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‘Carros 2’ acelera na tecnologia, mas derrapa na história

Por Carol Carvalho
23 jun 2011, 14h26

Carros 2, a seqüência da parceria Disney-Pixar que chega aos cinemas nesta quinta-feira, vem turbinado no visual, mas derrapante em uma história de pouca emoção. Em formato 3D – que, subutilizado, só faz encarecer os ingressos -, a animação atrai pela quantidade de personagens que apresenta (quase mil) e por seus cenários encantadores (com cores e detalhes caprichados). E também, ainda que funcione só como adorno, pela participação especial de dubladores amadores como a cantora de axé Claudia Leitte e o ex-piloto Emerson Fittipaldi. Mas não envolve como primeiro filme da série.

Chega a surpreender que a animação tenha sido escolhida para marcar os 25 anos da Pixar, inspirado e criativo estúdio que junto com a Disney fatura 8 bilhões de dólares (cerca de 12 bilhões de reais) com o primeiro Carros, uma das franquias mais lucrativas das duas empresas. Além da película, a franquia conta com brinquedos, produções teatrais, músicas, atrações de parques, série de TV, games, livros e aplicativos para celulares. Lançado em 2006, o primeiro filme, apesar de ter vencido o Globo de Ouro de animação e faturado 462 milhões de dólares, já não estava entre os melhores frutos da parceria Disney-Pixar, rol em que se incluem os três Toy Story e Procurando Nemo. Mas o segundo ficou ainda mais aquém do catálogo.

Em Carros 2, o vermelho e sagaz carro de corrida Relâmpago McQueen cede o posto de protagonista para o bobalhão e carismático carro-guincho Mate. Já conhecido e querido do público, o guincho enferrujado não precisa se esforçar muito para agradar, ao contrário de McQueen na primeira animação, quando, dono de um excesso de confiança e de arrogância prejudiciais a seus relacionamentos, precisa descer do salto para fazer amigos. Se Carros investia na história de um personagem e suas mudanças interiores, Carros 2 toma caminho totalmente diverso. O filme segue a trilha de James Bond em uma trama de ação e espionagem, que pode agradar à garotada.

A veterana da indústria de animação Denise Ream (Up – Altas Aventuras) foi a responsável pelos efeitos especiais do segundo filme, que tem direção de John Lasseter (Carros e Toy Story). A cada mudança de “locação” – quatro, ao total -, o público se delicia com particularidades da cultura e da arquitetura dos locais “visitados” (entenda melhor o motivo das viagens na lista acima). Em Tóquio, por exemplo, uma simples ida de Mate ao banheiro vira motivo de piada, por causa do vaso sanitário high tech com jato d’água. Em Paris, a base da Torre Eiffel parece uma roda cromada. O filme passa ainda pela cidade italiana de Porto Corsa e por Londres – onde o Big Ben recebe o nome de Big Bentley, em homenagem à empresa britânica de automóveis. Em Carros, a trama se passava basicamente na cidade fictícia de Radiator Springs, localizada na Rota 66 americana, que vivia dias difíceis.

O papa e a rainha – Personalidades também se transformaram em automóveis no segundo filme, como o papa Bento XVI, e a rainha da Grã-Bretanha Elizabeth II. “Não queríamos criar uma versão humana, mas repensar essas pessoas no mundo dos carros”, explicou o diretor John Lasseter na entrevista de lançamento do filme, em Los Angeles. O papa aparece ao volante do papamóvel – ou seja, um carro dentro do outro. Já a rainha surge com uma coroa de diamantes imponente em frente ao Palácio de Buckingham. Os veículos em segundo plano também tiveram tratamento especial, entre os quais se veem modelos da Ford, Toyota e Nissan fabricados na Ásia e na Europa e nunca lançados nos Estados Unidos.

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Carros 2 chega a exibir 926 personagens novos, como os competidores do Grand Prix Mundial Carla Veloso, brasileira dublada por Claudia Leitte, e Emerson Fittipaldi, dublado pelo próprio piloto na versão em português e pelo jovem Lewis Hamilton no filme original. São participações modestas, diga-se, que se resumem a duas ou três frases. A turma de Radiator Springs, que marcou o primeiro filme da série, também aparece pouco, dando lugar ao espião Finn McMíssil (um carro do modelo Aston Martin DB5, marca registrada do agente 007 James Bond), à sua assistente Holley Caixadibrita, ao automóvel de Fórmula 1 Francesco Bernoulli e ao avião Siddeley.

Enredo – O filme narra as aventuras do guincho Mate, que acidentalmente se vê envolvido com o mundo da espionagem. Ele acompanha o melhor amigo Relâmpago McQueen em uma competição mundial de carros de corrida, prato cheio para um caipira atrapalhado como ele se envolver em confusões. Mate prova, no entanto, que, apesar do jeito brincalhão, é muito esperto e perspicaz, ao que se resume a grande lição de moral do filme – por sorte, em segundo plano.

Carros 2 mostra ainda o embate entre os fabricantes de combustível de fonte alternativa e os derivados de petróleo. Não chega a levantar bandeiras, mas tem o assunto como mote. “Queria fazer um filme divertido, não pensei em passar nenhuma mensagem política”, sentenciou o diretor John Lasseter na entrevista de lançamento do filme.

A pretensão da Disney e Pixar para Carros vai além de sua continuação. Os estúdios já estão produzindo um filme sobre Aviões – que deve receber este nome, mesmo – inspirado na animação de sucesso.

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