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Indonésia: o arquipélago de Raja Ampat, um paraíso em perigo

Por Por Loïc VENNIN
18 nov 2011, 17h11

Na lagoa de águas turquesas, as palafitas dominam os recifes de coral. A rede está pronta para a siesta e o coquetel no pôr do sol: o arquipélago indonésio de Raja Ampat é considerado um verdadeiro paraíso. Mas, por quanto tempo ainda?

Ao longo da Papua, Raja Ampat é para a Indonésia o que a baía de Halong representa para o Vietnã, mas ainda mais vasta: 610 ilhotas distribuídas em 4,5 milhões de hectares, 753 km de praias de areia fina e, “provavelmente, a mais importante biodiversidade marinha do mundo”, segundo um estudo de referência estabelecido, em 2002, pela organização ‘Conservation International’ (CI).

O arquipélago, designado para a lista de patrimônio mundial da Unesco, é “o último paraíso na Terra”, diz a folheto do escritório de turismo. E isso deverá tornar-se realidade, logo.

Éden quase virgem, o local abriga, no entanto, sete “resorts”, com uma dezena de mansões em cada, tendo recebido, ano passado, apenas 4.515 turistas, ou um visitante para 1.000 hectares.

Ainda longamente desconhecido, esta pérola da Ásia é um segredo ainda bem guardado, mesmo na França, onde serve de cenário a um programa de ‘reality show’, o “Koh Lanta” no canal privado TF1.

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Para chegar a este paraíso azul, os europeus devem viajar cerca de 30 horas.

“É o melhor lugar do mundo para mergulhos submarinos”, afirma Pam Roth, uma aposentada londrina adepta dessa atividade há 33 anos.

Mas o desenvolvimento é disfarçado pelos coqueirais. Ao final de um caminho livre, cortando a selva, numa magnífica baía antes completamente isolada, uma pista de aterrissagem em construção esbarra nas águas cristalinas.

O zumbido das máquinas abafa os cantos dos pássaros exóticos. Corta-se, arranca-se, para fazer nascer um aeroporto que deverá ser inaugurado no ano que vem.

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“Queremos numerosos turistas”, comenta Yusdi Lamatenggo, ministro regional do Turismo.

Se quiserem criar uma nova Bali, os turistas vão logo embora”, responde o administrador de “PapuaDiving”, Jimmy Praet, em referência àquela ilha indonésia considerada, com frequência, uma vítima do turismo de massa. O frágil ecossistema sofre, afirma este belga.

“É a qualidade dos turistas, mais que a quantidade que procuramos”, comenta Hari Untoro Dradjat, assessor do ministério nacional do Turismo. Como prova de boa vontade, as autoridades citam uma regulamentação, aprovada em julho, que limita o número de “resorts” e de “liveaboards” (navios pequenos de cruzeiro). Sete parques marinhos já foram criados, cobrindo 45% dos recifes e manguezais.

O governo recusa-se, no entanto, a condenar a exploração mineral, mesmo se uma jazida de níquel, no norte do arquipélago, venha sendo apontada por seu impacto ecológico. “É com as minas que se faz dinheiro, mais do que com o turismo”, acrescenta Dradjat.

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“Acho que vão destruir este local”, diz Helmut Hochstetter, um alemão de 60 anos, ajeitando-se para um mergulho. “Então, é melhor aproveitar agora tudo o que pudermos”.

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