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‘Corações Sujos’ vai a Montreal buscar o público japonês

Longa de Vicente Amorim será exibido pela primeira vez fora do Brasil, no festival preferido pelos produtores do Japão para mostrar seus filmes

Por Carlos Helí de Almeida
19 ago 2011, 17h27

“Além de Corações Sujos, que é, de certa forma, uma produção nipo-brasileira, há dois filmes dirigidos por cineastas consagrados no Japão na competição de Montreal. Chronicle of My Mother, de Masato Harada, e Life Back Then, de Takahisa Zeze. No momento em que estamos prestes a fechar a venda para um distribuidor japonês, exibir Corações Sujos na competição de Montreal é perfeito”, diz Vicente Amorim

Exibido na abertura do Festival de Paulínia, em julho, a produção brasileira Corações Sujos agora prepara-se para encontrar uma outra fatia de sua plateia potencial: a japonesa. A participação do drama histórico de Vicente Amorim na competição do Festival Mundial de Montreal, que começou nesta quinta-feira, com a exibição do canadense Coteau Rouge, de André Forcier, é uma etapa decisiva no cronograma de lançamento do longa-metragem. O filme recria os sangrentos conflitos registrados em comunidades de imigrantes japoneses do interior de São Paulo em meados dos anos 40, logo depois da vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial.

Grande vitrine da produção independente mundial no continente americano, Montreal marca a primeira exibição pública de Corações Sujos fora do Brasil, e numa plataforma de importância estratégica para um longa-metragem estrelado por atores japoneses e nipo-brasileiros e falado em japonês. O filme, que estreia no circuito brasileiro em novembro, é baseado no livro homônimo de Fernando Morais.

“Montreal é um festival especialmente considerado pelos realizadores do Japão. É o festival internacional que eles escolhem para apresentar seus filmes para o Ocidente. Não é à toa que A Partida (de Yôjirô Takita) ganhou Montreal antes de ser indicado e ganhar o Oscar de filme estrangeiro, há três anos”, explica Amorim, autor de Um homem bom (2008), outra produção de perfil internacional, estrelada pelo americano Viggo Mortensen.

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Além do diretor, estarão em Montreal para acompanhar as projeções de Corações Sujos (as primeiras acontecem neste domingo, dia 21) a coprodutora Anne Pinheiro Guimarães e o ator japonês Tsuyoshi Ihara, protagonista do filme. Ihara é um rosto popular em seu país e já participou, inclusive, de Cartas de Iwo Jima (2006), de Clint Eastwood.

“Além de Corações Sujos, que é, de certa forma, uma produção nipo-brasileira, há dois filmes dirigidos por cineastas consagrados no Japão na competição de Montreal. Chronicle of My Mother, de Masato Harada, e Life Back Then, de Takahisa Zeze. No momento em que estamos prestes a fechar a venda para um distribuidor japonês, exibir Corações Sujos na competição de Montreal é perfeito”, analisa o diretor brasileiro.

Brasil – O festival canadense, que só perde em glamour para o de Toronto, sempre foi generoso com o cinema brasileiro. Em anos recentes, foram exibidos lá Utopia e Barbárie, de Silvio Tendler, Garapa, de José Padilha, e Versificando, de Pedro Caldas, só na edição de 2009. Ano passado foi a vez de No Olho da Rua, de Rogério Corrêa, Não se Pode Viver sem Amor, de Jorge Durán, Sonhos Roubados, de Sandra Werneck, e Lula, o Filho do Brasil, de Fábio Barreto.

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“Montreal é o festival de maior prestígio cultural no Canadá, com uma repercussão excelente na Europa, especialmente na França, quase que garantindo uma carreira para os filmes premiados lá”, atesta Paula Barreto, produtora de Lula. “Montreal foi fundamental para a carreira de O Quatrilho (1995, dirigido pelo irmão, Fábio). Foi lá que saiu a parceria com a distribuidora Pandora, que era francesa, na época, e para a indicação do filme para o Oscar de melhor produção estrangeira de 1996″.

Corações Sujos ganha as telas de Montreal no ano em que o festival festeja seu 35º aniversário. A edição comemorativa, que prossegue até o dia 28, tem acentuado sabor francês. Além da seleção de filmes, que promete 383 títulos, vindos de 70 países, e distribuído por diversas mostras, o programa pagará tributo à atriz Catherine Deneuve, abrigará uma aula magna com o diretor Claude Lelouch (Um Homem, uma Mulher), e exibirá clássicos franceses esquecidos e noir americanos poucos conhecidos selecionados por Bertrand Tavernier. O ator francês Vicent Perez também estará na cidade, acompanhando a projeção de A Butterf ly Kiss, dirigido por Karine Silla, sua mulher.

O filme de Amorim disputará o prêmio principal com outros 19 títulos.

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