Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Livro adulto de J.K. Rowling pode ser banido da Índia

Comunidade sikh reclama de descrição de garota pela escritora, que afirma querer retratar discriminação. 'The Casual Vacancy' chega ao Brasil em dezembro

Por Da Redação
2 out 2012, 12h06

Uma estudante é alvo de piadas de colegas por ter muitos pelos no corpo. Seria apenas mais um caso de bullying e discriminação retratado pela literatura, não fosse a estudante uma sikh, grupo religioso muito numeroso na Índia. E não pudesse a ação desse grupo banir do país The Casual Vacancy, o romance que marca a estreia no universo adulto da escritora britânica JK Rowling, a criadora da saga Harry Potter. Considerado um das maiores lançamentos do ano, o livro chegou ao mercado de língua inglesa na última quinta, dia 27, e tem lançamento no Brasil previsto para a primeira semana de dezembro.

Sukhvinder, a estudante sikh do romance, é descrita como “bigoduda, peituda e capaz de deixar perplexos cientistas com seus pelos que a tornam meio homem e mulher”. De acordo com o site britânico International Business Time, o Akal Takht, sede da autoridade sikh na Índia, condenou o livro de JK, e o Comitê Shiromani Gurdwara Parbandhak (SGPC, na sigla em inglês), que representa o Akal Takht, pediu retratação por parte da escritora. “Não havia necessidade de descrever a personagem sikh usando uma linguagem provocativa e questionando o seu gênero. Isso é condenável”, disse o chefe do SGPC, Avtar Singh Makkar ao jornal Times of India.

Makkar disse ainda que o texto de JK era um insulto à comunidade sikh e que, se ela se recusasse a retirar do livro a passagem considerada ofensiva, o grupo tomaria medidas contra ela. A autora já declarou ter feito uma extensa pesquisa sobre o grupo religioso para criar a família sikh que ocupa lugar central na trama de The Casual Vacancy, e que no romance são os sikhs, e não os cristãos, os bastiões da moral regiliosa. A escritora também já declarou que o seu objetivo não era ofender essa religião, mas retratar o “racismo corrosivo” de que são vítimas seus seguidores.

Uma proibição não é difícil na Índia: basta lembrar que Salman Rushdie, um nativo, foi banido pelo livro Versos Satânicos, considerado ofensivo ao Islã. Por doze anos, o escritor, que vive em Londres desde a idade escolar, não pôde entrar em seu país. A Índia foi, aliás, o primeiro país a vetar o livro de Rushdie, alvo de uma fátua decretada no Irã pelo aiatolá Khomeini, que pedia a sua cabeça. Para sobreviver à ameaça muçulmana, o escritor viveu mais de dez anos na clandestinidade, período que ele conta no recém-lançado Joseph Anton (Companhia das Letras). O livro leva o nome que Rushdie usava na clandestinidade, feito com os primeiros nomes de dois de seus autores favoritos: Joseph Conrad e Anton Tchekov.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.