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O público de animações mudou, diz diretor de ‘Frozen: Uma Aventura Congelante’

A animação da Disney chega aos cinemas brasileiros nesta sexta-feira com várias indicações a prêmios e arrecadação assombrosa no mundo

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 jan 2014, 07h14

O ano de 2013 não foi dos melhores para os fãs de animações. Poucas foram as – boas – produções lançadas, o que resultou no baixo número de indicados a prêmios, como o Globo de Ouro. Em 2012, foram cinco as produções apontadas na categoria de melhor animação do prêmio, já em 2013, apenas três. Esse cenário só potencializou o desempenho de Frozen: Uma Aventura Congelante, que estreou em novembro passado nos Estados Unidos e que chega aos cinemas brasileiros nesta sexta.

Elogiado pela crítica estrangeira, o longa foi indicado no Globo de Ouro ao prêmio de melhor animação e de melhor canção original por Let It Go, interpretada pela atriz Idina Menzel. A arrecadação nos países em que já estreou é surpreendente: 515,3 milhões de dólares no mundo, 271,8 deles só nos Estados Unidos.

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O filme, inspirado no conto A Rainha da Neve, de Hans Christian Andersen, conta a história de Elsa e Anna, princesas do reino de Arendelle. Elsa tem o poder de congelar objetos e provocar verdadeiras nevascas, algo que é escondido de sua irmã mais nova. Quando os pais das moças morrem, Elsa assume o reinado, mas, por causa de um acidente durante a celebração, revela seu segredo e congela toda Arendelle. Assustada, deixa o lugar e se refugia nas montanhas, mas Anna vai em seu encontro, acompanhada de Kristoff, um vendedor de gelo que tem seu negócio prejudicado pela nevasca que atingiu o reino.

Para os diretores da animação, Chris Buck (de Tá Dando Onda, 2007, e Tarzan, 1999) e Jennifer Lee (de Detona Ralph, 2012), o sucesso do filme deve-se em parte à forma como ele registra aspectos da atualidade no comportamento das jovens heroínas “Precisamos pensar que estamos contando uma história em 2013. O que nós somos, como cineastas, acaba aparecendo nos personagens e tendemos a gravitar mais em torno de personalidades com as quais as pessoas se identificam, com defeitos, mas inspiradoras”, disse Jennifer em entrevista ao site de VEJA. “E o público também mudou. Somos resultado da sociedade atual e tentamos acompanhar as ideias dessa sociedade”, concordou Chris Buck. Confira a entrevista com Chris Buck e Jennifer Lee, diretores de Frozen: Uma Aventura Congelante.

A principal relação retratada em Frozen: Uma Aventura Congelante é a fraterna, não a romântica. Por quê?

Chris Buck: Nós crescemos com esses filmes e acho que era a hora de colocar nossa própria marca na produção. Sempre pensei sobre o amor romântico e o amor real e sobre as diferenças entre os dois. E pensar sobre a concepção do amor real me levou à do amor verdadeiro, então redefini o amor verdadeiro para um filme da Disney. Achei que era algo da sociedade de hoje e uma mensagem muito útil para o público jovem.

Anna é muito desastrada e divertida, o oposto das princesas clássicas da Disney, como a Cinderela, que é mais delicada. Esse tipo de personagem saiu de moda?

Jennifer: Cinderela é a minha personagem favorita e seu filme foi o primeiro da Disney que vi na vida. Ela me ensinou a sonhar, mas sua história é dos anos 1950. Precisamos pensar que estamos contando uma história em 2013. Quem somos como cineastas interfere nos personagens e tendemos a gravitar mais em torno de personalidades com as quais as pessoas se identificam, aquelas com defeitos, mas inspiradoras. Acho que isso é uma evolução na animação. Diria que o número crescente de mulheres fazendo animação também afeta os personagens criados. Até mesmo os personagens masculinos mudaram com o passar dos anos e isso está relacionado a uma nova geração de cineastas.

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Buck: E o público também mudou. Somos resultado da sociedade atual e tentamos acompanhar as ideias dessa sociedade.

É comum ver personagens secundários roubarem a cena em animações. Na opinião de vocês, por que isso acontece? Vocês observaram se isso aconteceu com o Olaf?

Jennifer Lee: Acho que isso acontece porque geralmente esses personagens são o alívio cômico dos filmes. Os protagonistas são os responsáveis pela carga emocional, passam por altos e baixos. O que tentamos fazer em Frozen foi construir todos os personagens de forma que as pessoas pudessem se sentir próximas a eles. Muitos de nós somos como Anna, que é desastrada e fala demais, que sempre está no meio de uma confusão, mas é inspiradora, ao mesmo tempo. O Olaf representa o amor inocente e não há um tipo de afeto mais charmoso do que esse. Ficamos muito felizes ao ver que as crianças gostam desse personagem. Nós também gostamos muito dele, especialmente Chris.

Buck: Eu amo o Olaf (risos). Mas ele não rouba a cena. Fomos muito cuidadosos para que o filme não se transformasse no “show do Olaf”. Ele diz muitas coisas que uma criança diria, de uma forma muito inocente, e acho que o público responde a isso. Eu amo o fato de Olaf estar no filme e a forma como ele não domina a produção, mas sim acrescenta muito carinho e humor a ela.

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A história original, escrita por Hans Christian Andersen, é diferente. As duas crianças são pobres e uma delas é sequestrada pela Rainha da Neve. No filme, são duas princesas e uma delas acaba se tornando a Rainha da Neve. Por que a mudança?

Jennifer: A história original é maravilhosa, muito poética, simbólica, obscura. Mas há muitas questões que não são resolvidas e coisas muito difíceis de se trabalhar no cinema. Nós adoramos o tema, sobre o poder do amor contra o medo e a negatividade, e gostamos muito das personagens femininas, que são muito fortes. Nós nos sentimos livres para trabalhar a história e transformá-la em um bom filme de 90 minutos.

Buck: Essas adaptações começaram lá atrás, com o filme Pinóquio (1940). No livro, o Grilo Falante dá um conselho ao boneco no primeiro capítulo e Pinóquio o esmaga. Para a nossa sorte, a Disney o manteve vivo no filme e o transformou em um dos personagens mais memoráveis do cinema. Então, sinto que nós podemos fazer nossas pequenas mudanças e escolhas ao longo do caminho.

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Frozen – Uma Aventura Congelante foi indicado a dois prêmios no Globo de Ouro. Como reagiram a isso?

Jennifer: A indicação ao prêmio de melhor canção original por Let It Go significou muito para nós. Estávamos construindo com muita dificuldade a personagem de Elsa até que Bob e Kristen Lopez, os responsáveis pelas músicas, nos convenceram a colocar uma canção que explorasse a tão esperada liberdade de Elsa. Quando ouvimos Lei It Go, ficamos muito surpresos, gostamos tanto que literalmente reescrevemos o filme inteiro. A música representa a descoberta do filme para nós.

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