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P9, Fly e The Jump – a nova geração das boybands brasileiras

Gravadoras embarcam no sucesso de grupos estrangeiros e lançam suas versões de boybands com meninos bonitinhos e que até cantam bem

Por Carol Nogueira
20 jul 2013, 10h48

O sucesso de boybands como o New Kids on the Block, no fim dos anos 80, e o de Backstreet Boys e ‘N Sync, nos anos 90, fez surgir no Brasil artistas semelhantes como Dominó e Br’oz, que tentavam repetir por aqui o sucesso dos estrangeiros. Agora, com a popularidade das boybands britânicas One Direction e The Wanted, novos produtos derivados começam a aparecer no Brasil. Três novas bandas brasileiras estão se lançando no mercado com a missão igualmente ousada e difícil de tentar repetir por aqui a fórmula de sucesso que consagrou esses grupos lá fora, com rostinhos bonitos que cantam música pop e miram o público teen: P9, Fly e The Jump.

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De acordo com relatório da International Federation of the Phonographic Industry (IFPI) divulgado no começo deste ano, o sucesso do One Direction impulsionou o crescimento da indústria no ano passado, quando foi o único a emplacar dois álbuns entre os 10 mais vendidos no mundo: seu disco de estreia, Up All Night, foi o terceiro, com 4,5 milhões de cópias, e o segundo, Take Me Home, o quarto, com 4,4 milhões de cópias. E a fama paga: de acordo com o tabloide inglês The Daily Mail, cada um deles acumulou em 2012 fortuna estimada em 15 milhões de libras (50 milhões de reais). No Brasil, a venda de discos nesse nicho não é tão expressiva (o One Direction, por exemplo, vendeu cerca de 250 000 cópias por aqui, o mesmo que vende uma Paula Fernandes). As bandas que vinham atingindo esse público pré-adolescente e adolescente, como NX Zero, Fresno e Restart, perderam força nos últimos anos. E, assim, os artistas estrangeiros que miram esse público fazem a festa lotando shows por aqui. Exemplo disso é o Z Festival, criado pela produtora XYZ Live em 2011 e que se tornou um dos principais produtos da empresa após trazer nomes como Justin Bieber, Demi Lovato, The Wanted e Big Time Rush ao país, com ingressos que vão até 480 reais. Os bilhetes para os shows que o One Direction fará em São Paulo só em maio do ano que vem, aliás, já se esgotaram, a quase um ano de o evento acontecer — e chegam a custar até 600 reais. São números bastante vistosos para uma indústria que, em tese, está em crise.

O grupo carioca P9 (pronuncia-se “pi nine”, em inglês, uma referência ao Posto 9, em Ipanema) é a grande aposta da gravadora Sony Music, e emplacou no início do ano o seu primeiro single (My Favorite Girl) na trilha sonora da novela das nove da TV Globo Salve Jorge. Formado há cerca de dois anos no Rio de Janeiro por Igor Von Adamovich e Michael Band, tem como mentor o empresário inglês Jason Herbert. Ex-integrante da boyband Big Fun (que teve sucessos como Can’t Shake the Feeling no fim dos anos 80), foi ele quem “criou” a banda. Usando os seus conhecimentos da indústria, ele usou a mesma fórmula que uniu grupos como as Spice Girls e usou audições para escolher os outros membros do P9, Jonathan Couto e Guilherme dos Santos. “Eu palpitei um pouco, mas a minha ‘voz’ não era tão alta”, conta Von Adamovich. Foi também o empresário quem elegeu o produtor Venus Brown, seu sócio, para produzir o disco de estreia deles, gravado em tempo recorde de 20 dias em Nova York — para aproveitar o sucesso — e lançado na semana passada.

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A ideia é que os garotos façam sucesso também no exterior. “O Brasil está em alta. Todo mundo está de olho no país por causa da Copa do Mundo”, explicou Herbert em entrevista ao site de VEJA. Por isso, as músicas do quarteto são todas em inglês. “Passamos dois anos ensaiando, e eles tiveram de aprender o idioma, pois não falavam nada quando eu os conheci”, afirma. Herbert, então, apresentou os garotos para o presidente da Sony Music (a gravadora do One Direction) no Brasil, Alexandre Schiavo. Ex-jurado do programa de TV Popstars, que montou Rouge e Br’oz, Schiavo gostou do que viu e os contratou. Segundo o presidente, os envolvidos na produção do grupo (a Sony, a produtora Day 1 e Herbert) já gastaram cerca de 1 milhão de reais. “É um investimento alto, mas acreditamos que eles têm capacidade de estourar e de vender mais de 1 milhão de discos”, diz. O primeiro show aconteceu só em abril deste ano, mas o grupo já é bastante conhecido entre as adolescentes. No dia da entrevista, um grupo os esperava na porta do escritório da gravadora, para pedir autógrafos e tirar fotos.

Paulo, Nathan e Caique da banda Fly
Paulo, Nathan e Caique da banda Fly (VEJA)

Fly – Além do P9, há ainda a banda paulistana Fly, que se prepara para lançar o seu disco de estreia e que já tem um EP em formato digital disponível para escutar na internet. Formado pelos garotos Paulo Castagnoli, Caique Gama e Nathan Barone, o grupo também aposta no formato com destaque nas vozes. Gama diz que ele e Castagnoli queriam formar uma banda tradicional de pop rock, mas nenhum deles tocava nenhum instrumento que não o violão. “Vimos que tinha essa onda de boybands que só cantavam e embarcamos”, afirma. “O pop brasileiro está em alta, principalmente com o sucesso de gente como Anitta e Naldo”, diz.

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Bruno, Hugo e Brad da banda The Jump
Bruno, Hugo e Brad da banda The Jump (VEJA)

The Jump – O grupo fluminense The Jump ainda não tem gravadora ou produtora grande para se apoiar, mas já tem seus fãs no Rio de Janeiro. O grupo, formado em Teresópolis, também no Rio de Janeiro, por Bruno Alves, Brad Queiroz e Hugo Rocha, também aposta no formato de vozes e rostinhos bonitos. Por enquanto, apostam em covers de grupos como o One Direction, mas já preparam material próprio. “O mercado está focado nisso”, diz o empresário da banda, Fernando Rocha. Segundo ele, todos os meninos têm formação musical (Bruno fez aulas de canto, Brad toca piano e violão, e Hugo toca teclado e violino), no entanto, as habilidades instrumentais foram deixadas de lado por enquanto. Tudo para tentar ser o próximo Harry Styles.

Estratégia online – Assim como o One Direction, os brasileiros já perceberam que o lugar para fisgar a nova geração é a internet. O grupo inglês, que estourou na rede e usa até hoje o Twitter como ferramenta para entreter os fãs nos shows, serve de modelo para a divulgação dessas bandas também. A campanha de marketing do P9, por exemplo, foi toda feita nas redes sociais, com uma página no Facebook que postava fotos e informações dos meninos, e vídeos e músicas sendo postadas no YouTube.

A Fly, então, é especialista em divulgação online. Antes de a banda existir, um de seus integrantes, Caique Gama, já era famoso no Twitter por conversar com seus seguidores via Twitcam, um vídeo exibido ao vivo no site, o que o fez ser convidado para ser um dos “colírios” da revista CAPRICHO, publicada pela Editora Abril (que também edita VEJA). O primeiro EP do grupo foi disponibilizado de graça na internet, seguindo bem a tendência atual, e até o terceiro membro da banda, Nathan Barone, foi achado por eles no YouTube. A The Jump também entende a importância da internet: apesar de ser a menor das três, tem um site digno de banda que já está estourada.

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