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Missa de encerramento da JMJ será em Copacabana, não mais em Guaratiba

Vigília está suspensa: programação vai terminar na noite de sábado e será retomada na manhã de domingo. Estrutura da praia será usada para a celebração final da Jornada Mundial da Juventude. Lama e dificuldade de acesso tornam inviável a peregrinação até a Zona Oeste

Por Pâmela Oliveira, Helena Borges e Cintia Thomaz
25 jul 2013, 15h04

A mudança forçada no roteiro coroa o que pode ser interpretado como um misto de megalomania e descompromisso com o que prega o papa Francisco: quem, afinal, será responsabilizado por gastar, em duas áreas distintas, dinheiro para montar palco, altar e todo o sistema para eventos semelhantes, com reunião de 2 milhões de pessoas? Seria como realizar dois réveillons de Copacabana na mesma semana, para se usar uma comparação feita pela própria prefeitura referindo-se às dimensões do evento

(Atualizada às 18h15)

A prefeitura do Rio abortou os eventos da Jornada Mundial da Juventude que seriam realizados em Guaratiba. Por causa da chuva, a vigília e a missa de encerramento serão em Copacabana, onde também há palco e estrutura para receber cerca de 2 milhões de pessoas. Desde o início da semana, o terreno recém-preparado, com muito barro e terra fofa, transforma-se progressivamente em um conjunto de pequenos lagos.

As duas fazendas escolhidas para sediar a vigília e a missa de encerramento celebrada pelo papa Francisco, que totalizam 3,5 milhões de metros quadrados de área, mostraram-se uma opção complicada desde o início da jornada. Chuvas no início do ano atrasaram as obras, e, como mostrou o site de VEJA, as alterações no terreno alagaram casas de moradores do entorno do terreno.

O Comitê Organizador Local da Jornada Mundial da Juventude (COL) informou, agora à noite, que, além da transferência da missa final do evento para Copacabana – em vez de Guaratiba – está cancelada a vigília, originalmente programada para a noite de sábado para domingo. “Devido às condições climáticas, os eventos programados para o Campus Fidei, em Guaratiba, serão realizados na praia de Copacabana. Com isso, a peregrinação de 13 km não poderá ser realizada. Diferentemente do que aconteceria em Campus Fidei, onde os participantes passariam toda a noite em vigília, em Copacabana a programação será encerrada após a Vigília de Oração com o Papa Francisco (prevista para começar no sábado, 27, às 19h30) e retornará no domingo, 28, às 10h, com a presença do pontífice”, diz a nota divulgada pelo COL.

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“Foi uma decisão difícil, mas responsável, pensando sempre na segurança do nosso peregrino. Copacabana sempre foi o nosso plano B, que agora teremos que colocar em prática. Quem está no Rio de Janeiro sente o que a JMJ trouxe. Que a JMJ continue alegre e feliz”, disse Dom Paulo Cezar Costa, vice-presidente do COL, na coletiva de imprensa realizada na noite desta quinta-feira.

Obra da Jornada Mundial da Juventude alaga casas em Guaratiba

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Ainda não se sabe o prejuízo que a JMJ, cujo orçamento é deficitário, terá com o cancelamento. Palcos, tendas, banheiros, postos de saúde e estruturas do Exército foram transportados nas últimas semanas para permitir a realização da vigília, em uma área onde praticamente só havia mato.

A mudança forçada no roteiro coroa o que pode ser interpretado como um misto de megalomania e descompromisso com o que prega o papa Francisco: quem, afinal, será responsabilizado por gastar, em duas áreas distintas, dinheiro para montar palco, altar e todo o sistema para eventos semelhantes, com reunião de 2 milhões de pessoas? Seria como realizar dois réveillons de Copacabana na mesma semana, para se usar uma comparação feita pela própria prefeitura referindo-se às dimensões do evento.

O prefeito Eduardo Paes confirmou a mudança pouco antes das 16h, em uma entrevista coletiva, e pediu a compreensão dos moradores do bairro da Zona Sul da cidade – que terá de conviver com a concentração de peregrinos por quatro dias, e não mais dois apenas.

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Na empresa contratada pela prefeitura para organizar a JMJ, a Dream Factory, que também organiza o Rock in Rio, ainda havia otimismo com o clima até quarta-feira. O diretor da empresa, Duda Magalhães, afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que não estava preocupado, porque os participantes do evento sabiam o que teriam de enfrentar. “O evento é uma missa campal. Passar frio, calor, estar numa área de terra ou alagada, são condições de um evento como este. Quem é peregrino sabe que vai passar por essa experiência”, disse.

O que o diretor da empresa não levou em conta foi o quanto a experiência poderia ser ruim. Afinal, não se trata de passar por um atoleiro, mas de permanecer em uma área alagada e com chuva por mais de 12 horas, entre o sábado e o domingo, depois de caminhar 13 quilômetros na ida, outros 13 na volta – o que transformaria a peregrinação em calvário.

Treinamento abortado – Um grupo de jornalistas foi informado pelo Exército sobre o cancelamento das atividades em Guaratiba. Eles iriam acompanhar os treinamentos do Centro de Coordenação de Defesa de Área (CCDA/RJ) para atuar especificamente naquela área. Ainda na entrada do campo, um major informou a mudança de local da missa de encerramento e, consequentemente, a suspensão dos trabalhos – que fariam, por exemplo, a simulação da chegada do papa ao local. Apesar do grande lamaçal no terreno, já havia pequenos grupos de peregrinos preparando seu acampamento, no intuito de garantir um local mais próximo ao palco onde papa Francisco não subirá mais.

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<p>Esta quinta-feira é o dia da Festa de Acolhida da Jornada Mundial da Juventude, na praia de Copacabana. É o primeiro compromisso oficial de Francisco no evento. Antes, porém, o pontífice cumpre uma agenda extensa.</p>
<p>https://storify.com/vejanoticias/acompanhe-o-4-dia-do-papa-no-rio/embed?border=true

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