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Vaga única ao Senado vira moeda de troca em SP

PT e PSDB usam candidatura ao Senado para tentar atrair aliados na montagem das chapas para a eleição ao governo de São Paulo em 2014

Por Felipe Frazão 20 Maio 2013, 07h25

A eleição para o governo de São Paulo no próximo ano é considerada valiosa para os dois partidos que polarizam as forças políticas do país há quase duas décadas. De um lado, o PSDB não quer arriscar perder o controle do Palácio dos Bandeirantes, o maior contrapeso à administração petista no plano federal. Do outro, o PT avalia que o partido nunca teve tantas chances de quebrar os dezoito anos de hegemonia tucana no estado. Nesse cenário, a vaga ao Senado na composição das chapas tornou-se uma valiosa moeda de troca.

Em 2014, o Senado Federal renovará um terço de suas cadeiras – os demais, eleitos em 2010, têm mandato até 2018. Em disputa, estará o mandato do senador Eduardo Suplicy (PT), que pretende tentar o quarto mandato de oito anos à revelia de setores do seu próprio partido, que preferem a renovação dos quadros.

Suplicy confia, por enquanto, na promessa que diz ter recebido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Entreguei uma carta pessoal e ele me disse que não há possibilidade de eu não ser o candidato do PT ao Senado em 2014”. O que pode jogar contra os planos de Suplicy é o fato do PT ter como objetivo principal em 2014 o Palácio dos Bandeirantes.

A fórmula na cabeça dos petistas que pleiteiam a vaga de Suplicy é justamente oferecer a vaga ao Senado para um partido aliado, ampliar a coligação e, com isso, ganhar mais tempo de propaganda política na TV. Um dos argumentos utilizados é que a imagem de Suplicy já estaria desgastada e que, em 2006, por pouco ele não perdeu a cadeira para o hoje neoaliado Guilherme Afif Domingos (PSD). Na época, Afif era oposicionista e concorreu justamente numa chapa favorita, encabeçada pelo ex-governador José Serra (PSDB).

Chapas – A pouco mais de um ano do início das campanhas, o cenário tem quatro pré-candidaturas, além do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que deverá buscar a reeleição: Alexandre Padilha (PT), Paulo Skaf (PMDB), Gilberto Kassab (PSD) e Celso Russomanno (PRB). Dessas, pelo menos as duas últimas ainda podem ceder. Kassab e Russomanno são os mais assediados, justamente com a proposta de ocuparem a vaga de senador na chapa.

Russomanno afirma ter “o sonho de ocupar um cargo no Executivo”, mas diz que está à disposição do PRB para concorrer a senador ou novamente a deputado federal. Segundo o presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, a pré-candidatura de Russomanno só será mantida caso ele apareça, em pesquisas que o partido realizará até o fim do ano, com 15% de intenção de voto.

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Kassab declinou convite do PT, mas ninguém se arrisca a dizer hoje em dia qual serão seus próximos passos. “É até simpático o PSD ter uma candidatura própria”, disse ao site de VEJA. O aceno de Kassab marca posição de um partido novo, que ainda não enfrentou uma eleição estadual e nacional, e precisa, para sobreviver, reforçar sua bancada de deputados estaduais e federais. No entanto, a nomeação e Guilherme Afif para o ministério aproximou o partido da base da presidente Dilma Rousseff.

O PT ainda voltará à carga com Kassab, embora assegure atualmente a legenda a Suplicy. “A posição hoje é a reeleição da Suplicy e negociar só a vaga de vice”, diz o presidente do PT paulista, deputado estadual Edinho Silva. “Claro que num processo de composição tem de trabalhar com todas as variáveis, mas o PT senta à mesa assim agora”. Edinho avalia que, depois das negociações, as candidaturas a senador representarão os blocos partidários que terão candidatos com “lastro eleitoral” ao governo.

O PMDB paulista sustenta que terá candidato próprio ao governo e, para fortalecer sua candidatura, planeja deixar os postos de vice e de senador abertos a negociação. A sigla também não chegou a nomes próprios que formem consenso interno para ocupar os dois postos, o que pesa na estratégia.

Após a campanha considerada positiva pelo partido à prefeitura de São Paulo, o deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP) perdeu terreno com as recentes denúncias de corrupção. Recentemente, sinalizou que deve concorrer novamente à Câmara. Paralelamente, o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, percorreu cidades do interior e aumentou sua exposição na TV, em um movimento que o fez despontar como pré-candidato ao Bandeirantes com mais força no PMDB. “Não podemos pensar em chapa pura no PMDB. Senado e vice são cargos para composição”, diz o presidente do PMDB em São Paulo, deputado estadual Baleia Rossi.

Tucanos – O PSDB guarda a vaga à espera de uma manifestação do ex-governador José Serra. Mas também cogita envolvê-la em trocas por apoio. “O Senado é um cargo que pode entrar em processo de composição, mas pode contemplar o Serra”, diz o secretário do governo Alckmin, Edson Aparecido. O PSDB tenta reunir DEM, PTB, PDT, PSB e o novo MD (Mobilização Democrática). As siglas disputarão para indicar o senador do bloco ou o vice.

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O presidente do diretório paulista, deputado federal Duarte Nogueira (PSDB-SP), conta que o ex-governador Mário Covas (PSDB) dizia que “quando se faz alianças, não se faz com coisas iguais, mas com coisas que podem convergir para um projeto comum”. Nogueira defende “como meta candidato próprio do PSDB ao Senado”, mas não descarta que pré-candidatos ao governo hoje, como Kassab e Russomanno, podem ocupar o cargo.

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