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Em ‘Álbum de Família’, as relações familiares levadas ao extremo

Com show de atuação de grande elenco, filme de John Wells retrata a aspereza das relações de uma família do sul dos Estados Unidos

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 dez 2013, 06h20

“No meu tempo, a família ficava unida”, diz Violet, uma mulher cruel e amarga interpretada magnificamente por Meryl Streep em Álbum de Família, durante uma discussão com a filha mais velha, Barbara (Julia Roberts). O sentimento de união, no entanto, não é visto como uma dádiva familiar, que conforta e ampara a todos em momentos de dificuldade. No filme que estreia nesta sexta-feira no Brasil, a união da família é, antes, uma obrigação que assombra as três filhas do casal Violet e Beverly (Sam Shepard), que, já vivendo as agruras da idade avançada, é alimentado por lembranças e por angústias do passado.

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O poeta e professor aposentado divide a casa apenas com a mulher em Oklahoma, sul americano. A primogênita Barbara deixou os pais há muito para se casar com o professor universitário Bill (Ewan McGregor), com quem tem uma filha pré-adolescente, Jean (Abigail Breslin). A segunda filha, Ivy (Julianne Nicholson), a única que permaneceu no Estado dos pais, mora sozinha em uma cidade próxima. A mais nova e também mais desgarrada da família, Karen (Juliette Lewis), mora na Flórida com o noivo, Steve (Dermot Mulroney).

Para ajudar a cuidar da casa e de Violet, em tratamento contra um câncer de boca, Beverly chama uma empregada, Johnna (Misty Upham), para morar com o casal. Após a contratação, ele desaparece, para ser encontrado morto poucos dias depois. A morte do pai faz com que filhas e mãe se reúnam novamente – mas não com que se unam. Começam aí as ofensas e os ataques, quase gratuitos, de Violet a cada uma das filhas, potencializados pelo efeito de inúmeros medicamentos que a mulher toma diariamente.

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O destaque é, claro, fica com Meryl Streep, que convence não só como a idosa que sofre com uma doença grave e tem alucinações de todo tipo, mas também como uma mulher atenta a tudo o que acontece ao seu redor e que não vê problema algum em expor os problemas e os defeitos das pessoas próximas. A principal vítima de sua língua ferina é Barbara, a quem ela culpa pela tristeza e pelo sumiço de Beverly. Mas, sem se fazer de vítima, a filha responde com igual ferocidade e a dupla protagoniza as brigas – inclusive físicas – mais memoráveis do longa. Mas, aos poucos, e para o próprio horror, Barbara percebe que está se tornando cada vez mais parecida com a mãe e com a tia, Mattie Fae (Margo Martindale), outra que não perdoa o filho, o atrapalhado Little Charles (Benedict Cumberbatch).

Baseado na peça vencedora do Pulitzer de Teatro August: Osage County, de Tracy Letts, o filme cheio de reviravoltas de John Wells (de A Grande Virada) consegue fazer a sala de cinema ficar pequena para a violência de Violet, ela também, como se descobre mais tarde, oriunda de uma criação sem tantos cuidados e carinhos. Se o longa se vale de algumas cenas exageradas, como quando mãe e filha se estapeiam em frente à mesa de jantar, ele também toca em questões sutis com a devida leveza. Durante uma conversa entre as três irmãs, Ivy, a mais retrospectiva e benevolente, afirma que parou de considerar a família como algo importante. E dispara: “É só um conjunto de pessoas relacionadas pela genética.” Cru e amargo ao mesmo tempo.

https://youtube.com/watch?v=0X-tU5VplKU

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