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O público venceu Boninho: Daniel está fora do BBB

Movimento nas redes sociais obrigou diretor do Big Brother a recuar e tirar do programa participante suspeito de abuso sexual. Monique vai depor nesta terça

Por João Marcello Erthal e Cecília Ritto, do Rio de Janeiro
16 jan 2012, 21h08

Desfecho do episódio mostra que, felizmente, J.B. Oliveira continua mandando muito dentro do Projac, mas não pode, fora dos muros da Globo, dizer qual é o limite da lei

“Atenção. Daniel está eliminado do Big Brother Brasil”. A frase do diretor J.B. Oliveira, o Boninho, dita a contragosto, pôs para fora do BBB o modelo de 31 anos que se tornou pivô da suspeita de abuso sexual no reality show. O programa cumpriu assim, ainda que por vias não convencionais, uma promessa: a de expulsar da casa quem o público escolher. Daniel foi fuzilado não no paredão do BBB, mas nas redes sociais, onde a suspeita de que ele se aproveitou da embriaguez de Monique criou uma espécie de votação paralela, com celebridades e gente comum pedindo a saída do ‘brother’. Boninho tentou tirar o caso do caminho da polícia, dizendo que, segundo Monique, não houve violência. Não funcionou.

O desfecho do episódio mostra que, felizmente, J.B. Oliveira continua mandando muito dentro do Projac, mas não pode, fora dos muros da Globo, dizer qual é o limite da lei. No entender do diretor, a palavra de Monique, interessada em continuar no reality e em ganhar um milhão e meio de reais, bastou para elucidar o caso. Mas se há a suspeita de que ela estava inconsciente sob o edredom, há indício de crime. Monique afirmou que houve carícias, e o movimento do edredom confirma isso.

Boninho, diretor do Big Brother Brasil
Boninho, diretor do Big Brother Brasil (VEJA)

Boninho, ainda assim, preferiu emitir um veredito particular do caso: deu entrevista à Folha dizendo que não houve abuso, e que a reação do público tinha componentes de “racismo”. A opinião da emissora mudou bastante depois da visita que, na tarde desta segunda-feira, policiais civis fizeram ao Projac.

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O inquérito aberto pela 32ª DP (Taquara), por ordem do delegado Antônio Ricardo, investiga “estupro de vulnerável”. É o que prevê o artigo 217-A do Código Penal Brasileiro, com pena de reclusão de 8 a 16 anos para quem tem “conjunção carnal ou pratica ato libidinoso com menor de 14 anos”; ou com alguém que, por “enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”.

Monique apresenta um relato confuso do ocorrido no quarto ‘floresta’. Ora diz que acordou sem o shortinho, depois diz que já dormiu sem ele. Admite que estava bêbada, e tudo aquilo que o público pôde ver no canal ‘pay per view’ do BBB. Se houve, e o quanto houve de abuso a investigação vai descobrir a partir do depoimento que a jovem dará à Polícia Civil na manhã desta terça-feira. E é importante não condenar nem julgar os envolvidos antes que a polícia faça o seu trabalho.

Num primeiro momento, é possível que o BBB alcance marcas históricas de audiência, motivadas pela curiosidade natural do público sobre o que se passou e o que se passará no programa. Mas a lição da suspeita de abuso sexual para os reality shows e para a Globo pode não ser tão saborosa. A despeito do apetite por sangue e sexo, combustíveis de tantos programas do gênero, o telespectador mergulhado em um reality não está tão desconectado da realidade a ponto de comprar como verdade absoluta o que, sabidamente, é uma versão editada dos fatos. Nem a ponto de confundir diretor de TV com juiz de direito. Se o público e as emissoras souberem tirar proveito do episódio do edredom, valeu a pena colocar Boninho no paredão.

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