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Youssef recua sobre repasse a assessor de Palocci. Baiano mantém versão

Doleiro, agora, diz não ter certeza de que Charles Capella participou de negociação sobre entrega de R$ 2 milhões que iriam para a campanha de Dilma

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 jan 2016, 16h24

Depois de reforçar em depoimento à Polícia Federal as suspeitas contra Charles Capella, ex-assessor de Antonio Palocci, o doleiro Alberto Youssef afirmou em acareação com ele nesta quinta-feira que ‘não tem certeza’ e que “não reconhece” que Capella tenha participado da negociação em que 2 milhões de reais em propina seriam repassados à campanha da petista Dilma Rousseff em 2010. Capella prestou depoimento na manhã desta quinta e ainda participou de acareações com Youssef e com o lobista Fernando Baiano, operador do PMDB no esquema de corrupção desvendado pela Lava Jato. “Estando na presença de Charles Capella de Abreu, neste momento esclarece que, apesar da aparência facial ser muito aproximada daquela pessoa que se referiu ter entregue o dinheiro em 2010, percebe que Charles tem estatura mais baixa que aquela pessoa, além de ter um porte físico menor a ela”, diz trecho da acareação feita hoje entre Youssef e Capella. “O primeiro acareado acredita que é mais provável que não se trata da mesma pessoa”, registrou a Polícia Federal.

À PF, Baiano manteve a versão de que Charles foi indicado pelo ex-ministro da Casa Civil e ex-assessor da campanha de Dilma Antonio Palocci como o responsável por intermediar o repasse de dinheiro sujo aos cofres da campanha eleitoral.

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No ano passado, VEJA revelou que o lobista Fernando Baiano contou à força-tarefa da Operação Lava Jato que participou pessoalmente de uma negociação que levou 2 milhões de reais do petrolão à campanha dilmista. O acordo foi fechado no comitê eleitoral em Brasília depois de uma reunião entre Baiano, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-ministro Antonio Palocci. Coordenador-geral da campanha, o ex-ministro recomendou que acertassem a logística do repasse do dinheiro com “o Dr. Charles”, seu assessor no comitê, conforme reportagem de VEJA. O pagamento foi feito pelo doleiro Alberto Youssef.

Em depoimento prestado à Polícia Federal em 29 de outubro, Youssef havia detalhado o repasse, feito em dinheiro vivo no Hotel Blue Tree, na Avenida Faria Lima, em São Paulo: “Tal pessoa tinha a cor de pela branca, estatura média alta, sendo um pouco mais alto que ele, que tem 1 metro e 71 centímetros, compleição física normal, mas se tratando de pessoa obesa ou de barriga saliente”, descreveu o doleiro. “Dr Chales” recebeu Youssef em um quarto do hotel “no período de junho a outubro de 2010”, conforme narrou o doleiro. “Os 2 milhões de reais determinados por Paulo Roberto Costa a tal pessoa foram entregues em uma ou duas malas pequenas, do tipo daqueles que se leva como bagagem de mão em voos comerciais”, afirmou Youssef ao delegado Luciano Flores, da equipe da Lava Jato.

Nesta quinta, depois do depoimento e das acareações de Charles Capella, a advogada Danyelle Silva Galvão, que defende o ex-assessor de Palocci, disse que “a novidade é que Alberto Youssef não reconhece o Charles como a pessoa para quem ele entregou 2 milhões de reais em São Paulo”. “Ele [Charles] nega todos os fatos, diz que não houve reunião com esses delatores, que não houve encontro e que eles não se conheciam. A primeira vez que Charles viu Fernando Baiano foi hoje”, afirmou ela. “Baiano manteve a versão dele. Há um fato inverídico narrado por um dos delatores. Charles não foi a pessoa para quem ele entregou o dinheiro”, completou.

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