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Manual de sobrevivência na folia carioca

Por Andrea Dutra
26 fev 2011, 11h20

O Carnaval carioca parece uma grande bagunça. São muitos blocos (mais de 400!), muitas opções, muita gente. Mas, por incrível que pareça, a festa tem lá suas regras. Além das normas da prefeitura, que tem que ser comunicada oficialmente dos dias e horários de desfile, estabelece trajetos e determina as mudanças de trânsito, instala banheiros químicos, e dá outras providências, existem normas internas e uma etiqueta da folia que não estão escritas em lugar algum.

Para ajudar o folião de primeira viagem, carioca ou “estrangeiro” a aproveitar o que a maratona carnavalesca tem de melhor, o site de VEJA organizou este pequeno manual de sobrevivência, que se baseia numa sabedoria que vem de outros carnavais.

Dos estilos

Para o folião-guerreiro, aquele com fôlego sobrando, tem bloco todo dia, deste sábado até o domingo depois do Carnaval, saindo de vários pontos da cidade, em horários bem variados. Basta conferir os roteiros e se preparar, como um atleta se prepara para uma maratona. Já existe até aplicativo do iPhone, com a agenda completa e a localização dos blocos pelo GPS. É só baixar o aplicativo Blocos do Rio, gratuitamente, do https://www.blocosdorio.com, ou da App Store da Apple e achar seu bloco e sua turma. Para começar, seguem alguns exemplos do que você encontrará pela cidade.

Os clássicos são os clássicos. Simpatia é Quase Amor, Suvaco do Cristo, Cordão da Bola Preta, Banda de Ipanema, todos continuarão arrastando multidões. Mas há também os blocos para quem quer variar o repertório:

O bloco carioca Fogo e Paixão, que desfila ao som de repertório brega
O bloco carioca Fogo e Paixão, que desfila ao som de repertório brega (VEJA)

Brega – O divertidíssimo Fogo e Paixão toca Wando, Latino, Odair José e outras breguices. É só caprichar na fantasia;

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Sertanejo – Também tem vez no carnaval carioca, os blocos Chora, me liga e E daí? vêm com duplas sertanejas cantando sucessos;

Carnaval familiar – O Cordão do Boitatá tem cercadinho para as crianças pularem em paz, e o Céu na terra, também sai com fantasias antiguinhas e som dos antigos ranchos.

Frevo – Se você quer se sentir nas ladeiras de Olinda, o Bloco da Ansiedade bota muito frevo e bonecos na rua;

Rock – É só ir atrás do Bloco Cru, que tem guitarras distorcidas e percussão misturadas pra tocar Ramones, AC/DC e até Carmen Miranda. Se o negócio é Beatles, o bloco é o Sargento Pimenta;

Clássico – Apesar do nome, o Feitiço da Vila vai tocar mesmo é música clássica: Vivaldi, Beethoven, Mozart e Villa-Lobos, em frente à Escola de Música da UFRJ;

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Só para beber – Cansou de brincar, de subir e descer ladeira, ou só quer biritar, sem ter que sambar? Não tem problema, tem muito bloco que não sai do lugar, como o Último gole, na Praça Pio XI, Os Imóveis, da Rua Souza Lima, o Vem Ni Mim Que Eu Sou Facinha, o Me beija que eu sou cineasta

A Orquestra Típica Flor do Sereno também não sai da frente do Bip Bip, e toca estilos diferentes como maxixes, polcas, choros, gafieira, marchas e marchinhas, com um timão de músicos de babar;

Para não beber – Se você quer ficar longe de birita, o bloco Alegria sem ressaca foi feito para quem só quer se divertir, sem aditivos.

Do transporte

Trânsito parado, blocos na rua e muito álcool. Tudo conspira para que você deixe o carro na garagem e use o transporte público, que vai funcionar normalmente durante o Carnaval.

Da roupa

Antes de sair de casa, capriche no filtro solar como se fosse à praia. Uma boa idéia é levar um protetor solar em bastão, não pesa nem ocupa espaço;

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Prefira roupas e fantasias leves, arejadas e confortáveis. Os blocos têm, em média, três horas de percurso e alguns encaram sol de meio-dia, em pleno Centro da cidade;

Vale estar de biquini ou sunga debaixo da roupa, afinal, é verão, é carnaval, e a praia refresca e é logo ali. Vale também o programa inverso: curtir a praia, passar no chuveirinho e ir para o bloco sem fantasia mesmo.

Nos pés, o ideal é usar tênis ou sapatinho fechado e confortável, que proteja os pés dos pisões. Meninas, resistam ao salto alto, às plataformas e às rasteiras abertas! O chão fica todo molhado de cerveja e xixi.

Da comida

Antes de sair, é bom fazer uma refeição leve. A possibilidade de encontrar comida boa e parar para comer, durante o percurso, é bem remota. E os bares e restaurantes que ficam no percurso lotam.

Da bebiba

Cuidado com a bebida servida em doses no meio do bloco, como tequila, vodca e cachaça. Pode não ser o que está escrito na garrafa;

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Leve a sua bebida de casa numa garrafinha plástica. Vidro e multidão não combinam.

Não se esqueça dos cuidados clássicos para qualquer festa onde o álcool rola solto: abuse da água, e evite as misturas

Dos acessórios

Evite buzinas, cornetas, sprays e outras brincadeiras de mau gosto;

Evite acessórios espaçosos e que possam machucar seu vizinho de bloco. Lembre-se: você não é destaque de escola de samba. Aliás, você não está numa escola de samba;

Existe um bico para acoplar na lata de cerveja, evitando o contato da boca com a lata. Leve o seu;

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Meninos podem usar uma bermuda que tenha um bolso seguro. Meninas podem levar uma bolsinha dentro da roupa ou um cinto de viagem para o essencial: documento de identificação, chave, dinheiro, camisinha e celular.

Melhor colocar tudo dentro de um saco plástico, para não molhar com chuva, suor, cerveja ou banho de mangueirão;

Lencinhos umedecidos e álcool gel são uma boa opção de higiene e cabem na bolsinha;

ITEM ÚNICO: Evite ser o mala do bloco. Não leve seu instrumento de percussão para batucar durante o percurso, a não ser que você esteja tocando na bateria.

Do xixi

Fazer xixi na rua dá cadeia, e você não quer ser preso em pleno carnaval, com toda essa festa boa rolando, certo?

Mulheres de saia! É mais prático e higiênico para fazer xixi, mesmo no banheiro químico;

Para as meninas, existe no mercado um funil de papelão descartável, feito para ajudar a fazer xixi em pé, mesmo nos banheiros químicos. A saia ajuda nessa hora;

Antes de a vontade de fazer xixi apertar, procure o banheiro químico mais próximo e respeite a fila.

Não conte com o banheiro de bares e restaurantes ao longo do percurso. Toda a fama de simpatia do carioca vai por água abaixo quando se pede a um garçom para entrar direto ao banheiro, sem consumir nada.

Dos sites

Roteiro dos blocos – de todos, não só os da Sebastiana

Para tomar cerveja na latinha sem sujar a boquinha

Para as meninas fazerem xixi em pé 1

Para as meninas fazerem xixi em pé 2

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