Na favela, réveillon na laje pode custar até 1.000 reais
Organizadores prometem a melhor vista da cidade e dos fogos de Copacabana, pratos tradicionais na ceia e muita bebida em morros pacificados
Eles desfrutam de algumas das vistas mais privilegiadas do Rio de Janeiro. No Réveillon, abrem seus espaços para receber um grupo seleto de convidados dispostos a pagar caro por isso. O ingresso para uma festa de virada de ano na laje de uma favela pode custar até 1.000 reais por pessoa. Esse é o preço cobrado por Dona Azelina, para os turistas que quiserem subir o morro do Pavão-Pavãozinho e acompanhar do alto o show de fogos de artifício da praia de Copacabana, quase em frente.
Este será o quarto ano da festa, organizada por Daniel Plá, com promessa de requinte. No cardápio, rigatoni de rabada e paella carioca, além de salgadinhos feitos pela dona da casa. Entre as bebidas, champanhe da marca Chandon, uísque 12 anos e caipirinha de vodca. “São as mesmas opções servidas nos grandes réveillons da cidade”, ressalta Daniel. Em nome da sofisticação, cortou-se a cerveja. O funk também está cortado da seleção de músicas, que deve variar entre samba de raiz e bossa nova.
A laje tem capacidade para 60 pessoas – 30 da comunidade e 30 de fora, que receberão camisetas para evitar penetras. “Queremos incentivar outras lajes a promover essas festas, promovendo a integração entre morro e asfalto”, conta o organizador, que garante a melhor vista da cidade. “É possível ver todos os fogos da praia, sem nenhum obstáculo na sua frente. Não precisa nem virar a cabeça.” Quem comprovar residência na cidade ganha um desconto, e pode pagar “apenas” 450 reais por pessoa. “O objetivo é atrair mais cariocas”, explica Daniel.
Outras opções – Quem não fizer questão de festa chique no morro – e quiser pagar menos – tem uma opção na favela vizinha, a do Cantagalo. A 250 reais por pessoa, o cardápio se resume a churrasco, cerveja e caipirinha. É o primeiro ano do evento, também planejado por Daniel. Lá, o funk está liberado. Só o número de vagas é limitado: 10 pessoas, que sobem para a laje aprendendo a tocar tamborim. Outras informações sobre as duas festas, com Daniel, no telefone: (21) 8671-1222.
Atrás da praia do Leme, outra opção é o morro do Chapéu Mangueira, onde o hostel Favela Inn oferece até uma noite de sono e o café da manhã seguinte, a 200 reais por pessoa. Mas as bebidas – cerveja, caipirinha, refrigerante, água e suco – serão cobradas à parte. O cardápio é o de uma ceia tradicional, com pernil, chester e também opções para vegetarianos. “Vai ser nossa primeira experiência”, conta Cristiane de Oliveira, responsável pelos eventos. A capacidade é 18 pessoas, com a estadia. Há, ainda, outras 10 vagas para quem for só para a festa. Neste caso, o preço cai para 150 reais por pessoa. Contato, pelo telefone (21) 3209-2870.
A laje de Jean Pierre, na favela do Vidigal, promete um réveillon confortável, principalmente no que diz respeito a vagas: o ambiente de 200 metros quadrados abriga tranquilamente 160 pessoas, ele garante. Os primeiros 100 convites serão vendidos a 150 reais cada, e os demais, a 250 reais. Será o segundo ano da festa, com cardápio encomendado a um buffet. “Teremos frios, frutas, pernil e lentilha. Aves a gente não coloca, porque ciscam para trás”, comenta o organizador, que está planejando também queima de fogos de artifícios particular, além dos que poderão ser vistos em Copacabana. O telefone do Espaço Jean Pierre é (21) 3322-7252.
Réveillon na laje