No Rock in Rio, entre um palco e outro, dá para fazer uma tatuagem e o cabelo
Para muitos visitantes da Cidade do Rock, assistir aos shows é apenas mais uma atividade do festival, que segue até domingo, dia 22, no Rio de Janeiro
Horas na fila à espera de os portões abrirem, muito sol na cabeça e a certeza de que não vai ser possível descansar nas próximas 12 horas, no mínimo. Essa é cota de sacrifício imposta a quem se aventura a viajar até a Cidade do Rock, na Barra da Tijuca, para acompanhar o Rock in Rio. Mas quem pensa que tanto esforço é apenas para ver a banda dos sonhos, se engana. É, isso sim, para aproveitar ao máximo tudo o que a Cidade do Rock oferece. E não é pouco.
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Nos três primeiros dias de evento, entre a última sexta e domingo, um público estimado em 255.000 pessoas curtiu, além de boas apresentações de artistas como Beyoncé, Muse e Justin Timberlake, brinquedos como tirolesa, roda gigante, montanha-russa e turbo drop. Mas não são só essas as diversões ou, como o público prefere encarar, os passatempos presentes no festival. Há, ainda, um estúdio de tatuagem, um salão de cabeleireiro e até uma cartomante – tudo oferecido gratuitamente pelo próprio evento e seus patrocinadores.
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Mas por que pagar caro para ir a um festival de música e, em vez de ver shows, fazer coisas que existem fora dali? Para a engenheira de produção carioca Lais Sales, 23 anos, abordada pela reportagem enquanto fazia uma tatuagem, é pelo fato de deixar marcada a experiência de ir ao evento – no caso dela, na pele. A estudante carioca Kaissa Oliveira, 20 anos, segue pela mesma linha. “Sempre quis fazer uma tatuagem e encarei como uma oportunidade de marcar o rock para sempre na minha pele”, contou.
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Fazer uma tatuagem no Rock in Rio é para poucos. É preciso participar de um concurso que acontece todos os dias, no qual a pessoa se inscreve no início da tarde, respondendo a uma pergunta (“Por que o rock marcou a sua vida?”), que é analisada pelos patrocinadores. À noite, além de receber um torpedo no celular, os vencedores têm seus nomes anunciados em um telão em frente ao estande onde marcarão o corpo.
As tatuagens são feitas por tatuadores do estúdio Body Art, do Rio de Janeiro, ou pela renomada tatuadora paulistana Akemi Higashi. “É uma oportunidade para divulgar o nosso trabalho, e as pessoas ficam muito felizes. Até agora, ninguém se arrependeu”, diz Akemi.
Houve, ainda, um concurso prévio para selecionar pessoas que a serem tatuadas pelo israelita radicado nos Estados Unidos Ami James, tatuador conhecido pelos reality shows Miami Ink e NY Ink. Ao lado de anônimos, ele também tatuou famosos como Dinho Ouro Preto, Tico Santa Cruz e Rogério Flausino. James diz que está adorando o trabalho, mas que é difícil se concentrar na frente de tantas pessoas – o estúdio, localizado no fim da Rock Street, é de vidro, e vive rodeado de curiosos.
A cara do rock – Enquanto alguns frequentadores querem ser tatuados no Rock in Rio para declarar o seu amor ao gênero, outros procuram um jeito mais temporário de se caracterizar, indo ao salão de beleza montado em frente ao Palco Sunset, o segundo mais importante do evento. Era essa a intenção da bióloga carioca Cristiane Monteiro, 27 anos. “Quero ficar a cara do Rock in Rio”, disse, enquanto tinha os cabelos presos em um topete ao estilo roqueiro.
As estudantes cariocas Karine Correa, 14, e Julia Tavares, 12, queriam um look que combinasse mais com o clima de um festival de música, portanto, escolheram tranças laterais, penteado favorito da maioria das frequentadoras até agora, segundo opinião unânime das cabeleireiras. Enquanto se enfeitavam, o pai de Julia, o gerente regional Claudio Tavares, 43 anos, aprovava o resultado. “Ficaram muito bonitas.”
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Sorte ou azar? – Também na Rock Street, uma mesinha montada próximo a um estande de batatas fritas chama a atenção. Incenso e vela dão o clima para quem quer se sentar para uma consulta com a cartomante Luciana Antunes, 25 anos. “Quem mais me procura são os vestibulandos. Eles têm muitas dúvidas sobre a escolha da carreira”, diz.
Eram respostas profissionais que a dentista carioca Thamires Araújo, 24 anos, procurava – e conseguiu. “Adorei, ela falou muita coisa que se encaixa perfeitamente no que estou vivendo”, disse. E por que ir a uma cartomante no meio do Rock in Rio? “Sempre tive vontade, mas ia deixando de lado. Quando entrei no festival, vi que a fila estava pequena e resolvi aproveitar.” Mas e os shows? “Quero muito ver o Nando Reis”, falou a garota. Ao ser informada pela reportagem de que a apresentação já havia acabado, lamentou: “Acho que perdi a noção do tempo. Mas tudo bem, valeu a pena”.
É, aparentemente, música é o que menos importa no Rock in Rio. Para os frequentadores do festival, o importante, mesmo, é se divertir. Não interessa como.