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Vice-prefeito do Rio critica falta de estrutura dos abrigos para dependentes de crack

Adilson Pires cobrou maior integração entre as secretarias municipais de Saúde e Desenvolvimento Social. Ausência de médicos torna o atendimento ineficaz

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
23 set 2013, 17h24

O vice-prefeito do Rio, Adilson Pires (PT), criticou durante cerimônia de posse do Conselho Municipal Antidrogas do Rio de Janeiro, no Palácio da Cidade, a falta de integração entre as Secretarias municipais de Desenvolvimento Social e de Saúde no tratamento de dependentes de crack. Adilson, que representou o prefeito Eduardo Paes no evento desta segunda-feira, contou a história de um menino, menor de idade, usuário da droga e que foi acolhido na Casa Viva de Bonsucesso. A criança, segundo o vice-prefeito, fugiu da unidade. O provável motivo, segundo Pires, é o fato de a unidade abrigar dependentes, mas não ter profissionais de saúde para cuidar das crises de abstinência. Ou seja, mesmo que um paciente procure ajuda, pode ter problemas para passar um período sem consumir a droga.

“Na semana passada, conversei muito com um garoto que tinha sido retirado de uma cracolândia. Ele estava muito magrinho, castigado pelo crack. Fui embora achando que conseguiríamos salvar aquele menino. Hoje, voltei lá e recebi uma notícia triste. O menino fugiu. Ele não estava aguentando a abstinência. (…) Podemos tratar a parte social, mas tem o aspecto da saúde. Alguma coisa poderia ter sido feita para que ele conseguisse segurar a onda por mais alguns dias. A rede tem que estar muito bem amarrada. Temos que acelerar esse processo”, defendeu Pires.

Durante o discurso, o vice-prefeito, que acumula a função de secretário municipal de Desenvolvimento Social, explicou a importância da parceira entre as secretarias de Desenvolvimento Social, Saúde e Educação na recuperação dos viciados na droga. Afirmou que o trabalho precisa estar sempre afinado e que o Rio precisa fazer mais para combater a epidemia do crack.

“É inconcebível para uma cidade como a nossa, que tem recebido recursos vultosos por conta dos grandes eventos, não ter uma política eficaz para salvar essas crianças que temos encontrado perdidas por conta dessa desgraça que é o crack”, disse Pires, que foi aplaudido por representantes do conselho. “Se nada for feito, elas vão engrossar as estatísticas dos que morrem no submundo do tráfico e da violência”.

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O Secretário Municipal de Governo, Rodrigo Bethlem, que preside o conselho, tentou minimizar as declarações de Pires. Lembrou que o Rio foi pioneiro na internação compulsória de crianças e de adolescentes e criticou a política contrária à internação dos viciados na droga. Segundo Bethlem, a prioridade da nova formação do conselho será a prevenção ao uso do entorpecente entre as crianças. A primeira reunião dos conselheiros ainda não foi marcada.

Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria de Desenvolvimento Social informou que a Casa Viva de Bonsucesso, inaugurada no dia 12, é um abrigo que não tem profissionais de saúde. O órgão alegou que os menores abrigados na unidade são levados para consultas médicas no Centro de Atenção Psicossocial (CAPs), onde são feitas as prescrições necessárias. No caso do menino relatado pelo vice-prefeito, no entanto, o atendimento ambulatorial oferecido pela prefeitura não foi suficiente para mantê-lo distante da droga.

Dados Nacionais – Uma pesquisa nacional divulgada na semana passada pelos Ministérios da Justiça e da Saúde mostra que o crack e outras drogas a base de cocaína fumada são consumidos regularmente por 370.000 pessoas nas capitais do país e no Distrito Federal. O levantamento, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz, mostrou que quase oito em cada dez usuários desejam um tratamento para o vício.

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