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Aaron Paul, de ‘Breaking Bad’ ao estrelato

Gabaritado pela série de sucesso mundial, o ator chega aos cinemas com o blockbuster ‘Need for Speed’ e sai do banco de coadjuvante para assumir a direção de sua carreira – e o centro dos holofotes em Hollywood

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 dez 2018, 09h55 - Publicado em 15 mar 2014, 16h35

O belo par de olhos azuis e o sorriso de predador são grandes aliados de Aaron Paul, 34 anos, ator americano que recentemente conquistou um bom lugar ao sol ao interpretar Jesse Pinkman, traficante e assassino, cúmplice do protagonista Walter White (Bryan Cranston), na série Breaking Bad. O ator, que apesar da boa aparência prefere papéis que passam longe do estereótipo do bom moço, não encontrou dificuldades para cativar os fãs do seriado e a crítica especializada, o que lhe rendeu quatro indicações e duas vitórias no Emmy Awards e uma indicação ao Globo de Ouro.

Breaking Bad mudou a minha vida e abriu portas”, disse Paul em entrevista ao site de VEJA. “O Steven Spielberg era fã da série e me indicou para o papel principal de Need for Speed. E quando o Spielberg o indica, bem, isso conta bastante”. E como conta.

Em cartaz no Brasil desde o dia 13, última quinta-feira, o filme baseado no jogo de videogame de mesmo nome tem orçamento estimado em 66 milhões de dólares e deve se pagar rapidamente em bilheteria. A cifra é de encher os olhos, principalmente quando comparada à de outros filmes estrelados por Paul antes da série – alguns não chegavam nem na casa do milhão.

Não se sabe quanto foi – ou ainda vai – parar no bolso do ator, mas sabe-se que ele conseguiu cruzar uma importante linha que existe na carreira artística americana, que divide os que obtêm o sucesso em uma produção televisiva e os que usam essa fama para alcançar lugares mais altos.

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Apesar de o filme inspirado no jogo de corrida não ser uma pérola da história do cinema, Paul pode dizer que está na estrada correta. Com a estreia de Need for Speed, seu rosto estampa dezenas de noticiários da imprensa mundial nesta semana. Novamente, seu personagem, Tobey Marshall, não é lá o exemplo de genro que toda sogra gostaria de ter. O protagonista participa de rachas durante a noite para ganhar um trocado, é preso quando uma de suas corridas resulta em uma morte e, ao ser solto, viola a liberdade condicional e dirige irresponsavelmente pelo país em busca de vingança, claro, perseguido por policiais. Assim como na pele de Jesse Pinkman, Paul e sua feição de inocente convencem o espectador de que, apesar de violar a lei, os fins justificam os meios.

Como o ator consegue manipular o público? Quem responde é seu célebre fã Spielberg. “Ele tem uma excelente presença de cena. Existem muitos bons atores, porém é difícil achar pessoas que tenham essa habilidade natural para convencer sem dizer uma palavra, apenas por existir em cena. Aaron tem esse elemento a mais”, diz Spielberg em entrevista oficial divulgada pela DreamWorks, empresa parceira na produção de Need for Speed e liderada pelo cineasta.

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Rumo ao estrelato – Enquanto o caminho dos astros do cinema para a televisão se mostrou eficiente e fluído nos últimos anos, com exemplos como Kevin Spacey, em House of Cards, e Claire Danes, em Homeland, o sentido inverso, da TV para Hollywood, parece mais pedregoso.

Todo o elenco de Friends tentou, mas apenas Jennifer Aniston pode dizer que conseguiu potencializar sua carreira pós-sitcom. O mesmo ocorreu com o excelente elenco da Família Soprano. Salvo James Gandolfini, que abocanhou pequenos papeis em grandes produções ou protagonizou filmes menores, os demais atores não foram muito longe após o seriado. Caso também da comentada série Lost, em que nem o ator principal, Matthew Fox, já conhecido anteriormente no cinema, fez grandes coisas ao fim do programa.

