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Xuxa radicaliza na passeata dos royalties no Rio

A rainha dos baixinhos foi a mais enfática das celebridades que subiram ao palanque: "Quem gosta de ser assaltado?", perguntou a uma multidão de 120 mil pessoas formada em sua maioria por servidores públicos

Por Leo Pinheiro, do Rio de Janeiro
10 nov 2011, 19h41

“Eu queria antes de mais nada fazer uma pergunta? Quem gosta de ser assaltado? Quem gosta de ser roubado levante a mão”, perguntou a rainha dos baixinhos, Xuxa Meneghel

Muitos artistas subiram ao palco montado na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, para defender a manutenção da divisão dos royalties e participações especiais dos poços de petróleo já licitados. De todas as mãos pelas quais passou o microfone veio de uma gaúcha a declaração mais radical. “Eu queria antes de mais nada fazer uma pergunta. Quem gosta de ser assaltado? Quem gosta de ser roubado levante a mão”, provocou a rainha dos baixinhos, Xuxa Meneghel, para um público variado de diversas cidades do estado do Rio. Como mais do que esperado, ninguém levantou a mão. E a apresentadora acrescentou: “Então vamos acabar com a injustiça que estão querendo fazer com o Rio de Janeiro. Eu sou gaúcha, mas sou carioca de coração”, enfatizou.

As declarações de Xuxa não pararam por aí. Ela emendou um coro que ecoou pela praça da Cinelândia. “Eu sou carioca com muito orgulho, com muito amor”, cantou acompanhada pela multidão de 120 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar. Não foi a estreia da loura em protestos. Ela esteve na mesma praça na época das Diretas Já e na manifestação de 2010 contra a emenda Ibsen Pinheiro, que previa uma redistribuição dos royalties que imporia ao Rio uma perda de aproximadamente 7,3 bilhões de reais por ano.

O evento começou com o Hino Nacional, cantado por Toni Garrido acompanhado por um violino. Em seguida, subiu ao palco Fernanda Montenegro para ler o manifesto do movimento “Contra a injustiça, em defesa do Rio”. Um dos trechos diz: “O direito aos royalties nunca foi um ato de generosidade para com os estados produtores. Significa um reconhecimento, pela Justiça, dos impactos- econômicos, ambientais e sociais- que a exploração petrolífera pode representar. Mas agora, por conta de uma mistura de cobiça e ambição política, tudo isso é desprezado”.

Cissa Guimarães foi a mestre de cerimônias do protesto. Com uma blusa carregando a estampa de seu filho Rafael Mascarenhas, morto por atropelamento no ano passado, ordenou as entradas dos artistas no palco e as apresentações dos vídeos gravados por famosos. Um dos cantores que apareceram no telão da Cinelândia foi o baiano Caetano Veloso. “O que estão fazendo com o Rio é uma injustiça. E mexeu com o Rio mexeu comigo”, pontificou Caetano.

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Alcione compôs o grupo dos artistas nascidos em outros estados e defensores do Rio de Janeiro. A luta agora é contra o projeto do senador Vital do Rêgo, aprovado no Senado Federal, que tira do Rio 3,2 bilhões de reais já em 2012. “O Rio não está pedindo favor a ninguém. Os royalties são um direito do estado”, afirmou a cantora.

Dois padres e dois funkeiros também tiveram a sua vez de mobilizar a população fluminense. Priscila Nocetti e Rômulo Costa, da Furacão 2000, chegaram a fazer o funk do petróleo, que empolgou os protestantes durante a caminhada da Candelária a Cinelândia. A letra diz: “Não adianta olho grande nem ambição. O petróleo é nosso, sim, é do nosso povão”.

Como programado, nenhum político fez uso do microfone. A decisão da organização do movimento irritou até aliados do governador Sérgio Cabral. Perguntado sobre o que motivou essa determinação, Cabral disse apenas que a manifestação era “um movimento popular”.

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