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Após 43 anos, obras de Tarsila do Amaral chegam ao Rio

Por Da Redação
14 fev 2012, 09h30

Por AE

São Paulo – Em 1924, Tarsila do Amaral pintou três quadros icônicos do Rio de Janeiro: “E.F.C.B.” (Estrada de Ferro Central do Brasil), “Carnaval em Madureira” e “Morro da Favela”. A pintora do modernismo paulista era fascinada pelas cores da cidade, mas nunca passou muito tempo entre elas: em 87 anos de vida, foram apenas três mostras individuais, em 1929 – a primeira no Brasil -, 1933 e 1969. Só agora, passados quase 40 anos de sua morte, ela está de volta. “Tarsila do Amaral – Percurso Afetivo” será aberta ao público hoje pelo Centro Cultural Banco do Brasil. Tem essas e outras 45 telas das mais representativas de sua trajetória, sendo a estrela “Antropofagia”, de 1929, um dos gatilhos do Movimento Antropofágico de Oswald de Andrade, então seu namorado.

Nada de “Abaporu”, que o Brasil perdeu para a Argentina nos anos 90 e que em 2011 já havia sido trazido do Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires para uma exposição em Brasília, a pedido da presidente Dilma Rousseff. Três anos antes, o quadro viajara para uma mostra da Pinacoteca do Estado.

“É difícil conseguir as grandes obras para fazer uma exposição sobre Tarsila. As pessoas vão ao Malba para ver o Abaporu, eles não podem ceder toda hora”, sua sobrinha-neta, homônima, justifica. “Esta é uma boa oportunidade para as pessoas verem quadros como Urutu e Antropofagia, que mistura elementos do Abaporu e de A Negra (outra estrela fora da mostra, por estar em exposição no MAC USP).”

O curador, Antonio Carlos Abdalla, lembra que o fato de sua obra pictórica não ser tão extensa – cerca de 300 telas – é outro entrave. “Ela talvez seja das artistas brasileiras de maior requisição no Brasil e internacionalmente”, diz. “De certa forma, foi bom que o Abaporu não tenha vindo, porque a gente corria o risco de fazer uma exposição dele, e não da Tarsila.”

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Há 12 anos cuidando do legado da tia-avó, Tarsilinha tentou montar uma exposição como esta, que tem 85 obras, cedidas por museus e colecionadores particulares, entre pinturas, desenhos, objetos e gravuras, dois anos atrás. Mas a falta de patrocínio frustrou sua iniciativa: os custos envolvem seguros caríssimos (que podem comer em torno de 10% do orçamento), envio de equipe especializada para manusear as obras.

Ela participa como cocuradora. Foi quem cedeu a Abdalla o álbum de viagens que norteou seu trabalho. Entre 13 de janeiro e 18 de fevereiro de 1926, Tarsila e Oswald, um pouco antes de oficializarem o casamento (já viviam juntos desde 24), fizeram uma viagem de sonho, que incluiu Europa e além (Turquia, Síria, Egito, Chipre…) Apaixonada, ela colecionou souvenirs como cartões de visita, contas de restaurantes e de hotéis e os colou com fotos suas e de Oswald. Era um caderno sem pauta como outro qualquer, mas que se tornou uma relíquia de família. Tarsilinha pretende lançá-lo em fac-símile, numa edição caprichada – mas novamente vai precisar de patrocínio.

Os afetos derramados em suas páginas, e também a falta dos outros quadros, levaram Abdalla a dispor as obras seguindo um critério menos acadêmico do que de costume. Em vez de separá-las nas diferentes fases de sua carreira – “pau-brasil”, “antropofágica”, “social” – escolheu dispô-las em temas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Tarsila do Amaral – Percurso Afetivo – CCBB (Rua Primeiro de Março, 66, Rio). Tel. (21) 3808-2020. 9h/21h (fecha 2ª). Grátis. Até 29/4.

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