Valerioduto mineiro: Justiça vai ouvir ex-senador
Ex-parlamentar responde pelos crimes de lavagem de dinheiro e peculato e será ouvido em julho em Belo Horizonte
O ex-senador Clésio Andrade será interrogado na 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, no dia 7 de julho, como parte do processo que responde por participação no esquema conhecido como valerioduto mineiro. O ex-parlamentar, que renunciou ao mandato no ano passado antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar sua participação no escândalo político, responde pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Outro réu no processo, o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), também abriu mão do mandato como deputado federal às vésperas de ser julgado no STF, o que remeteu os autos de volta à primeira instância.
A juíza Melissa Costa Lage, responsável pelo interrogatório de Clésio, começou a analisar os 52 volumes da ação penal que detalha a participação de Azeredo no valerioduto mineiro e, em seguida, deve proferir a sentença. Outros oito réus serão julgados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais porque um deles, José Afonso Bicalho, tem foro privilegiado – ele é secretário de Estado da Fazenda do governo do petista Fernando Pimentel.
No caso do valerioduto mineiro, a acusação afirma que Azeredo, na campanha à reeleição para o governo estadual, determinou que as empresas Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) repassassem valores superfaturados em supostas cotas de patrocínio de eventos esportivos. O destino final do dinheiro, diz o Ministério Público, era a campanha do candidato e outra parcela aplicada no pagamento dos serviços criminosos do operador do esquema, Marcos Valério de Souza. Anos depois Valério acabou condenado a quase 40 anos de prisão por operar o esquema do mensalão.