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Luciana Gimenez sobe no salto

A apresentadora acaba de estrear o talk-show ‘Luciana By Night’, projeto engavetado por anos, e comemora vitória em processo contra biógrafo de Mick Jagger que se referiu a ela como “atriz pornô”

Por Mariana Zylberkan
2 dez 2012, 09h27

“Meu programa não é papo-cabeça. Eu não sou a sabichona, nem quero ser” *** “O Marcelo, quando tem uma ideia, normalmente é boa. Eu odeio dar o braço a torcer, mas ele não erra, apenas deixa de acertar algumas vezes. Ele é muito criativo e é difícil alguém que tenha os dois lados do cérebro tão desenvolvidos”

Na estreia de Luciana By Night, o talk-show que por anos sonhou fazer e na última terça-feira enfim estreou na RedeTV!, Luciana Gimenez não parecia muito à vontade. A postura dura da apresentadora contrastava com a descontração do bate-papo com Ana Hickmann, a convidada do primeiro programa. “Estava usando um corselet que não me deixava respirar direito”, justifica. Longe das câmeras, porém, Luciana tem respirado aliviada. Ela acaba de vencer o processo que moveu contra Christopher Andersen, autor da biografia Mick: The Wild Life and Mad Genius of Jagger (Mick: a Vida Louca e o Gênio Maluco de Jagger, em tradução livre), que a definiu como “atriz pornô” em artigo para o tabloide inglês Daily Mail.

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O americano foi condenado a se retratar publicamente e a pagar uma indenização de 15 mil euros a Luciana Gimenez. O pedido de desculpas foi publicado no último dia 20 nas edições on-line e impressa do tabloide. Virada a página, a apresentadora agora foca em seu talk-show, inspirado, segundo ela, no programa da apresentadora americana Ellen Degeneres, transmitido no Brasil pelo canal a cabo GNT.

O site de VEJA entrevistou Luciana no dia seguinte à estreia do Luciana By Night, quando comentários negativos sobre o programa ecoavam em sua mente. Assim como as inverdades escritas pelo biógrafo de Jagger e aquilo que chama de “torcida contrária” à RedeTV!, que vive grave crise financeira e tem seu marido como sócio, a apresentadora rebateu as críticas ao talk-show. “Os brasileiros têm mania de falar mal, isso não acontece com tanta frequência nos Estados Unidos.”

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Leia a seguir a entrevista concedida por Luciana Gimenez ao site de VEJA.

Quando você decidiu processar o biógrafo Christopher Andersen? Primeiro, eu conversei com o Mick (Jagger, o vocalista do Rolling Stones, com quem Luciana tem o filho Lucas, de 13 anos). Ele perguntou o que eu ia fazer, mas não procurou influenciar a minha decisão. O Mick é uma pessoa que não se envolve muito com essas coisas, está acima do bem e do mal. Mas eu achei a história muito chata, disseram um monte de inverdades, inclusive que eu tinha ganhado 5 milhões de euros dele depois que o Lucas nasceu. Se fosse verdade, eu nem estaria aqui trabalhando. Eu liguei para o Brian Adams, que é um grande amigo meu, e pedi a indicação de um advogado. O jornal que publicou o texto teve que se retratar, negando que eu tenha feito filmes pornôs ou ganhado uma espécie de bônus do Mick Jagger.

É verdade que, para defender Andersen, os advogados do biógrafo anexaram no processo fotos que você fez para revistas de dieta? Sim, foi uma coisa ridícula. Eles tiveram que pedir desculpas e pagar uma indenização de 15 mil euros, eu acho. Nem fiquei sabendo por que no exterior esses valores de indenização são muito baixos. Se eu tivesse realmente feito filmes pornôs, não teria problema em assumir, porque não se cospe no prato que comeu. Eu poderia ter feito, recebi vários convites. Mas não fiz. Ganhei o processo e fiquei feliz da vida.

