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A virada de Norma em Insensato Coração

Em entrevista ao site de VEJA, Gilberto Braga e Ricardo Linhares, autores da novela, revelam que personagem de Gloria Pires matará, mas não será ‘exatamente’ uma vilã

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 abr 2011, 09h52

Numa novela mal ancorada num caso de amor, estranho amor como é o dos protagonistas Marina (Paola Oliveira) e Pedro (Eriberto Leão), uma segunda trama tem tudo para, usando o jargão colado ao gênero, roubar a cena de Insensato Coração. Trata-se da virada de Norma, a meiga personagem de Glória Pires que foi usada e traída pelo vilão Leo (Gabriel Braga Nunes) – o crápula roubou o patrão da enfermeira, que levou a culpa. Na cadeia, entre brucutus como Araci (a presidiária interpretada por Cristina Oliveira, que mais uma aparentada de Tonhão, o presidiário de Claudia Raia no humorístico TV Pirata), Norma se escola em maldade. Ela aprende a matar e passa a engrossar o rol de personagens de atos cruéis da trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Mas, garantem os autores, não será “exatamente” uma vilã.

“Num ambiente hostil, ao sofrer injustiças e perseguições, aspectos ocultos da personalidade podem aflorar, com consequências imprevisíveis”, conta um misterioso Linhares. Norma se batizará assassina com a Araci, que, dopada, será sufocada com um travesseiro na enfermaria do presídio. A partir daí, seguindo seu plano de vingança contra Léo, a personagem rouba o dinheiro da detenta, enrudece e ganha corpo dentro do folhetim. É sobre essa virada que Gilberto Braga e Ricardo Linhares falam ao site de VEJA – nem sempre concordando nas respostas. Confira abaixo.

Em que altura da novela Norma, a personagem de Glória Pires, matará Araci (Cristiana Oliveira) e se tornará uma vilã?

Ricardo Linhares: Norma não é exatamente uma vilã. É uma personagem que passa por uma profunda transformação. Era uma viúva ingênua, crédula, acomodada. Apaixonou-se por um bandido e foi presa por um crime que não cometeu. Na cadeia, vivendo situações adversas, ela muda. Torna-se forte, esperta. Seu objetivo é cumprir a pena e sair para se vingar do homem que destruiu sua vida. A morte de Araci não é gratuita e não torna Norma vilã. Não vou antecipar a trama, mas dentro do contexto a atitude de Norma é compreensível. Ela está mais para personagem vingativo e justiceiro do que para vilã. Isso são rótulos antigos que carimbam nos personagens.

Gilberto Braga: Daqui a um mês, eu acho.

Cristiana Oliveira engordou cerca de 15 kg para o papel de Araci. Depois de morta por Norma, ela não voltará à trama?

RL: Araci não volta depois de morta. Não há fantasmas na história. É uma participação de trinta capítulos.

GB: Não, ela não volta.

Norma segue um caminho parecido com o de Jonas, personagem de Tuca Andrada que cometeu erros por vingança, no primeiro capítulo da trama. A novela trabalha com a ideia de que injustiças criam maldades?

RL: Ninguém é um bloco único de maldade ou bondade, embora cada um de nós tenha tendência a determinado tipo de comportamento, inclinações naturais de caráter. Diversas situações inesperadas podem despertar instintos adormecidos em cada um de nós. Ninguém sabe como enfrentará um forte drama até se deparar com ele. Num ambiente hostil, ao sofrer injustiças e perseguições, aspectos ocultos da personalidade podem aflorar, com consequências imprevisíveis, tanto para o bem quanto para o mal.

GB: Há pessoas de má índole, é o caso do Léo. E outros como a pergunta acaba de descrever. Mas o bem e o mal estão dentro de cada um de nós.

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Insensato Coração tem um rol extenso de personagens com ações negativas: Norma, Úrsula (Lavinia Vlasak), Aquiles (Guilherme Leme), Henrique (Ricardo Pereira), Tia Neném (Ana Lúcia Torre) e, é claro, Léo. A novela reflete a realidade ou faz um recorte no comportamento humano?

RL: Os personagens são mais complexos do que os rótulos de vilão, galã, mocinha. Eles têm facetas, nuanças. O afeto de Léo pela mãe Wanda é genuíno, por exemplo. Buscamos fazer com que a novela reflita a natureza humana, com o bem e o mal balanceados.

GB: Tento fazer um recorte no comportamento humano, levando em conta o glamour, porque é novela, não é vida real.

Por falar em Úrsula, ela levou uma surra ao ser desmascarada por Marina. Por que a novela investe tanto em cenas de briga?

RL: Acho que não há tantas cenas de brigas assim. Mas, por serem momentos fortes, dramáticos, elas acabam sobressaindo mais.

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GB: Porque é catártico.

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