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No Rock in Rio, conciliação de estilos esteve a serviço do gigantismo do espetáculo

Sem vaias, evento teve o mérito de unir metaleiros, fãs de axé, turma do pop romântico e alguma experimentação. Shows mostram nova cara do pop nacional

Por Da Redação
3 out 2011, 19h14

Agradar a gregos e troianos deve ser mais simples que conciliar atrações para metaleiros, fãs de axé, música negra, pop meloso e tantas outras variações abarcadas nos sete dias do Rock in Rio. Guardadas as diferenças entre momentos apoteóticos com Stevie Wonder e Elton John em seus pianos, guitarras avassaladoras do Metallica e as vergonhosas performances de Ke$ha e Kate Perry, a família Medina cumpriu o prometido. Obviamente, sempre haverá alguém insatisfeito. Mas, diferentemente das três edições passadas, o quarto Rock in Rio não teve uma vaia nem uma chuva de copos que marcasse negativamente uma atração – apesar de algumas delas até merecerem voltar para casa com a feira completa.

Amainada a fúria dos roqueiros puristas e passada a raiva de quem amargou horas de trânsito e espera para ver seu artista favorito, o Rock in Rio foi um sucesso, e o sucesso não costuma acontecer por acaso. Entender o complexo arranjo para transformar a reunião de 100 mil pessoas por dia em um encontro em que a satisfação supera a insatisfação passa por uma análise detalhada de mercado que começa antes de qualquer especulação sobre atrações possíveis em um festival.

Entre os muitos acontecimentos que separam o terceiro do quarto Rock in Rio, um é especialmente útil nesse sentido: redes sociais. Antes de falar em Guns N’Roses, Shakira ou Rihanna, a turma das cifras (nada a ver com a Ke$ha) sabia quem vendia e quem poderia vender em uma apresentação ao vivo desse porte com transmissão ao vivo pela TV a cabo. Explica-se a partir daí a longa – longa demais – apresentação dos armeno-americanos do System of a Down, penúltimo show da festa: foram eles os campeões de pedidos de fãs pelo site e pelas redes sociais. Resultado: mais de duas horas de espaço para os competentes metaleiros baterem cabeça no Palco Mundo.

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Ivete Sangalo não tem nada a ver com rock, certo? Certo. Mas o que dizer, então, aos milhares de fãs que pularam e cantaram na Cidade do Rock? Eles, mais do que qualquer purista, têm a chave para a receita que ajudou Roberto e Roberta Medina a transformar a marca Rock in Rio em algo mundial. E ajudam a explicar também a nova ordem do rock e do pop nacionais.

A festa termina com um retrato do rock nacional que põe, no primeiro time das atrações, uma turma nascida e crescida para o mercado de música no embalo das redes sociais. E pendura definitivamente na parede, como troféus, os sobreviventes da geração de fundadores do ‘Rock Brasil’. Assim, a baiana Pitty e os cariocas do Detonautas, com todas as suas limitações, sagraram-se merecedores de espaço no palco principal do evento, enquanto ‘dinossauros’ como Frejat, Titãs e Paralamas do Sucesso começam a aparecer em embalagens diferentes, que tentam esconder algo que, como produto, perdeu força. Alguns já fora do espeço principal, sob pretexto de trabalho experimental no Palco Sunset. Entre os veteranos, quem levou a melhor foi o Skank, que confirmou sua tradição de bons shows e estapeou o público com uma sequência de hits.

A ausência de vaias é, também, uma ausência de surpresas. Em termos musicais, não houve fracasso – a exceção, novamente, é Ke$ha, de quem nada se esperava e, como nada ofereceu, conquista lugar merecido na amnésia da história. Como em uma partida morna de futebol, os pontos altos ficaram por conta de jogadas individuais. Brilhou, então, o gênio de Stevie Wonder, que, além de tudo que se esperava, presenteou a platéia com Garota de Ipanema e Você Abusou. Quem estava no gramado ou pôde ver e rever a cena não teve dúvidas: cunhava-se, naquele momento, o medalhão do quarto Rock in Rio, tal e qual o Love of My Life de 1985 com Freddie Mercury.

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Confira a crítica de Sérgio Martins para cada dia do Rock in Rio 4:

Primeiro dia: Milton Nascimento constrangedor

Segundo dia: Por que o Red Hot arrebentou

Terceiro dia: A noite do metal

Quarto dia: Stevie Wonder comanda a multidão na Cidade do Rock

Quinto dia: As apresentações de Shakira e Ivete Sangalo

Sexto dia: A noite dos ‘coxinhas’ do rock

Último dia: Guns N’Roses e o desrespeito de Axl

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