais mundo afora – incluindo edições posteriores do Rock in Rio – passaram a distribuir o som em torres espalhadas pelo terreno. No entanto, havia o inconveniente de as caixas de som atrapalharem a visão de boa parte do público.

“Aqui teremos 10 torres, com 15 metros de altura e apenas 35 centímentros de espessura. Cada uma delas aguenta quatro toneladas de equipamento. O mais importante, no entanto, é que a visão do público será preservada. E, depois do festival, elas serão esculturas para embelezar o parque”, explica Ramires.

Segundo o diretor de Engenharia do festival, o maior desafio é garantir um ambiente cada vez mais confortável para um público enorme. “O mais importante é dar conforto. O Rock in Rio é um festival família, que atrai desde crianças até idosos. Na Europa, tem gente que leva os bebês dentro do carrinho. Outros sentam na grama sintética, como se estivessem no tapete de casa”, afirma.

A Cidade do Rock receberá 100 mil pessoas por dia. Mas a velocidade com que os ingressos foram vendidos sugere que há uma demanda muito maior. No entanto, o engenheiro defende que este é o número ideal para garantir o conforto do festival.

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“Acho legal o festival lotado. Essa coisa do tato, das pessoas se esbarrando, faz parte e é importante. Na arquitetura, precisamos levar em conta o tato, a audição, o olfato. Mas acho que também é importante ter um limite para manter o conforto. Acho que 100 mil pessoas por dia é o ideal. Além do mais, 100 mil é muita gente. Hoje, o Maracanã só recebe 80 mil torcedores. Nos estádios da Europa, esse número é de 40 mil a 50 mil. O fato é que a América Latina não tem um lugar como esse que temos aqui”, argumenta Ramires.

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