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Vídeo: Caminhão que causou tragédia no Rio andava com caçamba levantada

Veículo atingiu passarela metálica de 94 toneladas na Linha Amarela e matou quatro pessoas. Estrutura arremessou pedestres, esmagou três veículos e uma moto. Trânsito ficou caótico na cidade. Motorista alegou não ter visto compartimento levantado

Por Da Redação
Atualizado em 10 dez 2018, 11h09 - Publicado em 28 jan 2014, 15h42

O sistema de câmeras da Linha Amarela registrou, precisamente às 9h13 desta segunda-feira, o momento em que o caminhão placa LNN-2225 atingiu a passarela metálica de 94 toneladas metal no bairro de Del Castilho, na Zona Norte do Rio. Imagens gravadas pela concessionária e divulgadas pelo Centro de Operações da prefeitura comprovam que o veículo trafegava com a caçamba levantada, o que fez com que o caminhão excedesse os 4,5 metros de limite de altura para tráfego na via expressa. O motorista do veículo, Luis Fernando da Costa, 30 anos, que ficou ferido, também cometeu outra ilegalidade: trafegava em horário proibido a veículos de carga. Caminhões só podem passar pela Linha Amarela a partir das 10h. O erro – não se sabe ainda se causado por falha humana ou de equipamento – derrubou a estrutura e matou quatro pessoas.

O condutor do caminhão alegou à polícia, em depoimento informal prestado no Hospital Lourenço Jorge, não ter percebido que a caçamba estava levantada. Ele pode ser indiciado por homicídio culposo de quatro pessoas. Morreram no acidente Célia Maria, 64 anos; Adriano Oliveira, 26 anos; Renato Soares, 62 anos; Alexandre Almeida. Ficaram feridos, além do motorista, Glaucia Andrade, 56 anos; Jairo Z., 44 anos; Luiz Carlos Guimarães, 60 anos; e Liliane de Souza Rangel, 33. O caso foi registrado na 44ª DP (Inhaúma).

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A concessionária Lamsa informou, por volta das 17h40, que a pista no sentido Barra da Tijuca – o de maior movimento à tarde – foi liberada. O trabalho continua para desobstruir as faixas no sentido Fundão.

De acordo com a Lamsa, o caminhão entrou na via expressa pelo acesso 2 (Méier) e estava, naquele momento, com a caçamba abaixada. O compartimento começou a ser levantado entre as saídas 3 e 4, pouco antes de se chocar com a passarela nesta última saída, no sentido Fundão. Segundo a concessionária, o veículo percorreu cerca de três quilômetros na parte concedida – e vetada a veículos de carga antes das 10h. O percurso se deu em dois minutos.

O caminhão pertence à empresa Arco Aliança e tinha também adesivos da prefeitura do Rio. A empresa é uma das credenciadas como prestadora de serviço da Comlurb, a empresa municipal de limpeza urbana. Ainda não há confirmação de que o caminhão estava a serviço do município. Suspeita-se, no entanto, que o fato de pertencer a uma frota que atende ao município tenha facilitado o acesso à via em horário de trânsito restrito a veículos de passageiros.

Com a colisão, a caçamba ficou presa à passarela, enquanto o restante do caminhão prosseguiu por alguns metros. Bombeiros, com auxílio de um helicóptero, resgataram os feridos, que foram levados para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, o Hospital Federal de Bonsucesso, e o Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo. Testemunhas do acidente disseram que o caminhão trafegava em alta velocidade.

Logo após o acidente, o cenário era caótico na via expressa. Ouvintes da rádio BandNews FM informaram que motoristas, percebendo que as pistas estavam fechadas, deslocaram-se pela contramão, causando grande congestionamento nas vias que dão acesso à Linha Amarela. As pistas foram parcialmente abertas às 10h30 e operários trabalham para remover os escombros e liberar o trânsito a tempo do rush da tarde.

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Trânsito – A Linha Amarela é uma das principais ligações entre a Zona Oeste e o Centro. Com a interdição das pistas, imediatamente houve uma sobrecarga de tráfego na Avenida Brasil, na Linha Vermelha e em vias alternativas que cortam bairros da Zona Norte. Pouco depois das 10h, outro acidente, na Avenida Brasil, complicou ainda mais o trânsito. Um ônibus, um utilitário e um automóvel colidiram, mas não houve vítimas. O secretário de Transportes do município, Carlos Roberto Osório, informou por volta das 11h30 que os veículos haviam sido removidos e o trânsito estava fluindo normalmente.

Os operadores de trânsito da prefeitura têm poucas horas para restabelecer as condições de tráfego na LInha Amarela. De acordo com Osório, uma das medidas para reduzir a intensidade do fluxo de veículos na Linha Amarela é a retirada temporária dos ônibus. Os coletivos, segundo o secretário, estão sendo deslocados para a Estrada Grajaú-Jacarepaguá e para a Rua Cândido Benício.

Raio X – Linha Amarela

  • Linha Amarela
  • Local do acidente

Nome Oficial: Avenida Governador Carlos Lacerda

História: Idealizada na década de 60, a Linha Amarela só começou a sair do papel em dezembro de 1994 na primeira gestão do prefeito Cesar Maia. As obras para a construção da via duraram quase 3 anos. Inaugurada em 1997.

Ligações: A ligação entre Centro e Zona Oeste é feita ou pela Linha Amarela ou pela Av. Brasil. As duas operam no limite, congestionadas permanentemente. Quando fecha uma, a outra entra em colapso. E, desde domingo, no Centro, está fechada definitivamente a Perimetral. Quem usa carro para ir para o Centro está em apuros – e não há transporte que faça o percurso. A Linha Amarela possui 22 saídas, corta 18 bairros e 35 acessos ligam aos bairros e comunidades a sua volta.

Circulação proibida: Tráfego de veículos de carga nos dois sentidos da Linha Amarela é proibido das 6h às 10h e das 17h às 20h, em dias úteis.

Limite de velocidade: O limite máximo de velocidade na via é de 100 km/h para carros e 80 km/h para ônibus e caminhões.

Pedágio: Motos R$: 2,20; carros e caminhonetes: R$ 5,50; ônibus e caminhões: a partir de R$ 8,20.

Circulação: 220 mil veículos por dia.

Extensão: 25 km de ponta a ponta.

Passarela: A estrutura metálica tem peso aproximado de 94 toneladas e o limite de altura era de 4,5 metros.

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