Usinas serão construídas com segurança, diz Mercadante
Segundo o ministro, governo poderá adotar novas regras de segurança para construção de usinas nucleares com base em protocolos internacionais
O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, foi escalado pelo governo, nesta terça-feira, para dar explicações à população brasileira sobre a política de energia nuclear adotada pelo país. A presidente Dilma Rousseff tem manifestado preocupação com o alerta de contaminação nuclear no Japão e está mobilizando os ministros para acompanharem a situação.
Segundo o ministro, o Brasil vai incorporar possíveis mudanças nas regras de segurança para construção de usinas, que devem ser discutidas em protocolos internacionais com base no incidente japonês. Mercadante garantiu que o governo brasileiro vai seguir todas as regras “sejam quais forem as consequências impostas”, o que incluiria a paralisação da construção de usinas.
O governo estuda construir quatro usinas nucleares até 2030, além de Angra 3, que está em fase de finalização. “Estamos falando de projetos de longo prazo, teremos a segurança de não dar nenhum passo sem o rigor que esses equipamentos exigem. Não haverá atropelo nesta matéria, não há problema em rever a prática de segurança e a própria política [de energia nuclear]”, garantiu o ministro.
Padrão de segurança – Na avaliação de Mercadante, as usinas de Angra 1 e 2, em funcionamento no Brasil, são mais seguras do que a de Fukushima, no Japão. Ele disse que a qualidade do sistema de refrigeração brasileiro é superior ao japonês e que as paredes de contenção das usinas brasileiras são mais espessas. Ainda segundo o ministro, os reatores nacionais foram construídos dentro do padrão de segurança para suportar um terremoto de 6,5 graus na escala Richter e ondas de até sete metros de altura.
O ministro informou ainda que a Comissão de Energia Nuclear, responsável pela fiscalização do uso de energia nuclear no Brasil, está acompanhando de perto o projeto de construção de novas usinas no país. Ele disse que a situação no Japão também está sendo observada pelo governo. “Nós produziremos a partir de hoje um boletim diário com o histórico do acidente nuclear no Japão, descrevendo tecnicamente o que aconteceu a partir de informações oficiais de todas as instâncias mundiais”, afirmou Mercadante.