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André Rieu mostra por que é popstar da música clássica em show em SP

Violinista holandês está na cidade para uma série de vinte apresentações, que acontecem até julho

Por Carol Nogueira
30 Maio 2012, 10h59

Se o tributo aos 30 anos do Legião Urbana voltou as atenções de boa parte do Brasil para o canal MTV na noite desta terça, no Ginásio do Ibirapuera parecia que ninguém estava nem aí para Wagner Moura, que assumiu os vocais para entoar os clássicos da banda. O local sediou o primeiro show, de uma sequência de vinte, que o músico holandês Andre Rieu, que se autodenomina um “popstar da música clássica”, faz na cidade até julho, em sua estreia no país. Já no entorno do Ginásio, desavisados podiam pensar que os transeuntes – senhores de terno e gravata e senhoras de vestido de festa -, estavam indo a um casamento ou uma formatura. Lá dentro, acontecia uma festa “de gala” para 8.000 pessoas — ao final das vinte apresentações, Rieu terá tocado para 160.000, equivalente a dois estádios do Morumbi lotados.

Acomodadas em seus assentos, algumas pessoas logo se puseram de pé para olhar para trás. Era de lá – elas sabiam – que Rieu viria, passando pelo meio do público. O que para os fãs do músico é um deleite, para os mais puristas da música clássica é inaceitável. São comportamentos como esse, assim como tocar Ai Se Eu te Pego, do sertanejo Michel Teló, coisa que fez no Domingão do Faustão e também no show, que o fazem ser condenado de “populismo”, argumento que o erudito não permite. Então, Rieu passa, e faz a alegria dos fãs, que podem tirar fotos de perto do ídolo.

Depois de Rieu, passam os músicos da banda que o acompanha, a Johann Strauss Orchestra, formada por quinze violinistas, quatro cellistas, dois contrabaixistas, além de percussionistas, músicos de sopro, solistas e uma pianista – a maioria, mulheres, e todas vestidas como debutantes. Já os homens, assim como Rieu, aparecem vestidos de fraque. Alguns músicos têm papel de destaque durante a apresentação. Rieu, que rege a orquestra ora como violinista ora apenas como maestro, faz questão de divertir o espectador e fazer com que ele entenda o que está vendo. Embora misture inglês, espanhol e um pouco de português para se comunicar com a plateia, ele não hesitou em trazer ao palco uma cantora brasileira para fazer um número como uma boneca de pano.

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As interações com o público acontecem a cada música, quando ele faz algumas gracinhas e apresenta a música que vai tocar a seguir. Foi assim que, logo após o número de abertura, disse que “veio trazer alegria para São Paulo”. “As pessoas aqui estão sempre tão tristes”, afirmou, em tom irônico. Todas as brincadeiras e números com músicos são feitos em tom de comédia pastelão – o músico desafina ou faz algo inusitado, e Rieu o olha com cara de surpresa. As músicas cantadas pelos Platin Tenors, o trio de tenores que acompanha Rieu formado por um australiano, um húngaro e um alemão, são todas assim. Na verdade, é tanta informação, que a música é o que menos importa.

Outros momentos são compostos por frases de efeito, como antes de Rieu tocar Ballade pour Adeline sob um céu estrelado no telão. “Há muitos anos, eu passeava com minha mulher de carro. Nós éramos muito jovens, e o carro era muito pequeno”, diz, levantando risadas. “Sentávamos próximos, e tocava essa melodia romântica no rádio. Então, vou pedir a vocês que se imaginem 30 anos mais jovens, sentem próximos e olhem fundo nos olhos de suas esposas”, pede, emendando uma piada: “Essa é sua mulher? Eu não quero encrenca.” Parece espirituoso e espontâneo, mas a frase é repetida em todos seus shows – basta procurar no YouTube – algo feito também por músicos pop como Paul McCartney.

É fácil entender o sucesso de Rieu. Assim como em seu passeio com a mulher, muitas das músicas tocadas por ele marcaram a história de seu público (geralmente, homens e mulheres com mais de 50 anos). Junte isso a um espetáculo feito para entreter, divertir e emocionar, e é uma fórmula pronta de sucesso. Não é à toa que ele lança mais DVDs que CDs – só no Brasil, já vendeu 1 milhão deles.

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