Compositor Ennio Morricone diz que não quer mais trabalhar com Tarantino
O italiano, responsável por músicas de quatro filmes do diretor, afirmou que o diretor usa trilhas "sem coerência alguma com o filme"
O compositor italiano Ennio Morricone, de 84 anos, afirmou que não pretende mais trabalhar com o diretor Quentin Tarantino. Suas composições estão presentes em quatro filmes do americano, o mais recente deles, Django Livre, vencedor do Oscar deste ano por melhor roteiro original e melhor ator coadjuvante para Christoph Waltz. Apesar disso, Morricone teria dito, segundo o site da revista The Hollywood Reporter, que não quer mais trabalhar com o diretor, porque, segundo ele, Tarantino usa as trilhas sonoras de maneira incoerente com os filmes.
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“Eu não gostaria de trabalhar com ele de novo, em nenhum projeto”, disse o músico para alunos da Libera Università Internazionale degli Studi Sociali, na Itália. Segundo ele, é frustrante trabalhar com Tarantino pelo modo aleatório como a trilha sonora é inserida nos filmes. “Não há o que fazer com uma pessoa dessas”, afirmou. O compositor disse ter assistido a Django Livre, mas não se impressionou, dizendo que havia “muito sangue”.
Além de quatro composições no longa, o italiano foi responsável por canções nos dois filmes da franquia Kill Bill (2003 e 2004) e em Bastardos Inglórios (2009).
Autor de músicas para mais de 500 filmes, Morricone é considerado um dos maiores compositores de trilhas sonoras da história, e recebeu um Oscar honorário em 2007 pelo conjunto de sua obra. Ele contribuiu na popularização do gênero “western spaghetti” — mote de Django Livre — com seu trabalho em produções como Três Homens em Conflito (1966), de Sergio Leone.