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O que mais a incomodou nessa história? A mentira. Eu nunca ganhei dinheiro do Mick, nunca quis. As pessoas não sabem, mas nós temos uma relação bem próxima, nunca quis fazer marketing em cima disso. Eu saí de casa muito cedo para não ficar na aba da minha mãe, não seria depois disso que eu me tornaria dependente de alguém. Se eu quisesse, poderia ter ficado atrás dele, ter feito todo um mise en scène. É duro para as pessoas aguentarem o fato de que não sou interesseira. Eu me lembro de quando saiu uma foto minha passeando em Paris com o Mick e o Lucas no carrinho. Todo mundo ficou de boca aberta: “Nossa, mas ele não a odeia?” As pessoas preferem acreditar que foi caso de uma noite só e não foi. Foram anos de relação. Ninguém pode gostar de alguém mais? Só gente desconhecida tem esse direito?

Foi longa a relação entre vocês? Eu não posso dar mais detalhes, porque o Mick não vai gostar, mas posso garantir que foram muitos anos. O Lucas tinha dois anos quando essa foto nossa com o carrinho foi tirada em Paris.

Por que só agora você levou adiante o projeto de ter um talk-show? Eu tinha falado sobre isso no começo do Superpop, mas o dia a dia é tão corrido que ficamos presos na rotina. Como o Superpop é um programa que tem audiência, que dá certo (o programa tem média de 3 pontos no Ibope da Grande São Paulo), fiquei na minha zona de conforto. Além disso, estou envolvida com projetos de cinema e estudando arte dramática e acabei deixando a ideia de lado.

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O que acha de ser apontada como a nova Hebe, na RedeTV!? Gente, como assim? A noite de terça-feira foi minha na grade da RedeTV! por oito anos e dela por apenas oito meses. Eu nunca quis ser a nova Hebe, eu quero ser só eu. Eu me esforço para dar o melhor de mim. O Luciana By Night é divertido, ninguém vai lá para responder pergunta picante.

É um alívio depois de tantos anos de barracos no Superpop? Foi, é outro contexto e abre o leque de convidados. A maioria não vai ao Superpop com medo de ser surpreendida e participar de uma polêmica no ar, ao vivo, apesar de eu nunca ter feito isso. O Luciana By Night é um programa para ficar na superfície da felicidade. Para mim, está sendo um novo desafio porque nunca fiz um programa gravado e também nunca dividi o palco com outra pessoa (o comediante Diogo Portugal tem uma bancada no cenário e interage com Luciana e seus convidados). Eu acho que a sociedade estava precisando de uma mulher à frente de um talk-show light.

O que você traz de novo para esse formato? Tudo. Eu sou feminina, uma pessoa extremamente delicada e tenho dificuldade em colocar acidez nas piadas, me sinto até desconfortável. O Jô Soares faz isso há anos e é o maior sucesso, mas meu programa não é papo-cabeça. Eu não sou a sabichona, nem quero ser. Eu acho legal as pessoas terem opção na TV e ainda não existia essa possibilidade no país: ver uma mulher à frente de um talk-show.

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Qual é a participação do Marcelo de Carvalho na produção do programa? Ele teve bastante participação no projeto, só não digo que ele foi responsável por tudo porque ele não me fez. Ele ajudou até na edição, por ser muito bom em timing. O esqueleto do programa foi todo elaborado pelo Marcelo, que também criou o nome, Luciana By Night. O Marcelo, quando tem uma ideia, normalmente é boa. Eu odeio dar o braço a torcer, mas ele não erra, apenas deixa de acertar algumas vezes. Ele é muito criativo e é difícil alguém que tenha os dois lados do cérebro tão desenvolvidos, o da criação e dos negócios. Marcelo só não sabe dançar, embora ele ache que sabe.

Vocês falam de trabalho em casa? Não.

Você se envolve com a crise da RedeTV!? Eu não posso dizer nada porque não me meto. Eu trabalho lá e o dia em que não estiver bom para mim, eu saio, assim como eles podem me tirar se eu deixar de agradar. Não sou presa à emissora por ser casada com o Marcelo. Eu estou lá por vontade própria, a escravidão acabou. Quando entrei na emissora, nem era casada com o Marcelo. Obviamente, eu não posso dividir o que sei como esposa.

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O seu salário já atrasou? Eu também não posso comentar porque fica chato. As pessoas tinham que torcer a favor da RedeTV!, que dá emprego para 3 mil pessoas. Este foi um ano difícil para muita gente. Vimos algumas emissoras grandes demitir muitos funcionários.

Você apoia a venda da parte do Marcelo na RedeTV!? Não tenho nada a ver com isso. O Marcelo é leonino, adora falar, pergunta para ele. Eu sei do meu.

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