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Em ‘Pé na Cova’, Miguel Falabella faz graça com a morte

Autor e protagonista da nova série da Globo, ele escapa do humor negro para contar a rotina dos donos de uma funerária no subúrbio do Rio de Janeiro

Por Patrícia Villalba, do Rio de Janeiro
8 jan 2013, 11h34

Quem sustenta a casa é a filha do comerciante, Odete Roitman (Luma Costa) – uma homenagem à grande vilã de Vale Tudo

A morte pode mesmo cair bem se o objetivo for provocar risadas na plateia, aposta Miguel Falabella em Pé na Cova, que estreia dia 24 na Rede Globo. O novo seriado, escrito e protagonizado por ele, acompanha o cotidiano incomum de uma família que tenta tirar o sustento de uma funerária em Irajá, bairro da zona norte do Rio.

Não parece haver, a princípio, o humor negro que a situação faria supor, algo como o seriado americano Six Feet Under, pelo que demonstrou o vídeo promocional apresentado à imprensa na noite de ontem, no Projac. Trata-se de uma comédia popular, numa primeira temporada de 23 episódios e à moda de sucessos anteriores do autor, como Sai de Baixo (1996-2001) e Toma Lá, Dá Cá (2007-2009) – a maior diferença neste caso é o componente bizarro, usado em alta dose. “Desde criança que eu me interesso mais pelos coadjuvantes excêntricos do que pelos heróis”, justificou Falabella, que interpreta Ruço, dono da FUI, a Funerária Unidos do Irajá.

O negócio poderia ser próspero, afinal, a morte é certa e sempre há demanda por caixões, mas o fato é que, na dureza do subúrbio, quem anda sustentando a casa é a filha do comerciante, Odete Roitman (Luma Costa) – sim, uma homenagem à grande vilã de Vale Tudo (1988). “Tudo o que o Ruço queria era estar organizando enterros em Copacabana. Mas no Irajá, velório de pobre não rende muita coisa…”, anota o autor.

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Borracharia – Odete ganha dinheiro se exibindo numa webcam pela internet e, para desespero do pai, leva um namoro a sério com a borracheira Tamanco, papel da sambista Mart’nália. “A Mart’nália é uma figura que só de aparecer já é engraçada. Nem escrevo muitas falas para a personagem, porque ela não consegue decorar”, diverte-se Falabella, que criou ainda um sócio para Tamanco, Marcão (Maurício Xavier), muito homem no seu ofício, mas travesti nas horas vagas.

Odete tem todo o apoio da mãe, Darlene. Depois de anos interpretando as mais finas madames da TV, Marília Pêra é a ex-mulher de Ruço que, alcoólatra e destrambelhada, maquia os defuntos. No clipe de apresentação, os momentos mais divertidos são dela. “Ela se ressente, coitada, porque diz que é maquiadora “dipromada”, mas sofre preconceito por trabalhar numa funerária”, detalha Marília, que no teatro também está ao lado de Falabella, no musical Alô, Dolly, em cartaz no Oi Casa Grande, no Rio.

Mesmo separada de Ruço, Darlene vive com ele, os filhos e sua nova mulher, Abigail (Lorena Comparato), 30 anos mais nova, sob o mesmo teto. “Todo mundo pergunta se ela é minha neta, mas é minha mulher”, brinca Falabella, que antes convidou Cláudia Jimenez para o papel e, com a recusa dela, teve a ideia de fazer de Ruço um daqueles cinquentões que buscam a fonte da juventude em mulheres mais novas e ingênuas – mais do que isso, Abigail parece ser burra como a Magda (Marisa Orth) de Sai de Baixo. “É uma verdadeira Família Addams do subúrbio carioca.”

Foi justamente ao assistir ao musical da Broadway que o autor teve a ideia de criar uma família que, mais do que disfuncional, é bizarra. O mais complicado, revela, foi formatar o projeto de um programa que pudesse ser aceito pela emissora mesmo falando de morte e com tipos tão excêntricos. “Eles são desvalidos, iletrados, ignorantes. São o resultado da educação deste país – claro que vistos com humor”, observa. “O Ruço, por exemplo, não aceita que a filha tire a roupa na internet nem que namore uma borracheira. Mas ele não pode fazer muita coisa a respeito disso porque, afinal, é ela quem está pondo dinheiro em casa. É o mundo da sobrevivência, o mundo do apocalipse.”

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