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Gustavo von Ha se apropria de clichês do cinema em novo trabalho

Em 'TokyoShow', filme-trailer estrelado por Alessandra Negrini, o artista paulistano borra a fronteira entre realidade e ficção

Por Rodrigo Levino
2 dez 2011, 07h53

Artista brasileiro dos mais inventivos, o paulista Gustavo von Ha, de 34 anos, nunca se esquivou de apropriações e releituras de obras alheias para dar vida à sua veia autoral. Entre seus trabalhos mais elogiados está, por exemplo, a impressão distorcida de telas de Tarsila do Amaral e Leonilson, que podiam ser apreciadas em sua forma original apenas quando vistas através de esferas coladas às imagens. Intitulada Double Crossing, a mostra foi levada a Tóquio este ano, onde angariou elogios.

Depois de oferecer ao público uma nova forma de ver obras anteriormente consagradas, von Ha decidiu dar um passo adiante. Sua nova obra, TokyoShow, que acaba de ser lançada na internet, une cinema, teatro e artes plásticas, além de um humor para lá de provocativo, em um combo que desafia a compreensão do espectador, borrando a fronteira entre ficção e realidade.

“Em praticamente todas as sinopses de filmes americanos, há o uso de expressões como ‘em busca do amor’, ‘contagiante’, ‘emocionante’ ou ainda ‘surpreendente’. Foi de olho nesse acúmulo de expressões batidas que eu decidi criar um filme”, diz von Ha sobre o trabalho estrelado por Alessandra Negrini, escrito, produzido e dirigido por ele. “O nome do filme em português é A Busca do Amor porque é o que se vê em produções americanas. É totalmente diferente de TokyoShow que faz uma alusão à talk-show.”

TokyoShow, a estreia do artista como diretor de filmes – ou de trailers de filmes, o mistério faz parte do projeto -, conta a história de sete estrangeiros que vivem no Japão, entre eles Barbra Scott (Alessandra Negrini), uma apresentadora de reality show, e Jude Ferguson (Nilton Bicudo), um magnata e produtor de TV. Desiludidos, insones e angustiados, em uma cidade hostil, os personagens têm suas vidas cruzadas por um — suspeita-se — evento trágico que mudará a trajetória de todos para sempre.

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Em suma, um amontoado de temas românticos, de suspense, exaustivamente explorados pelo cinema, e que nas mãos de von Ha se tornam propositalmente um pastiche. Com música original de Bel Mota, TokyoShow se presta a zombar de frases e roteiros previsíveis, sem deixar de incutir no espectador a dúvida: o filme existe mesmo? Ou a plateia foi apenas ludibriada por uma série de clichês que de tão presentes em suas vidas se tornaram uma isca para uma obra questionadora?

Assista abaixo ao trailer do filme:

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