Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Cantor libanês Mika faz o melhor show do Festival Planeta Terra 2010

A noite contou ainda com dois medalhões dos anos 1990, Smashing Pumpkins e Pavement, que decepcionaram com apresentações burocráticas

Por Rodrigo Levino
21 nov 2010, 09h02

A terceira edição do evento teve público estimado em 20.000 pessoas, que se dividiu em dois palcos por onde passaram 15 bandas

Alguns elementos são fundamentais para um bom show de música pop. A saber: performance, interação, bons músicos, canções com bons refrões, carisma e um público satisfeito por estar diante do seu artista preferido, respondendo com empolgação e versos cantados a plenos pulmões. A junção desses pontos fez do show de Mika, cantor libanês radicado em Londres, o melhor do festival Planeta Terra, que aconteceu neste sábado (20) num parque de diversões em São Paulo.

A terceira edição do evento teve público estimado em 20.000 pessoas, que se dividiu em dois palcos por onde passaram 15 bandas, dentre as principais, a francesa Phoenix e os americanos retornados dos anos 1990, Smashing Pumpkins e Pavement, além de nomes recentes como Hot Chip, Of Montreal e Yeahsayer.

Retorno – Como prova do quanto a música pop é móvel, o Phoenix retornou ao Brasil após três anos, quando fez um show que passou despercebido. Na época, era só uma pequena banda de rock da França que cantava em inglês e o vocalista Thomas Mars ostentava o título de marido da cineasta Sofia Coppola. Com o último disco Wolfgang Amadeus Phoenix (2009) estourado nas rádios europeias e americanas, os franceses voltaram com moral alta para encerrar a turnê justo no Planeta Terra.

Não fosse a segunda metade do show, quando o set list prezou por músicas com execução mais pesada que as gravações, como Rome e 1901, além da disposição de Mars que nadou sobre a plateia, carregado por dezenas de mãos e braços, o Phoenix iria passar novamente como uma nota de rodapé, arrastado pelo miolo do concerto recheado de baladas mornas e não condizentes com um show de arena.

Continua após a publicidade

Burocracia – Sobre as bandas egressas dos anos 1990, cujos shows eram bastante aguardados, principalmente o Pavement que nunca se apresentou antes no Brasil, é preciso dizer que por vários motivos soaram decepcionantes.

Liderada por Stephen Malkmus, um vocalista apático que toca como quem não vê a hora de terminar o set list e correr para o quarto de hotel mais próximo – não sem antes garantir o níquel – Pavement apresentou grandes canções de sua lavra como Gold Soundz, Silence Kid, Cut Your Hair e Stereo.

A banda foi salva pelo que produziu no passado e pelo saudosismo que ainda desperta no público. Fosse o caso de depender do entusiasmo de Malkmus ou de sua empatia com o restante dos músicos, um tanto animados, seria qualquer coisa próxima de soporífero. Por sorte, foi apenas burocrático na maior parte do tempo.

Pior do que o Pavement, só o Smashing Pumpkins, liderada pelo vocalista Billy Corgan, único remanescente da formação original, com quem Malkmus já teve atritos com direito a troca de farpas pela imprensa e músicas compostas para espinafrar um ao outro. A banda encerrou o festival, na madrugada do domingo (21), e deixou más lembranças como a tentativa canhestra de Corgan de tocar o hino dos Estados Unidos. Dispensável.

Continua após a publicidade

Ególatra e ainda compondo canções, embora longe de qualquer apelo como nos áureos tempos, Corgan transformou a própria banda, que tem músicas poderosas como Tonight Tonight, Heavy Metal Machine, Ava Adore e Hummer, numa cover de si mesma. Os músicos são competentes, em especial Mike Byrne, o baterista de apenas vinte anos; as músicas soam melhores com o tempo e resumem com seus riffs pegajosos uma época importante para a cultura pop recente. Nada disso, no entanto, é suficiente para convencer de que Corgan mantém com mão de ferro a pior ideia para a história do grupo: continuar na ativa, produzindo músicas esquecíveis e profanando as que o consagraram.

Puro pop – Com tantos caídos e por todos os lados, sobressaiu o show do libanês Mika, nauseante de tão colorido. Ancorado num timbre de voz agudo de fazer inveja ao australiano Barry Gibb, da banda Bee Gees, performático quase ao ponto de uma Lady Gaga de calças e com babas dançantes de encher à medida da perfeição um set list de uma hora e meia, Mika saiu consagrado pelo público, de longe o mais animado da noite.

O compositor de Grace Kelly e Relax, Take It Easy, mostrou com simpatia, despojamento e profissionalismo que ainda tem uma boa estrada pela frente. Coisa que a essa altura falta a Malkmus e Corgan.

Assista abaixo a um trecho da apresentação de Mika, ontem no Planeta Terra

Continua após a publicidade

https://youtube.com/watch?v=pNKQSAiY44k

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.