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Festival do Rio: “Não tenho como controlar como as pessoas me veem”

No Festival do Rio para lançar seu novo filme, ‘Night Moves’, a atriz Dakota Fanning fala sobre sua imagem de estrela mirim e seus planos para o futuro

Por Flávia Ribeiro
28 set 2013, 17h41

Aos 19 anos, Dakota Fanning já tem 13 de carreira. O público a conheceu como a doce garotinha de filmes como Uma Lição de Amor e A Menina e o Porquinho. E a viu crescer e estrelar produções adolescentes, como os longas da saga Crepúsculo. A louríssima estrela, de pele muito branca, enormes olhos azuis e sorriso fácil e aberto, está o Brasil pela primeira vez para lançar um de seus mais recentes filmes, agora com pegada adulta: Night Moves, da diretora Kelly Reichardt. Um filme independente centrado na história de três jovens ambientalistas que partem para o terrorismo ecológico ao levar à frente um plano para explodir uma represa. Mais do que explorar as repercussões que esse ato tem no meio ambiente, Night Moves mostra o que acontece com as vidas desses jovens, interpretados por Dakota, Jesse Eisenberg e Peter Sarsgaard, quando o plano não corre como eles esperavam.

Em entrevista, Dakota fala sobre o filme, seus planos para o futuro e a transição de filmes infantis e adolescentes para longas mais adultos. “Eu sempre estarei em transição, porque você está sempre crescendo e mudando e as coisas que você faz também mudam junto com você”, acredita a atriz, que nunca viu um filme brasileiro: “Não conheço. Não vejo tantos filmes quanto eu deveria… É algo em que tenho que trabalhar”. Night Moves tem sessões no dia 30 de setembro, às 16h30 e 21h30 no São Luiz 3; e dia 3 de outubro, às 14h e às 19h no Cinépolis Lagoon 5.

Rio de Janeiro

É minha primeira vez no Rio. É tão quente aqui! Cheguei ontem e vou embora amanhã à tarde, então não vou ter muito tempo para ver coisas. Mas já deu para perceber que é um lugar legal, aqui tem uma bela vista. Eu vou ter que voltar.

Ativismo ambiental

Eu estava animada com a possibilidade de trabalhar com a Kelly (Reichardt), a diretora, porque eu já era uma grande fã dela antes de conhecê-la. E para mim o filme não é tanto sobre o ativismo, é sobre emoções, e acho que também para a Kelly, o Peter (Saarsgard) e o Jesse (Eisenberg). É um filme sobre as emoções por que passam aquelas três pessoas. Toda a parte de ativismo ambiental vem em segundo lugar. É sobre seus pensamentos, seus sentimentos. Eu me interessei nisso. E queria muito, muito trabalhar com a Kelly. Não pesquisei muito sobre o assunto (ativismo ambiental) porque não queria me ficar restrita ao tema, me prender a isso. Eu queria focar mais nas emoções dos personagens, e não ser técnica sobre o assunto. Mas o filme fala sobre o assunto e você é capaz de ver o impacto de tudo o que é discutido nas paisagens que aparecem no filme, o que é bastante impressionante. Era um tema que eu já conhecia, eu sei todas as coisas ruins que estão acontecendo ao meio ambiente, então não posso dizer que fiquei “Oh, uau!” com o que é contado sobre a natureza, porque não é uma novidade. E não é foco do filme, para mim. O que importa são as emoções.

Nós nunca conversamos realmente sobre todas as emoções que emergem do filme, elas vieram à tona naturalmente. Ela (Kelly Reichardt) obviamente tinha uma visão muito clara do que queria, mas nunca me disse como eu deveria sentir, nunca impôs.

Jesse Eisenberg e Peter Sarsgaard

Nunca havia trabalhado com ele (Jesse). Ele é demais! Nos demos muito bem, e ele é tão esperto, inteligente… me fazia rir o tempo todo. Ele não é como seu personagem, na vida real é um cara muito legal. Fico feliz por ter passado esse tempo trabalhando com ele.