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Para a sorte dos fãs, a dupla de criminosos de Breaking Bad tem grandes chances de ficar entre os poucos que conseguem se despir dos personagens do seriado para alcançar a almejada liberdade de ir e vir da TV para o cinema quando bem entenderem. Em maio, Bryan Cranston deixa para trás Walter e chega ao cinema com Godzilla, nova versão do clássico japonês com orçamento estimado em mais de 100 milhões de dólares. Para o ano que vem, ele vai estrelar Holland, Michigan, um thriller modesto, mas de alta tensão, ao lado da atriz Naomi Watts.

Já Paul está em um ritmo mais acelerado. Para este ano ele tem mais três importantes produções a caminho, todas em papel de destaque. O primeiro é Hellion, um drama familiar produzido de forma independente, muito bem avaliado no Festival de Sundance. Em seguida, ele lança a comédia Altos e Baixos, bem recebida pela crítica no Festival de Berlim, sobre quatro suicidas que se encontram no topo de um prédio e, juntos, decidem dar uma nova chance à vida. Em dezembro, ele estrela a produção milionária Exodus, filme bíblico sobre a história de Moisés, ao lado de Christian Bale.

“As gravações de Exodus foram incríveis. Viver isso foi fascinante e Christian Bale é um ótimo ator, além de ser hilário nos bastidores. Será um filme que, creio eu, todas as pessoas vão gostar, cristãos e não cristãos”, conta Paul. No longa, o ator vive o personagem Josué, discípulo de Moisés, que depois o sucede na missão de levar o povo hebreu até à terra prometida. “Toda a produção nos transportou para aquele tempo, para a atmosfera de uma história bíblica, foi uma honra fazer parte desse épico.”

Além da grande tela, Paul diz não ter problemas em voltar para a televisão, especialmente no spin-off de Breaking Bad, Better Call Saul. “Não fechamos nada ainda, mas posso, sim, estar na série. Vamos esperar”, conta.

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Versatilidade – Nascido em Emmett, uma cidade com cerca de 10.000 habitantes, localizada no estado de Idaho, região noroeste dos Estados Unidos, Paul começou a carreira aos 20 anos e, como a maioria dos colegas de profissão americanos, em pequenos papeis em seriados e filmes televisivos.

O ator participou de comédias rasas como Correndo Atrás (2000) e O Dono da Festa (2002), filmes tão ruins quanto sugerem os títulos. Sua lista de participações em seriados é extensa, desde pontas nos hits adolescentes dos anos 1990 Melrose Place e Barrados no Baile, até as tramas de suspense Arquivo X e CSI: Investigação Criminal. Paul também deu as caras na superprodução Missão Impossível 3 (2006), estrelada por Tom Cruise. Em seguida, conseguiu o papel de protagonista no longa de baixo orçamento Daydreamer (2007), em que vivia um jovem magrelo e perdido que mistura sonho com realidade.

Foi só em 2008, ao ser escalado para Breaking Bad, que Paul deixou de ser o ator que o espectador conhece, mas não se lembra de onde. Concomitantemente com o programa, ele passou por outra fase ao atuar nos filmes de terror A Última Casa (2009) e Wreckage (2010).

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Se antes a versatilidade do ator estava mais atrelada à busca por trabalho do que ao seu gosto pessoal, agora Paul pode dizer que vai de filmes independentes até blockbusters milionários simplesmente porque pode escolher. “Minha intenção é fazer projetos estimulantes e papeis intensos. Se não, prefiro não aceitar o trabalho”, diz. E intensidade é o que não falta em Need for Speed que, a despeito do roteiro fraco, esbanja boas cenas de ação, a maior parte feita pelo próprio Paul, que teve aulas de direção antes das gravações para aprender a correr como um profissional, a derrapar e a fazer manobras inadequadas para a vida real.

“Eu já era apaixonado por carros e, modéstia a parte, sou um bom motorista. Meu carro favorito no longa é o Gran Torino, um clássico dos anos 1960, dirigido pelo meu personagem”, conta. Ao fim das filmagens, Aaron Paul ganhou de presente dos produtores do filme o citado Gran Torino. Apenas um mimo entre os muitos louros que a fama ainda vai lhe render.

https://www.youtube.com/watch?v=9YEWXAi25BA

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