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Com Peter já trabalhei antes, é a segunda vez que faço um filme com ele (o outro foi Very Good Girls). Ele definitivamente tem uma qualidade na tela que o deixa um pouco assustador e, ao mesmo tempo, agradável, alguém de quem se gosta. Ele faz isso muito bem, é muito natural. Eu sempre acredito nele. O personagem dele no filme não é legal, mas ao mesmo tempo… Não é o Peter da vida real, mas tem algo que é muito convincente. Ele é um grande ator, acho que um dos melhores que existem.

Personagem despojada

(Night Moves) Não é um filme sobre aparência, roupas, cabelos, maquiagem. Não usar nenhuma maquiagem, não ficar fazendo cabelo e usar roupas confortáveis acabou sendo muito divertido.

As pessoas acham que meu cabelo está ruivo nesse filme, quando na verdade pintei de castanho! Não sei o que houve! Kelly e eu meio que pensamos nessa mudança ao mesmo tempo. Ela me perguntou: “O que você acha de escurecer o cabelo?”. E eu: “Eu também estava pensando nisso!”. Não via a Dena (sua personagem) tão loura quanto eu sou.

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Equilíbrio entre blockbusters e filmes independentes

Não penso muito sobre isso, não mesmo. Eu me preocupo mais se me conecto com os personagens, com a história, em se é algo que realmente quero fazer. Não acho que haja nem um jeito de controlar isso, porque você filma dois, três anos antes de o filme ser lançado, você não tem muito controle sobre esse equilíbrio entre os filmes que serão lançados. É meio impossível fazer isso deliberadamente.

Transição para papeis adultos

Acho que é algo que já aconteceu. Sou adulta agora, segui adiante. E isso sempre vai acontecer na carreira de uma pessoa. Os papéis que fizer em meus vinte anos serão diferentes dos que terei aos 30, que serão diferentes do que farei aos 40, e assim por diante. Sempre estarei em transição, porque você está sempre crescendo e mudando, então as coisas também mudam junto com a gente. Não sinto nenhuma pressão. Faço os filmes que quero fazer. Mas não tenho como controlar como as pessoas me veem. Isso depende delas.

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Vida fora do cinema

Eu sempre frequentei escolas normais, fui a lugares normais. Minha vida fora do cinema é muito normal. Sempre procurei ter esse equilíbrio.

Futuro

Vou começar a filmar nas próximas semanas com Richard Gere (o filme Franny, de Andrew Renzi). Fiz também um filme com Kevin Kline e Susan Sarandon, The Last Robin Hood. Tenho ainda mais algumas coisas acontecendo.

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O que mais gosto de fazer são alguns tipos de dramas, filmes centrados em emoções, que me desafiam. Gosto muito disso. Mas quero fazer filmes diferentes, provavelmente farei comédias no futuro. Não gostaria de limitar a mim mesma.

Estou na NYU (New York University), estudando algo que tem a ver com mulheres e cinema, não sei como nomear. Eu vou para o lado da direção. É algo que me vejo fazendo um dia. Não sei o quê, não sei quando, mas vou para esse lado, com certeza. Acho que será esse tipo de filme (Night Moves) que vou dirigir. É ao que eu respondo, é o que eu gosto de assistir, é o que eu gosto de fazer.

Saga Crepúsculo

É um fenômeno. Fico feliz por ter feito parte disso, mas sou uma parte pequena. Não mudou minha vida, não a mais louca ou algo assim. Foi maior para eles (os protagonistas, Kristen Stewart e Robert Pattinson), mas acho que eles aproveitaram o máximo que puderam e apreciaram todo o carinho dos fãs.

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Irmã caçula, a atriz Elle Fanning

Nós nunca atuamos juntas, então vai ter que ser algo em que as duas estejam interessadas, e teremos que ter certeza de que é a coisa certa, para que seja especial.

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